Três empresas inovadoras e sustentáveis

22/04/2024 Noticias POR: Marino Guerra

São Martinho, CortevaAgriscience e Copercana realizam operação inédita para levar tecnologia ao canavial com investimento verde

Desde a década de 70, quando dois programas revolucionários, o Polocentro (Programa de Desenvolvimento do Cerrado) e o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), iniciaram o processo de metamorfose da agropecuária nacional, a inovação é um protagonista que participa de maneira contínua na construção de uma estrutura cada vez mais robusta que faz do Brasil uma das maiores potências agroindustriais do planeta.

Até chegar a essa condição e permanecer nela, muitos obstáculos foram e são superados diariamente, sendo o da produção sustentável um dos principais, pelo simples fato que produzir mais com a utilização de menos recursos é o ponto-chave para se atingir a eficiência econômica e com isso proporcionar maior desenvolvimento social e preservação ambiental.

É como se fosse uma gigantesca engrenagem, composta de coroas, pinhões e cremalheiras de diversos tamanhos que se encaixam e ao se movimentarem de modo sincronizado geram uma força motriz fundamental para garantir a vida da humanidade em equilíbrio.

Tudo começa em laboratórios, universidades e mais recentemente em hubs de inovação, passa pelo manejo do solo e todo o processo de crescimento e colheita das culturas, sua industrialização e termina num prato de comida, numa peça de roupa, numa folha de papel, num remédio ou suplemento, numa gota de biocombustível dentro de um tanque que abastecerá um motor (não importa se é a combustão ou elétrico) ou na eletricidade que acenderá uma simples lâmpada.

Fazer sua manutenção e torná-la cada vez mais eficiente não é tarefa simples, exigindo quase que todas as áreas do conhecimento humano processadas em milhões de cérebros e computadores que são exigidos ao nível máximo de sua capacidade.

Tendo algumas disciplinas destaque maior por sua característica mais prática, como a agronomia, a logística, a engenharia de produção; contudo os campos relacionados ao setor administrativos, por exemplo, são igualmente importantes para que tudo ocorra de uma maneira controlada, uma vez que qualquer erro de gestão pode resultar em partes com graxa demais, enquanto que outras se ressecarão, levando à perda da sincronia fundamental para manter a transmissão de força ideal.

Como mais um importante passo nesse processo de evolução contínua, CortevaAgriscience, São Martinho e Copercana concretizaram de forma inédita uma operação comercial que fez uso de recursos “verdes” para a aquisição de tecnologia de insumos, uma magnífica peça que com certeza avançará para uma engrenagem, tornando mais forte a produtividade e a sustentabilidade da cultura canavieira.

“Há mais de dois anos estudamos as operações relacionadas ao crédito de carbono tentando transformar o recurso gerado pela eficiência ambiental na área agrícola em aquisição de tecnologias que proporcionarão ganhos de produção e com o uso de menos recursos, o que reflete diretamente em maiores avanços ambientais.

Ao longo deste período, discutimos diversos modelos que possibilitassem o uso do CBIO, por ser uma certificação bem regulamentada, para o desenho de uma operação que tornasse possível sua aplicação prática”, explicou o líder comercial de Cana da Corteva, Redson Vieira, que participou de todo o processo de criação da solução da gigante mundial no segmento de tecnologias de insumos agrícolas.


Copercana e Corteva: Sinergia e inovação para criar novas formas de negócio

“Chegou um momento que precisávamos de parceiros com conhecimento prático no processo de certificação, como uma usina, e também alguém com expertise logística, foi quando encontramos a São Martinho e a Copercana”, completou Vieira ao revelar que para finalizar o projeto era necessário um trabalho a seis mãos.

“E a sinergia surgiu dos objetivos em comum, a inovação faz parte dos pilares da nossa companhia. Junto aos nossos parceiros, estudamos a melhor forma de transformar os benefícios dos CBIOs em uma fonte de recursos para investimentos nos canaviais. Pensando nisso, a São Martinho destinou recurso verde, que é o valor resultante da venda de CBIOs na B3, para a Copercana com o objetivo de obter insumos da Corteva, incluindo defensivos biológicos, para o manejo das nossas áreas de cana-de-açúcar nos estados de São Paulo e Goiás, na safra 2024/2025", afirmou a Gerente de Suprimentos da São Martinho, Cristina Navarro Vieira, sobre o modelo de negócio pautado pela atenção aos critérios socioambientais.

Para o Key Customer Manager da Corteva, Caio Nogueira, a Copercana entrou no processo de maneira natural: “Desde a concepção do plano, a Copercana estava envolvida por ser uma parceira importante e com credibilidade para as duas companhias, não apenas por sua competência logística, mas por sua eficiência em conseguir encontrar soluções para diversos desafios que surgiram ao longo do processo de implementação da operação.

Para a São Martinho, o diferencial da cooperativa está em sempre buscar atender da melhor forma possível, como comenta a Compradora, Julia Malimpensa: “Consideramos a Copercana uma aliada de muitos anos. Ela se destaca por sempre trazer algo novo quanto às facilidades na negociação e confiança na entrega, principalmente em situações atípicas, como condições climáticas, por exemplo”.

“Nossa maior qualidade é atender bem, trabalhamos para nos adequar às necessidades da indústria de insumos, pois sabemos que só assim teremos credibilidade para fornecermos a melhor tecnologia aos nossos cooperados que também demandam por boas condições comerciais e uma estrutura que lhes dê a segurança de ter o produto na hora que precisam utilizar. Acredito que esse escopo, que é controlado de maneira séria, é o fator determinante para a Copercana ser convidada a participar de projetos de tamanha relevância como o que envolveu essa compra por parte da São Martinho através de recursos verdes vindos dos benefícios de CBIOs”, disse o superintendente comercial da Copercana, Frederico Dalmaso.

Além de sua competência e flexibilidade operacional, a Copercana acrescentou um fator social que elevou ainda mais a genética sustentável da operação, como comenta o diretor-presidente executivo da cooperativa, Francisco Urenha: “Uma cooperativa tem como obrigação o desenvolvimento econômico de seus cooperados e também de sua região de atuação, ao fazer parte de um projeto de tamanha magnitude, vamos conseguir proporcionar melhores condições de negócios para os nossos quase oito mil cooperados, além de termos condições de elevar nossa atuação social em todas as regiões dos 27 municípios dos estados de São Paulo e Minas Gerais onde temos filais”.


Superintendente Comercial da Copercana, Frederico Dalmaso: trabalho intenso de relacionamento com as duas pontas (indústria e cooperados) foi o motivo para a Copercana conseguir encarar o desafio. Enquanto que o diretor-presidente executivo, Francisco Urenha, lembrou que a participação de uma cooperativa elevou ainda mais o caráter sustentável do projeto

Tecnologia adquirida

É claro que perante todo investimento em insumos se espera uma resposta em produtividade, contudo, o processo não é tão milagroso assim, pois se fosse não se investiria tanto em pesquisa e desenvolvimento tentando encontrar soluções cada vez mais eficientes do ponto de vista agronômico, ambiental e saúde de quem maneja os produtos.

"Conhecida como uma das principais companhias do setor sucroenergético do Brasil, a São Martinho preza por tecnologias e produtos inovadores em seus processos.

Montamos um portfólio equilibrado, neles há soluções consagradas, que atendem às necessidades agronômicas; mas também temos produtos inovadores que, no caso do químico, carregam muita tecnologia no sentido de demandarem doses extremamente baixas, como é o caso do herbicida Coact, que pode demandar 100 gramas por hectare, ou o inseticida Revolux, que pede 150 ml por hectare, além de um de seus ingredientes ativos ter origem biológica num processo semissintético. Também há soluções biológicas, como o Omsugo ECO, um inoculantesolubilizador de fósforo com duas cepas exclusivas.

 Sabemos que a nutrição e a economia de diesel são as principais variáveis que determinam a evolução no balanço de carbono dentro das regras do Renovabio, então se houver ganho de produtividade com menor volume de insumos, porque carregam residual mais alto e isso reduza o número de aplicações, por exemplo, com certeza haverá evolução no volume de CBIOs gerados em uma safra, mas também trará retorno em outros programas relacionados à eficiência verde, como o Bonsucro.

Vemos a configuração desse pacote com essa vocação, mas sabemos que só se trata de um primeiro passo, tanto que estamos trabalhando numa ferramenta que valide esse ganho de eficiência, que dê números ao que é percebido no campo, além de soluções que já são utilizadas em outras culturas e estão em teste na cana, que poderão mudar totalmente o conceito de adubação”, explicou Nogueira.

“Estamos ano após ano investindo muito na questão de biológicos, o crescimento constante no portfólio já é notado há certo tempo, levamos tão a sério que hoje incentivamos o processo de pesquisa disponibilizando áreas para fornecedores utilizarem como laboratório”, revelou Navarro.

Outra característica do grupo é por dar preferência aos produtos exclusivos (patenteados), como explica a Coordenadora de Suprimentos, Fernanda Groba: “Entendemos que as soluções mais inovadoras agridem menos o meio ambiente. Percebemos que a Corteva vem muito forte com essas duas características (biológicos e patenteados), vejo que quando duas empresas querem crescer de maneira sustentável, uma em consumo e a outra em venda, nada mais apropriado que pagar isso com dinheiro verde”.


Um dos principais grupos do setor sucroenergético, a São Marinho é referência em adoção práticas disruptivas em seus canaviais