"Há cinco anos não temos rentabilidade para o etanol", diz Ismael Perina
10/01/2013
Etanol
POR: Agência UDOP de Notícias
"Há cinco anos não temos rentabilidade para o etanol", diz Ismael Perina
Mais um ano o setor bioenergético faz contas que não fecham. Os custos agrícolas para o cultivo da cana-de-açúcar aumentaram muito nos últimos meses, enquanto os preços do etanol no mercado interno permaneceram baixos. Em entrevista para a TV UDOP, o presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina, fala sobre os maiores impactantes nos custos agrícolas e sobre a falta de competitividade do etanol em relação à gasolina.
Para Perina, alguns itens subiram além da inflação, principalmente no que se refere a remuneração do quadro funcional; implantação de novas normativas obrigatórias; redução de horas na jornada de trabalho; e o alto custo de fertilizantes. "O Brasil passa por um processo complicado quando se fala em fertilizantes, é muito dependente de importação e de outros itens que compõem o custo em menor escala", diz.
Segundo o presidente da Orplana, os altos custos dos últimos meses poderiam ter sido amortecidos se o preço do etanol estivesse razoável. "O governo federal cometeu um equivoco muito grande, no meu entendimento, quando tirou a competitividade do etanol, um combustível socialmente correto que gera muito emprego no interior do país, e isso não foi considerado", comenta.
O presidente da Orplana atribui a perda de competitividade do setor bioenergético à falta de política publica direcionada, tanto para os produtores agrícolas, quanto industriais. Para ele não é viável permanecer com uma política de aumento de produtividade quando a atividade não permite rentabilidade. "Há cinco anos não temos rentabilidade para o etanol. É muito difícil trabalhar nessas condições. Isso se arrastou para o produtor de cana, que não tinha rentabilidade, não investia, não tinha recurso, os canaviais foram ficando mais velhos e diminuindo produtividade", ressalta.
Para finalizar Perina enfatiza que o governo federal precisa ser claro. "A partir do momento que o governo mostrar claramente o que é necessário, quanto vai precisar, a que custo e a que preço esses produtos serão comercializados, logicamente vai facilitar muito as coisas", diz.
Greizi Ciotta Andrade