'Plano de reanimação' é missão principal

16/03/2016 Geral POR: Valor Econômico
Por Ribamar Oliveira
Ao assumir um cargo no ministério, o ex¬presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a missão de coordenar um "plano de reanimação nacional", com o objetivo de evitar o aprofundamento da recessão do país e a eliminação de mais empregos, segundo fonte credenciada do governo. 
O plano não significará uma "guinada à esquerda", garante a mesma fonte, pois estará comprometido com as diretrizes para a área fiscal já apresentadas em fevereiro pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que prevê a fixação de um limite para o gasto público global da União. "Não se vai dar um cavalo de pau na economia", ressaltou.
 A única medida da proposta apresentada por Barbosa e que não constará do Plano a ser coordenado por Lula é a reforma da Previdência Social. O governo chegou a anunciar o envio de uma proposta de reforma da Previdência ao Congresso em abril. Isso não ocorrerá mais. O governo pretende, no entanto, continuar com as discussões do assunto no âmbito do Fórum da Previdência. 
A linha do ex¬-presidente será a de que, paralelamente às medidas apresentadas por Nelson Barbosa, "venham ações para reinjetar um ânimo na Nação, com a recuperação rápida do emprego", sintetizou a fonte. 
O "plano de reanimação" prevê a destinação de mais recursos ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo quer garantir dinheiro suficiente para a fase três do MCMV. O uso de mais verbas públicas para investimentos neste momento de crise econômica mostra que o plano a ser coordenado por Lula pressupõe um ajuste fiscal mais gradual do que aquele desenhado pelo ministro Barbosa. 
Serão adotadas também outras ações chamadas de "sólidas", como a ampliação do crédito para a construção civil, pois o ex¬-presidente entende que esse setor é o que gera emprego mais rapidamente. Mas não serão adotadas medidas de ampliação do crédito ao consumo, como ocorreu no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. 
O governo não vai forçar também uma redução da Selic, a taxa básica da economia fixada pelo Banco Central. "Não haverá redução forçada de juros, pois isso a presidente não aceita", ressaltou a fonte. "Os juros cairão quando houver espaço para isso, dependendo da avaliação do BC", observou. 
A presidente considera ainda que este não é o momento de adotar qualquer medida no sentido de uso das reservas internacionais do país para fazer investimentos, como defendem o PT e o próprio Lula. O receio é que uma iniciativa como essa possa gerar uma crise confiança dos investidores em relação à capacidade de solvência externa do Brasil. 
O diagnóstico feito no governo é que hoje, além de recessão econômica e desemprego, há no país uma falta generalizada de ânimo entre os empresários, dos políticos e de uma parte da população. "É contra isso que se vai atacar", explicou a fonte. "O Brasil precisa neste momento de superar esse 'banzo'", observou. "Mas isso não vai representar uma guinada à esquerda, pois o Lula não deu essa guinada nem quando era presidente", lembrou. 
Barbosa deverá permanecer no cargo, de acordo com a fonte, mesmo porque pouca coisa do que Lula fará irá contra o recente plano fiscal apresentado pelo ministro. A questão é que o ex¬-presidente gostaria de ter, no comando do "plano de reanimação nacional", alguém com credibilidade no mercado e que seja capaz de liderar esse ânimo nacional. "Na cabeça do ex-¬presidente, o nome mais adequado para o cargo é o do Henrique Meirelles [ex¬-presidente do Banco Central]", disse a fonte. 
Ao anunciar o novo Plano, o governo terá a preocupação de mostrar que ele não representará uma ruptura com a racionalidade econômica e nem representará uma ameaça ao equilíbrio das finanças pública, no médio e longo prazo, explicou a mesma fonte.
Por Ribamar Oliveira
Ao assumir um cargo no ministério, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a missão de coordenar um "plano de reanimação nacional", com o objetivo de evitar o aprofundamento da recessão do país e a eliminação de mais empregos, segundo fonte credenciada do governo. 
O plano não significará uma "guinada à esquerda", garante a mesma fonte, pois estará comprometido com as diretrizes para a área fiscal já apresentadas em fevereiro pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que prevê a fixação de um limite para o gasto público global da União. "Não se vai dar um cavalo de pau na economia", ressaltou.
 A única medida da proposta apresentada por Barbosa e que não constará do Plano a ser coordenado por Lula é a reforma da Previdência Social. O governo chegou a anunciar o envio de uma proposta de reforma da Previdência ao Congresso em abril. Isso não ocorrerá mais. O governo pretende, no entanto, continuar com as discussões do assunto no âmbito do Fórum da Previdência. 
A linha do ex-presidente será a de que, paralelamente às medidas apresentadas por Nelson Barbosa, "venham ações para reinjetar um ânimo na Nação, com a recuperação rápida do emprego", sintetizou a fonte. 
O "plano de reanimação" prevê a destinação de mais recursos ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo quer garantir dinheiro suficiente para a fase três do MCMV. O uso de mais verbas públicas para investimentos neste momento de crise econômica mostra que o plano a ser coordenado por Lula pressupõe um ajuste fiscal mais gradual do que aquele desenhado pelo ministro Barbosa. 
Serão adotadas também outras ações chamadas de "sólidas", como a ampliação do crédito para a construção civil, pois o ex-presidente entende que esse setor é o que gera emprego mais rapidamente. Mas não serão adotadas medidas de ampliação do crédito ao consumo, como ocorreu no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. 
O governo não vai forçar também uma redução da Selic, a taxa básica da economia fixada pelo Banco Central. "Não haverá redução forçada de juros, pois isso a presidente não aceita", ressaltou a fonte. "Os juros cairão quando houver espaço para isso, dependendo da avaliação do BC", observou. 
A presidente considera ainda que este não é o momento de adotar qualquer medida no sentido de uso das reservas internacionais do país para fazer investimentos, como defendem o PT e o próprio Lula. O receio é que uma iniciativa como essa possa gerar uma crise confiança dos investidores em relação à capacidade de solvência externa do Brasil. 
O diagnóstico feito no governo é que hoje, além de recessão econômica e desemprego, há no país uma falta generalizada de ânimo entre os empresários, dos políticos e de uma parte da população. "É contra isso que se vai atacar", explicou a fonte. "O Brasil precisa neste momento de superar esse 'banzo'", observou. "Mas isso não vai representar uma guinada à esquerda, pois o Lula não deu essa guinada nem quando era presidente", lembrou. 
Barbosa deverá permanecer no cargo, de acordo com a fonte, mesmo porque pouca coisa do que Lula fará irá contra o recente plano fiscal apresentado pelo ministro. A questão é que o ex-presidente gostaria de ter, no comando do "plano de reanimação nacional", alguém com credibilidade no mercado e que seja capaz de liderar esse ânimo nacional. "Na cabeça do ex-presidente, o nome mais adequado para o cargo é o do Henrique Meirelles [ex-presidente do Banco Central]", disse a fonte. 
Ao anunciar o novo Plano, o governo terá a preocupação de mostrar que ele não representará uma ruptura com a racionalidade econômica e nem representará uma ameaça ao equilíbrio das finanças pública, no médio e longo prazo, explicou a mesma fonte.