Introdução
Em razão das comemorações dos 60 anos da Copercana, a equipe do Departamento de Comunicação, Marketing e Eventos está produzindo, em formato de um livro-reportagem, o resgate histórico de toda a trajetória da cooperativa. O conteúdo será reunido na edição de um livro que será lançado em 2023 ao longo das comemorações dos 60 anos da Copercana, contudo, mediante a importância para a história do cooperativismo e do agro nacional, e ao simples fato de que ações bem-sucedidas precisam ser propagadas, ele também será publicado, na íntegra, nas páginas da Revista Canavieiros, sendo entregue em mais de 25 mil endereços. Esta edição traz o quarto capítulo que narra como um evento de quatro dias consegue traduzir toda a confiança que a Copercana conquistou em 60 anos.
60 anos em quatro dias
Dizem que para se conhecer uma pessoa de verdade, basta viajar com ela. Se transferir esta máxima para uma cooperativa, pode-se concluir que para conhecer a real importância que ela dá aos seus cooperados, é só ver como ela os trata.
Quer saber qual a importância que a Copercana dá para seus produtores-associados? Visite uma edição do Agronegócios Copercana.
Com sua primeira edição acontecendo em 2005, o evento nasceu da ideia de se ofertar insumos, máquinas, equipamentos e ferramentas a preços e condições de pagamento diferenciadas ao longo de um curto período do ano, proporcionadas em decorrência de negociações em bloco com os fornecedores, numa estrutura montada dentro do estande da cooperativa na Fenasucro & Agrocana.
Até aí nada além de um balcão de negócios, contudo, já no segundo ano, foram agregados novos valores, o que, através de um processo de maturação, foi se consolidando como uma data fundamental no planejamento de compra do seu corpo de cooperados.
Dentre os maiores destaques é a data em que ela acontece, sempre na última semana de junho: “Como se trata de uma virada de semestre e os fornecedores de insumos precisam atingir suas metas, quando demandamos um volume expressivo, temos uma margem maior de negociação e com isso repassamos melhores preços aos produtores”, disse o presidente do Conselho de Administração da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo.
Outra característica tradicional é o seu conforto, de sua segunda até a décima terceira edição ela aconteceu no Clube de Campo Vale do Sol (em Sertãozinho), o qual proporcionava aos visitantes um grande salão climatizado, utilizado para a área de negócios e exposição de insumos; amplo estacionamento asfaltado, com capacidade de atender à demanda de veículos e às áreas de exposição de máquinas e implementos agrícolas; e restaurante, para a oferta de almoços e realização das confraternizações.
Desde 2014, com a finalização da construção do Centro de Eventos da Copercana “Manoel Carlos de Azevedo Ortolan”, o Agronegócios Copercana além de ter sua casa própria, projetada para recebê-lo, melhorou o aconchego dos participantes e criou espaço para que os expositores personalizassem seus estandes, de forma que eles pudessem apresentar suas soluções de uma forma muito mais eficiente e agradável sob o ponto de vista visual.
“Converso com executivos e profissionais de nossos parceiros nos segmentos de defensivos e nutrição que frequentam feiras agropecuárias de todo Brasil e eles sempre destacam que em lugar nenhum há um evento que os visitantes têm tanto conforto como no Agronegócios Copercana”, disse o superintendente comercial, Frederico José Dalmaso.
Historicamente, e após a pandemia, fisicamente o evento acontece em quatro dias, com uma duração total que não ultrapassa as 40 horas, um microespaço de tempo se comparado com os 60 anos da cooperativa, porém neles é compactada toda a sua sinergia, como se toda Copercana se transformasse numa pílula, que ano a ano é renovada quando o cooperado volta a tomá-la.
Desafios
Ao comparar com a conjuntura do setor sucroenergético, sua caminhada não foi sombreada e com água abundante. No início com toda confusão gerada pela transição da colheita da cana queimada para a crua, principalmente para o setor de defensivos que não teve tempo hábil para o desenvolvimento de um portfólio de produtos de proteção das novas pragas, plantas daninhas e doenças que surgiram quando se virou a chave para o novo manejo.
Passa-se mais um tempo e o setor entra na maior crise de sua história desde a chegada da cultura no Brasil, que em cinco anos levou mais de 60 unidades industriais a frearem suas moendas.
Mais recentemente a pandemia trouxe imprevisibilidade na cadeia de fornecimento de defensivos, enquanto que a guerra entre Rússia e Ucrânia colocou o mercado de fertilizantes simplesmente em parafuso, com o adubo ultrapassando a casa dos R$ 8 mil.
No meio destes dois furacões, como se não fosse o bastante, quase todo Centro-Sul canavieiro ainda passou por uma das piores estiagens, em 2020, seguida de pelo menos três geadas seguidas no outono/inverno de 2021 e uma crise de incêndios que chegaram a destruir o canavial de fazendas inteiras, com labaredas andando sobre os minguados leitos dos rios.
Diante dessa sequência de fatos externos “competitivos”, a Copercana fez uso de sua solidez e seriedade para a feira nunca deixar de evoluir, pelo contrário, com a quebra recorde a cada ano: “Nunca vendemos o que não tínhamos, nem prometemos o que sabíamos que o mercado não nos deixaria cumprir. Acredito que essa postura, de deixar tudo muito claro, mostrou para nossos fornecedores tamanha credibilidade que valesse a pena estar conosco, e segurança para nossos cooperados montarem seus respectivos planos de manejo com a certeza que a ferramenta comprada estará disponível quando ele precisar”, disse Dalmaso.
Sob o ponto de vista de execução do evento, nada é comparado aos anos de 2020 e 2021, quando, devido a pandemia do Coronavírus, de repente, tudo precisou deixar de ser presencial e criar corpo do mundo virtual.
No caso da divulgação de tecnologias, feitas no modo presencial através dos estandes, foi criada uma estrutura de estúdio para a exibição de lives. Considerando que com o conteúdo criado foi disponibilizado o acervo via canal da Copercana no Youtube, o qual é relevante até hoje como fonte de pesquisa das tecnologias em evidência e assuntos conjunturais de cada ano, fazendo com que somando as edições de 21, 22 e 23 (devido ao sucesso da iniciativa ela passou a fazer parte da programação de modo que o evento passasse a ser híbrido) foram cerca de 45 mil visualizações até o mês de maio de 2023, ou seja, uma estádio de futebol já viu o Agronegócios Copercana de alguma tela.
Quanto à comercialização de produtos, os parceiros mantiveram os esforços tradicionais em trazer preços diferenciados enquanto que, na outra ponta, os RTVs utilizaram um sistema de agendamento para atendimento individual e também fizeram uso de ferramentas digitais como WhatsApp e Zoom para conseguirem atender à demanda dos cooperados.
“A feira virtual de 2021 teve um resultado muito positivo, pois como haviam diversas incertezas sobre a duração e rigor da pandemia, e com isso, em decorrência de problemas logísticos na cadeia de suprimento, o risco de falta de produtos aumentava de tal forma que a grande maioria dos produtores comprou para formar um estoque de duas safras, isso considerando que todo atendimento aconteceu de maneira virtual”, conta Dalmaso.
Contudo, não ficou apenas no campo dos negócios o sucesso do evento frente ao caos instaurado pela pandemia, o social também foi contemplado. No encerramento aconteceu uma live com um show da dupla Matogrosso e Mathias, que contou com mais de 15 mil acessos e foram arrecadadas 10 mil cestas básicas, as quais foram distribuídas em todos os municípios que a Copercana tinha alguma operação comercial na época.
“Pensamos na iniciativa da live, pois naquele ano não foi possível a realização do nosso tradicional show em prol do Hospital de Amor e também queríamos ajudar de alguma maneira a reduzir o impacto sofrido pelos trabalhadores do setor de eventos em decorrência da pandemia e todas as ações de restrição
tomadas com o intuito de conseguir controlar a propagação do vírus”, disse do diretor financeiro e administrativo, Giovanni Bartoletti Rossanez.
Em 2022 foi possível a volta do formato físico, mas perante o sucesso da versão virtual, ficou definido pela diretoria que o evento se tornaria híbrido ganhando assim mais onze dias (total de quinze), abrindo um leque para todos, mesmo aqueles cooperados que não pudessem estar presentes, aproveitarem as melhores oportunidades através da compra nos escritórios dos RTVs.
“As últimas três edições do Agronegócios Copercana foram muito desafiadoras sob o ponto de vista organizacional, primeiro para conseguirmos levar para o virtual uma quantidade de informações do Centro de Eventos em pouco mais de três meses, depois, na retomada do físico, lidar com diversos obstáculos que não tínhamos antes, no sentido de montagem da feira que a pandemia criou à cadeia de eventos, o que ia desde a disponibilidade de materiais, defasagem de mão de obra especializada, até o aumento expressivo no preço de tudo. Ainda hoje quando paro para pensar, não acredito que sobrevivemos a tudo isso”, disse a gestora de Comunicação, Marketing e Eventos da Copercana, Carla Rossini.
Muito mais oportunidades
Quase todo o ecossistema de negócios também esteve presente no evento ao longo de sua história, como a área de máquinas e implementos agrícolas, que sempre foi muito ativa no sentido de viabilizar aos cooperados a atualização ou modernização do seu barracão de maquinários da fazenda. Outras frentes foram evoluindo com o tempo, como o setor de Agricultura de Precisão, que antes era dividido no de corretivos e Laboratório de Solos e hoje se integrou a outros serviços inovadores numa solução que utiliza do evento para explicar sua importância aos produtores-cooperados.
A Copercana Sustentável/ESG também pode contar a história de sua evolução com o passar de cada edição da feira. No começo era um pequeno estande da Biocoop que explicava aos interessados como funcionava o reaproveitamento de resíduos da cooperativa e entregava mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e Cerrado. Já na edição de 2022 foi construído um estande capaz de receber pessoas para participarem de palestras e debates sobre assuntos ligados à questão e à entrega da primeira edição do relatório de sustentabilidade, que tem como conteúdo as ações de 2021, bem como o seu desempenho financeiro, social, ambiental e de governança.
O projeto amendoim sempre atrai a curiosidade dos participantes, isso porque se trata de uma oportunidade para os produtores entenderem mais sobre a cultura e como a iniciativa, que integra o campo com a indústria, é líder na exportação brasileira para os mercados consumidores mais exigentes.
No espaço destinado à Loja de Ferragem e seus parceiros, os cooperados se divertem, claro que em parte são pelos quitutes que sempre são servidos por fornecedores da rede de supermercados que sempre participam, mas o que eles gostam mesmo é de ver as novidades em termos de ferramentas, maquinários de pequeno corte, selaria e até mesmo aproveitar os preços diferenciados para trocar a botina e o chapéu já gasto pelo sol da lida do dia a dia.
Todos os negócios da Copercana participam do evento
Sem falar que a turma da criação espera o evento para recompor o estoque de ração, vacina e suplementos em condições melhores no espaço veterinário.
Em resumo, tudo que tem nas mais de 30 unidades de negócios da Copercana, seja loja, unidade de grãos, distribuidora de combustíveis, centro de distribuição de insumos ou até mesmo uma moderna indústria de beneficiamento de amendoim, está dentro do Centro de Eventos quando começa a versão física do evento, ofertando os melhores negócios, não importa o tamanho da crise e nem a força do vírus.
Conhecimento
Dizem que o maior patrimônio que alguém pode ter é o conhecimento, pois ele, ninguém, exceto algum mal fisiológico, pode tirar de você. Quem gosta de acumular esse tipo de riqueza e conheceu o Agronegócios Copercana com certeza voltou toda vez que foi possível.
Em primeiro lugar pela enxurrada de palestras (virtuais e físicas) que abordam todo o tipo de assunto, depois pela exposição de produtos e soluções da feira, mas nada é igual a troca de informações que acontecem em milhares de rodas de conversa que são formadas.
Isso porque cooperados de regiões, tamanhos, tipos de solos, enfim, realidades completamente diferentes, trocam ideias com colaboradores, executivos e gestores da Copercana e representantes técnicos dos expositores num ambiente com o conforto necessário para a conversa durar horas, trazendo para estrada Herminio Bizio, número 28, bairro Chácaras Planalto, cidade de Sertãozinho, estado de São Paulo, país Brasil, continente América do Sul, planeta Terra; a fonte de uma espiral de informações tão forte que seria capaz de atingir um alienígena que navegasse distraído pelo espaço e com isso fizesse dele o maior expert do universo em cana e com tamanha sabedoria, com certeza não deixaria de visitar a edição seguinte do Agronegócios Copercana.