A cadeia de produção da cana-de-açúcar está mais sustentável em São Paulo

02/07/2021 Noticias POR: FERNANDA CLARIANO

O Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde mostra que a sustentabilidade é um diferencial estratégico do setor sucroenergético reconhecido no Brasil e no mundo

 

O Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde, uma iniciativa firmada entre o Governo do Estado de São Paulo, representado pelas Secretarias de Agricultura e Abastecimento e de Infraestrutura e Meio Ambiente, CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), e o setor sucroenergético paulista, representado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e a Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), foi assinado em 2017 com o objetivo de consolidar o desenvolvimento sustentável do setor sucroenergético e direcionar ações para a superação dos desafios trazidos pela mecanização da colheita da cana.

Desde então, o programa que foi um marco histórico e inédito enquanto iniciativa de parceria pela sustentabilidade com um setor produtivo vem mostrando bons frutos. Recentemente o governo do Estado apresentou em um webinar os resultados do "Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde" safra 20/21.

De acordo com os dados apresentados pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar no Estado, por exemplo, evitou a emissão de mais de 11,8 milhões de toneladas de CO2eq e de 71 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos). Ao longo desse período foram restabelecidos mais de 132.200 hectares de áreas ciliares e quase 7.300 nascentes declaradas, por meio do plantio de mais de 46,7 milhões de mudas nativas. "Conseguimos reduzir significativamente a emissão de CO2 equivalente. A área de colheita no Estado só aumentou e a área de queima hoje é inexistente ou residual", ressaltou o secretário.

Junqueira: "O Etanol Mais Verde é um dos programas mais bem-sucedidos da história do Estado de São Paulo"

 

Atualmente são 130 signatárias desse acordo, sendo 117 usinas (84% das unidades operantes em SP) e 13 associações de fornecedores de cana, representando mais de cinco mil produtores rurais (50% dos fornecedores de cana paulistas), responsáveis por 91% do processamento da cana-de-açúcar paulista e por 43% da produção nacional de etanol. No total, são 4,4 milhões de hectares compromissados com boas práticas agroambientais.

Ainda de segundo dados apresentados pelo secretário, também foram realizadas ações sociais de enfrentamento à pandemia da Covid-19, onde foram doados quase dois milhões de litros de álcool 70% beneficiando mais de 500 mil pessoas. Além disso, 90% das signatárias participam de estruturas regionais de prevenção e combate a incêndios florestais e para isso contam com 11.700 brigadistas e mais de 1.800 caminhões pipa.

Em relação à conservação e reuso da água, Junqueira lembrou que nos anos 90, o setor todo consumia mais de cinco milhões de metros cúbicos de água e esse número vem caindo e em 2021 ele significa menos da metade do apresentado em 2010. "A diminuição do consumo de água refletiu investimentos para atendimento às metas do Zoneamento Agroambiental da cana-de-açúcar, através das seguintes ações: fechamento de circuitos, com reuso de água; aprimoramento dos processos industriais - maior eficiência e redução da captação, avanço da colheita crua e limpeza da cana a seco".