A crise do etanol brasileiro

30/05/2014 Etanol POR: Jornal da Cidade - Bauru/SP
Indiscutivelmente o etanol brasileiro é muito competitivo e altamente viável como alternativa bioenergética mundial, tanto do ponto de vista tecnológico quanto de produção. Não é por acaso que o Brasil é referência na produção do biocombustível. Por quase duas décadas, entre 1970 e 1990, o Proálcool, conhecido como Programa Nacional do Álcool, foi o incentivo oferecido pelo governo brasileiro para amenizar a dependência exclusiva dos combustíveis derivados do petróleo que passava por uma crise mundial na época.
Nesse tempo, as principais montadoras de veículos do País desenvolveram e aperfeiçoaram o sistema de combustão a frio para a utilização do etanol como combustível. No programa, o governo federal brasileiro subsidiava a produção do combustível e o desenvolvimento das tecnologias de combustão automotiva. Em meados da década de 1990, a tecnologia flexfuel (flexibilidade de combustíveis) estava em fase de implantação entre as principais montadoras de automóveis do Brasil, era o final doProálcool.
Nesse período, grandes empreendimentos sucroenergéticos brasileiros se fundiram, formando conglomerados empresariais na intenção de agregar tecnologias e capital para continuarem no mercado de biocombustíveis nos anos subsequentes, que viriam com a implantação dessa nova técnica. Junto com essa nova tendência mercadológica também houve a remodelação estrutural das políticas corporativas nos empreendimentos, para se tornarem grupos com gestão atualizada e mais eficientes.
Em tese, uma combinação de fatores inerentes às políticas econômicas governamentais e as estruturas de gestão empresariais tem levado muitas unidades de processamento de cana a fecharem as portas e contabilizarem prejuízos milionários.
As políticas protecionistas do governo americano, com subsídios milionários ao etanol de milho produzido na América, somadas à falta de incentivos do governo brasileiro, mais a ineficiência administrativa de alguns empreendimentos do setor, contribuem para que a maior riqueza bioenergética brasileira esteja mergulhando em uma crise sem precedentes. A tecnologia flexfuel promoveu ao consumidor a livre escolha de consumo, entretanto, o consumo do etanol está muitas vezes maior que há 20 anos e competindo de igual com a gasolina e mesmo assim o setor sucroenergético pressiona o governo a aumentar a adição de etanol na gasolina brasileira, que é uma das piores do mundo em termos de qualidade. O Brasil é o que mais mistura etanol na gasolina, entre 20% e 25% de etanol para 80% a 75% de gasolina.
Em muitos casos a solução não seria somente aumentar a demanda de consumo do biocombustível, com a adição de mais etanol na gasolina e sim, investir em métodos que permitissem uma melhor gestão corporativa dos empreendimentos e, em contrapartida o governo deveria flexibilizar uma política mais eficiente ao setor ao invés de financiar refinarias de petróleo em outros países com capital nacional.
Sidney Aguiar - Especialista em Sustentabilidade Corporativa e Gestão de Projetos
Indiscutivelmente o etanol brasileiro é muito competitivo e altamente viável como alternativa bioenergética mundial, tanto do ponto de vista tecnológico quanto de produção. Não é por acaso que o Brasil é referência na produção do biocombustível. Por quase duas décadas, entre 1970 e 1990, o Proálcool, conhecido como Programa Nacional do Álcool, foi o incentivo oferecido pelo governo brasileiro para amenizar a dependência exclusiva dos combustíveis derivados do petróleo que passava por uma crise mundial na época.
Nesse tempo, as principais montadoras de veículos do País desenvolveram e aperfeiçoaram o sistema de combustão a frio para a utilização do etanol como combustível. No programa, o governo federal brasileiro subsidiava a produção do combustível e o desenvolvimento das tecnologias de combustão automotiva. Em meados da década de 1990, a tecnologia flexfuel (flexibilidade de combustíveis) estava em fase de implantação entre as principais montadoras de automóveis do Brasil, era o final doProálcool.
Nesse período, grandes empreendimentos sucroenergéticos brasileiros se fundiram, formando conglomerados empresariais na intenção de agregar tecnologias e capital para continuarem no mercado de biocombustíveis nos anos subsequentes, que viriam com a implantação dessa nova técnica. Junto com essa nova tendência mercadológica também houve a remodelação estrutural das políticas corporativas nos empreendimentos, para se tornarem grupos com gestão atualizada e mais eficientes.
Em tese, uma combinação de fatores inerentes às políticas econômicas governamentais e as estruturas de gestão empresariais tem levado muitas unidades de processamento de cana a fecharem as portas e contabilizarem prejuízos milionários.
As políticas protecionistas do governo americano, com subsídios milionários ao etanol de milho produzido na América, somadas à falta de incentivos do governo brasileiro, mais a ineficiência administrativa de alguns empreendimentos do setor, contribuem para que a maior riqueza bioenergética brasileira esteja mergulhando em uma crise sem precedentes. A tecnologia flexfuel promoveu ao consumidor a livre escolha de consumo, entretanto, o consumo do etanol está muitas vezes maior que há 20 anos e competindo de igual com a gasolina e mesmo assim o setor sucroenergético pressiona o governo a aumentar a adição de etanol na gasolina brasileira, que é uma das piores do mundo em termos de qualidade. O Brasil é o que mais mistura etanol na gasolina, entre 20% e 25% de etanol para 80% a 75% de gasolina.
Em muitos casos a solução não seria somente aumentar a demanda de consumo do biocombustível, com a adição de mais etanol na gasolina e sim, investir em métodos que permitissem uma melhor gestão corporativa dos empreendimentos e, em contrapartida o governo deveria flexibilizar uma política mais eficiente ao setor ao invés de financiar refinarias de petróleo em outros países com capital nacional.
Sidney Aguiar - Especialista em Sustentabilidade Corporativa e Gestão de Projetos