Já não é mais um pensamento futurista, as soluções de defensivos biológicos e fertilizantes especiais são uma realidade e devem progredir sua influência, trabalhando de maneira integrada com as ferramentas químicas, numa nova maneira de se tratar o solo e a cultura que com certeza signifi cará na abertura de uma nova fronteira do agro nacional, sem precisar aumentar um hectare em área.
Para traçar esse cenário, a Revista Canavieiros conversou com o Wilson Romanini, CEO do Grupo Vittia, umas das organizações empresariais mais dinâmicas e inovadoras do segmento, que ao ultrapassar os cinquenta anos de estrada, culminou como resultado de um trabalho constante na evolução da governança de suas atividades, num IPO (abertura de ação na bolsa) bem-sucedido.
Além da conversa que vai atualizar o leitor no ponto exato que essa categoria de insumo está, a reportagem teve acesso à nova fábrica de defensivos biológicos. Tamanha sua magnitude tecnológica passou a sensação de que estávamos acompanhados de Willy Wonka conhecendo a fantástica fábrica de chocolates. Boa Leitura!
Revista Canaveiros: Tudo começou com a produção de inoculantes para a soja há 50 anos. Qual a trajetória desse período não somente do Grupo Vittia, mas também dos produtos inovadores que ela disponibilizou ao mercado?
Wilson Romanini: Começamos fazendo inoculantes. Esse produto tem um símbolo bem positivo dentro do agro. Com ele foi possível deixar totalmente fora o adubo químico nitrogenado da soja, o que foi fundamental para a evolução da cultura no Brasil. Pois a solução trouxe uma diferença importante na relação de custos ao produtor. Trabalhamos intensamente com inoculantes entre 1971 e 1998 quando ampliamos o portfólio por meio da construção de uma fábrica de fertilizantes especiais, o que nos deu intensidade para crescer nossa atuação em todo o território brasileiro e também na atuação em outras culturas como algodão, café, citrus, milho. Nós atendemos hoje todas as culturas de A a Z.
Revista Canavieiros: E na gestão? Como foi o processo de abertura para o mercado?
Romanini: Com crescimento constante, em 2009 começamos a chamar a atenção de outros fundos de investimentos, já tínhamos alguns parceiros estratégicos mas vimos através desse caminho uma forma de manutenção da evolução do negócio tanto de forma orgânica (interna) como inorgânica (através da compra de outras empresas). Outro ponto foi que essa estratégia nos forçaria a adotar medidas relacionadas à governança do negócio, inclusive a familiar, muito positiva para o desenvolvimento da companhia.
Revista Canavieiros: E quanto a compra de outros players, como tudo começou?
Romanini: Por volta de 2016 montamos um planejamento estratégico que deixou muito claro a sinergia com o que fazemos e a atividade de produção de defensivos biológicos. Foi quando olhamos para o mercado e encontramos a Biovalens. Após esse período fi zemos novas aquisições, inclusive uma empresa de organominerais (Vitória Fertilizantes) e outra de produtos biológicos (JB Biotecnologia). Esse é nosso trilhar. Nós estamos ao lado do produtor levando tecnologia, diferenciais e buscando o aumento de produtividade. Essa é nossa tônica de negócio. Acreditamos nesse segmento com grande potencial para ofertar inovação ao mercado, ele tem um espaço enorme de crescimento pensando no trabalho de forma consorciada com os defensivos químicos, entregando incrementos de produtividade além de um grande salto em relação a sustentabilidade.
Revista Canavieiros: E chegaram agora ao IPO.
Romanini: Dentro dessa evolução, com um processo de governança e compliance muito bem instituído, estávamos preparados para abrir o capital. O que é mais uma amostra que nossa empresa é diferente, que acredita no agro, e que vai crescer em proporções bastante interessantes, de maneira contínua e sustentável.
Revista Canavieiros: Quais serão os próximos passos do grupo pensando em crescimento?
Romanini: A estratégia é híbrida, nós vemos de uma forma muito clara o potencial de crescimento orgânico, das tecnologias que temos e estamos trabalhando de forma intensa. Hoje temos aqui dentro um departamento de pesquisa& desenvolvimento com 60 profi ssionais envolvidos, isso é um grande diferencial, não tem empresa do nosso segmento que reúne esse volume de profi ssionais trabalhando. Por outro lado, fizemos nos últimos anos quatro aquisições, então pensando em crescimento, temos essa parte inorgânica também, inclusive com a questão da abertura de capital que é mais uma forma interessante de reforçar o caixa. Esse fato nos permitirá continuar nosso processo de crescimento.
Revista Canavieiros: Sobre obstáculos, quais os maiores?
Romanini: Eu não vejo obstáculos, acredito que o agro é altamente dinâmico, ele está numa crescente muito grande, se consolidando como um dos pilares econômicos.
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