A política como tempero para a economia e o agronegócio brasileiro

23/06/2021 Cana-de-Açúcar POR: Marino Guerra

A live de encerramento do sétimo dia do Agronegócios Copercana 2021 trouxe dois grandes nomes do pensamento político-econômico brasileiro para responderem uma série de dúvidas sobre como a instabilidade política, causada em muito pela pandemia, pode influenciar num momento positivo que o agro brasileiro vive.

Com oferecimento da Cocred, o evento contou com a mediação do diretor de negócios da Sicoob Cocred, Gabriel Pascon; do jornalista e economista, Alexandre Garcia; e do professor do Insper e Esalq e ex-presidente da Unica, Marcos Jank.

A primeira questão foi sobre a insegurança alimentar que ainda afeta quase que 1/3 da população mundial, onde Jank acredita que o Brasil vai continuar cada vez mais sendo protagonista como um dos principais fornecedores, com ganho de produção vindo para áreas sobre pastagens e na produtividade.

Em seguida, Alexandre Garcia foi incentivado a falar sobre qual foi o principal problema político do primeiro semestre de 2021. Para o jornalista o principal fato foi manter o entusiasmo da população.

Na sua visão, assim como o milagre econômico dos anos 70, quando o PIB cresceu acima dos 10%, o maior segredo foi o otimismo dos empreendedores, dos empresários, sendo o mesmo cenário enxergado por ele agora, lógico que após o baque inicial da pandemia.

E finalizou lembrando que já ter no horizonte a expectativa de crescimento por volta dos 5% no final do ano é a prova do que é possível fazer quando a população não perde o seu ânimo.

Ainda sobre crescimento, Jank lembrou que o mundo passa por um momento de ciclo de alta nos preços das commodities globais dos mesmos moldes vividos em 2008, mas causado pelo rompimento de cadeias produtivas em especial na China e outros países asiáticos.

Nesse contexto, o Brasil se destacou como um dos players exportadores de maior competência suportando a firme demanda mundial.

Sobre a duração desse período, o professor acredita que ele deve permanecer até pelo menos o final de 2022 e que a questão mais importante que o país precisa responder é a inflação, mas que esse é o problema que o mercado precisa encarar e não medidas populistas.

Quando o assunto foi para as grandes agendas do agro, os convidados falaram em diminuição do Market share da China, na ampliação de produtos exportados, mas também em tomar cuidado com propostas que buscam taxar o agro, tirando sua performance internacional.

Para encerrar tanto Garcia como Jank fizeram questão de parabenizar a ministra Tereza Cristina, bem como todos os atores do governo federal envolvidos na configuração de um plano safra extremamente surpreendente, onde apesar da natural alta dos juros em relação ao ano passado, ele contemplará áreas do agro importantes, como a agricultura de baixo carbono, a familiar, a estocagem e o seguro agrícola. 

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