A presença das mulheres no agro

31/03/2021 Noticias POR: Eddie Nascimento

“Cana Substantivo Feminino” realizou uma série de debates com temas do universo feminino no setor sucroenergético

 

As mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço em setores que antes eram só comandados por homens.

Essa tendência não tem sido diferente no agronegócio. Para se ter uma ideia do aumento da participação feminina no setor, um levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) revelou que a maior parte dos novos alunos que se inscrevem em programas de desenvolvimento de novas lideranças, o CNA Jovem é do sexo feminino.

Segundo o programa, em 2019 o percentual de mulheres finalistas da etapa nacional aumentou de maneira considerável, um reflexo de uma tendência que tem sido comum em todas as áreas.

Ocupando cada vez mais posições de destaque dentro de corporações, presidências ou gerências, elas são líderes em profissionalismo e dedicação.

Um evento que tradicionalmente acontece e mostra todo o conhecimento delas no setor sucroenergético é o “Encontro Cana Substantivo Feminino”, que tem como foco promover a discussão de temas além de celebrar o mês de março, em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”.

Por conta da pandemia da Covid-19 o “Encontro Cana Substantivo Feminino”, que está em sua décima edição, teve que ser realizado de maneira virtual.

Segundo a jornalista e organizadora, Luciana Paiva, foi uma reinvenção, pois o encontro foi criado justamente para que as mulheres pudessem ter uma interação mais amistosa. “Encontro Cana Substantivo Feminino é um evento que tem a necessidade de acontecer de forma presencial, pois além de troca de informações, é um encontro de gente com gente, com tecnologias e de confraternização”, revela.

Segundo Luciana, o encontro é todo preparado para que elas possam ter contato umas com as outras, com as novas tecnologias do setor, façam test-drives, discutam sobre os desafios em suas áreas de atuação, além de buscarem novas parcerias.

“Elas adoram se sentir valorizadas, de ser o centro de atenção, pelo menos em um único evento do setor. Por isso, me esforço para que o evento seja gratuito, para que as empresas liberem suas profissionais e, para conseguir muitos mimos para oferecer à elas”, explica Luciana.

Para este ano, por ser de maneira online, o “Encontro Cana Substantivo Feminino” fez um levantamento de temas que as mulheres gostariam de discutir. Foram feitas solicitações para que as profissionais de unidades sucroenergéticas, de empresas fornecedoras do setor e produtoras rurais pudessem participar dos debates.

Os convites, de acordo com Luciana Paiva, foram feitos para usinas, empresas e associações de cana, para que essas pudessem indicar profissionais para cada tema.

“Um exemplo é o tema ‘Mulheres na Liderança’. Na área de cana-de-açúcar, não dá pra falar sem a presença da Maria Christina Pacheco. Ela não só administra seu negócio como produtora de cana, mas também como a única líder mulher entre os fornecedores de cana, isso já por anos”, destaca Luciana Paiva.

Ao longo deste mês de março aconteceram 10 lives. Os temas foram definidos e as debatedoras foram:

º Tema - “Preparando as empresas do agro para a diversidade e inclusão no ambiente de trabalho”

Foi discutido o papel dos gestores da área de pessoas para abrir as organizações para a diversidade de gênero, de etnia, de religião e minorias. Participaram do debate Silvana Sacramento, diretora de Pessoas da Atvos; Mayra Theis, sócia da PwC Brasil; Sandra Schiavetto, consultoria Personalizada para Empresas;  e, Valeska Nunes, da Ação Consultoria & Treinamento.

2º Tema – “Mulheres na liderança”

Participaram do debate Tatiana Goncalves de Moura, supervisora recursos humanos da Biosev; Maria Christina Pacheco, produtora de cana, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Capivari (Assocap), diretora da Orplana e presidente do Consecana; Sheila Fonseca, vice-presidente de RH da AGCO América do Sul; e, Mariana Castanho, diretora comercial da área Leste da Corteva Agriscience.

3º Tema - “Mais mulheres no setor sucroenergético”

Nesse encontro as lideranças de empresas sucroenergéticas foram questionadas sobre o que suas companhias fazem ou farão para aumentar a presença feminina entre seus colaboradores. Participaram do debate Thaís Fornícola Neves, diretora agroindustrial Raízen do Polo Piracicaba, SP; Renata de Castro Moda Martins, gerente recursos humanos da Biosev; Mário Luiz Lorencatto, CEO da Usina Coruripe; e, Fernanda Kruse, gerente de Pessoas da Atvos.

4º Tema – “Sucessão e governança familiar – as herdeiras buscam seu espaço”

Participaram do debate Andrea Sanches, presidente do Conselho da Cerradinho Bioenergia, Chapadão do Céu, GO; Célia Picon, consultora e associada da Cambridge Family Enterprise Group; João Bosco Silva, Consultor Sênior e Sócio da Cambridge Family Enterprise Group–Brasil; Mirela Gradim, superintendente da Cooperativa Agroindustrial (Coplana); e, Danielle Baratela, produtora Rural, Fazenda Santa Cecília, em Jaboticabal.

5º Tema – “As mulheres por todos os cantos do setor”

Nesse encontro foram debatidas as várias áreas em que as mulheres marcam presença no setor sucroenergético. Participaram Aline Silva, gerente de projetos de cana no ‘Solidaridad’; Vanessa Fabíola Pereira de Carvalho, analista de monitoramento operações corporativas PL, da Biosev; Daline Barros, engenheira-agrônoma, setor de Aplicação de Defensivos Agrícola da Usina Coruripe, em Alagoas;

Soraya Pires, gerente corporativa de Originação de cana-de-açúcar da BP Bunge; e, Daniela Rodrigues, coordenadora de Comunicação da Jalles Machado S.A.

6º Tema – “Inovações tecnológicas e melhores práticas de manejo para a obtenção de canaviais de alto desempenho”

Participaram Patrícia Fontoura - gerente de Planejamento e Desenvolvimento Agronômico na COFCO International; Inês Janegitz, gerente agrícola da Usina Atena, localizada em Martinópolis, São Paulo; Sandra Maria da Silva, coordenadora de Irrigação da Usina Coruripe Matriz, de Coruripe, em Alagoas; e, Fabiana Ascencio, gerente agronômica do polo Piracicaba, da Raízen.

7º Tema – “A adoção do manejo sustentável na formação de lavouras mais produtivas por muitos anos”

Foram discutidas as práticas como controle biológico de pragas, o uso de bioinsumos na fertilização, inoculantes microbiológicos, rotação de cultura e diversificação de atividade. Participaram Darly Baptista, produtora e engenheira-agrônoma da Estância Jatobá, em Orindiúva (SP); Joice Natália Sossai, supervisora de Tecnologia Agrícola na Vale do Xingu, em Porto Ferreira (SP); Raffaella Rossetto, pesquisadora científica V da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA) e pesquisadora científica do Instituto Agronômico (IAC); e, Paola Zanotta Dumit, sócia-proprietária da Fazenda Nascentes do Pinga, em Piracicaba (SP).

8º Tema – “Elas dominam as máquinas”

 O debate foi em torno da presença feminina na direção de rodotrens ao joystick das colhedoras de cana, dos tratores canavieiros e também na manutenção das máquinas. Participaram do bate-papo Ariene Souza, gerente de Manutenção Automotiva na Raízen, polo Jaú (SP); Karine Assunção, engenheira de Confiabilidade, unidade Pedro Afonso (TO), da BP Bunge; Patricia Pires Colichio, operador máquinas III na Biosev; Liamar Paixao De Sousa, motorista III na Biosev; e, Gabriela Quessada Maier, engenheira-agrônoma e analista de geotecnologia na Pedra Agroindustrial.

9º Tema – “Elas na Indústria - da extração do caldo à gestão da área e a dobradinha agrícola e indústria”

Participaram Michele Shibata, gerente de processos na Biosev; Fabiana Barrocal, gerente industrial na Raízen; Ana Cristina Balan Oliveira Roque, gerente corporativa de Processos Industriais e Engenharia, da BP Bunge; e, Roberta Arena Ventura, engenheira química - coordenadora de laboratório e qualidade na Pedra Agroindustrial.

10º Tema – “A participação feminina na área de insumos para o setor sucroenergético”

Participaram Doralice Ferreira Alves, agrônoma de Desenvolvimento de Mercado da Koppert; Thaís Athayde Briso, gerente de suprimentos da Biosev; e, Maria Carolina Violante, gerente de vendas da Corteva.

As lives foram transmitidas através do Youtube, Facebook e LinkedIn da CanaOnline.

Para 2022, Luciana Paiva espera voltar com o evento de forma presencial. “Se Deus quiser, em 2022 voltaremos à forma presencial. Para isso, é preciso ter vacinas para todos”, frisa.

Porém, essa volta depende da vacinação dos profissionais. “Sem garantias as empresas não liberam seus profissionais para participarem de eventos mesmo que estejam liberados pelos governos. E nem nós o faremos”, finaliza.

Luciana Paiva: “Encontro Cana Substantivo Feminino é um evento que tem a necessidade de acontecer de forma presencial, pois além de troca de informações, é um encontro de gente com gente, com tecnologias e de confraternização”