Aberta a temporada de safra da cana-de-açúcar

03/03/2016 Cana-de-Açúcar POR: A Cidade
A safra 2016/2017 de cana-de açúcar começou na segunda-feira (1º) com a Usina Batatais adiantando a colheita em 13 dias em relação ao ano passado. Segundo José Carlos de Lima Júnior, consultor da Markestrat, em 2016, com a valorização do comércio global de açúcar e a alta do dólar, o setor sucroenergético brasileiro pode começar a se recuperar da crise sofrida entre 2008 e 2014.
“O redirecionamento da produção de açúcar da Índia, que reduziu em três quartos a sua produção direcionada ao mercado mundial, criou um déficit na oferta do produto no mercado internacional. Assim, a cotação da commodity cresceu no comércio mundial. O Brasil também se beneficia da valorização do dólar, uma vez que a produção brasileira fica mais competitiva”, avalia Júnior.
Todavia, o consultor ressalta que a alta do dólar também prejudicou algumas usinas, pois, com a desvalorização do real, a dívida das empresas do setor sucroenergético cotadas na moeda norte-americana se eleva, dificultando a geração de divisas para pagar as amortizações do passivo.
O presidente da Usina Batatais, Bernardo Biagi, acredita que a recuperação do setor sucroenergético pode ser parcial neste ano. “Você não consegue em um ano modificar quatro anos de prejuízo. Não vai ser um ano de lucro, que vai pagar tudo, mas muito melhor que os anteriores”, comenta o empresário.
Para Júnior, outro fator que afetou as usinas de cana-de-açúcar entre 2008 e 2014 foi a isenção fiscal das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – imposto cobrado sobre os combustíveis fósseis – para estimular a economia brasileira a partir de 2009. “O retorno da cobrança parcial da Cide na gasolina a partir do ano passado deixou o etanol um pouco mais competitivo. Porém, se a volta da Cide fosse integral, o etanol ficaria ainda mais forte”, comenta o consultor.
Cresce produção de açúcar
A Usina Batatais e a sua filial de Lins esperam ter uma produção de cana de açúcar de 6,85 milhões de toneladas, representando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. A empresa deve dividir a produção em 48% de açúcar e 52% de etanol para a safra de 2016/2017.
De acordo com Bernardo Biagi, presidente da usina, esse percentual representa a menor diferença na produção entre os dois produtos. “O decréscimo da produção de etanol foi de 4% e houve um aumento de 30% na produção de açúcar”, disse Biagi.
Para o empresário, há a tendência de a produção de etanol se equilibrar e o açúcar ter um crescimento significativo. “A tendência para este ano é o etanol se estabilizar ou aumentar pouco e açúcar ter um aumento mais expressivo.” Assim, a diferença do mix entre os dois produtos vai diminuir, com o crescimento da produção de açúcar.
Valorização da biomassa de 2ª geração
O bagaço da cana-de-açúcar também pode se mostrar como uma fonte lucrativa, uma vez que o resíduo da produção pode ser reaproveitado para a geração de biocombustíveis.
De acordo com Marcelo Elias dos Santos, doutorando da FEA-RP/USP e professor da Estácio/Uniseb, que participou da elaboração de um relatório das Nações Unidas sobre biocombustíveis, a biomassa de segunda geração tornou-se uma alternativa viável.
“O relatório indica que os biocombustíveis de segunda geração transformaram-se em uma realidade comercial”, disse o pesquisador. 
 
A safra 2016/2017 de cana-de açúcar começou na segunda-feira (1º) com a Usina Batatais adiantando a colheita em 13 dias em relação ao ano passado. Segundo José Carlos de Lima Júnior, consultor da Markestrat, em 2016, com a valorização do comércio global de açúcar e a alta do dólar, o setor sucroenergético brasileiro pode começar a se recuperar da crise sofrida entre 2008 e 2014.
“O redirecionamento da produção de açúcar da Índia, que reduziu em três quartos a sua produção direcionada ao mercado mundial, criou um déficit na oferta do produto no mercado internacional. Assim, a cotação da commodity cresceu no comércio mundial. O Brasil também se beneficia da valorização do dólar, uma vez que a produção brasileira fica mais competitiva”, avalia Júnior.
Todavia, o consultor ressalta que a alta do dólar também prejudicou algumas usinas, pois, com a desvalorização do real, a dívida das empresas do setor sucroenergético cotadas na moeda norte-americana se eleva, dificultando a geração de divisas para pagar as amortizações do passivo.
O presidente da Usina Batatais, Bernardo Biagi, acredita que a recuperação do setor sucroenergético pode ser parcial neste ano. “Você não consegue em um ano modificar quatro anos de prejuízo. Não vai ser um ano de lucro, que vai pagar tudo, mas muito melhor que os anteriores”, comenta o empresário.

 
Para Júnior, outro fator que afetou as usinas de cana-de-açúcar entre 2008 e 2014 foi a isenção fiscal das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – imposto cobrado sobre os combustíveis fósseis – para estimular a economia brasileira a partir de 2009. “O retorno da cobrança parcial da Cide na gasolina a partir do ano passado deixou o etanol um pouco mais competitivo. Porém, se a volta da Cide fosse integral, o etanol ficaria ainda mais forte”, comenta o consultor.
Cresce produção de açúcar
A Usina Batatais e a sua filial de Lins esperam ter uma produção de cana de açúcar de 6,85 milhões de toneladas, representando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. A empresa deve dividir a produção em 48% de açúcar e 52% de etanol para a safra de 2016/2017.
De acordo com Bernardo Biagi, presidente da usina, esse percentual representa a menor diferença na produção entre os dois produtos. “O decréscimo da produção de etanol foi de 4% e houve um aumento de 30% na produção de açúcar”, disse Biagi.
Para o empresário, há a tendência de a produção de etanol se equilibrar e o açúcar ter um crescimento significativo. “A tendência para este ano é o etanol se estabilizar ou aumentar pouco e açúcar ter um aumento mais expressivo.” Assim, a diferença do mix entre os dois produtos vai diminuir, com o crescimento da produção de açúcar.
Valorização da biomassa de 2ª geração
O bagaço da cana-de-açúcar também pode se mostrar como uma fonte lucrativa, uma vez que o resíduo da produção pode ser reaproveitado para a geração de biocombustíveis.
De acordo com Marcelo Elias dos Santos, doutorando da FEA-RP/USP e professor da Estácio/Uniseb, que participou da elaboração de um relatório das Nações Unidas sobre biocombustíveis, a biomassa de segunda geração tornou-se uma alternativa viável.
“O relatório indica que os biocombustíveis de segunda geração transformaram-se em uma realidade comercial”, disse o pesquisador.