Abril com cara de março

12/03/2023 Noticias POR: Marino Guerra

Molhado, primeiro mês da safra que promete ser da retomada da produtividade derrapa na poça do carreador

Frente de colheita parada em decorrência da chuva

Logo nos primeiros dias de abril, os habitantes dos municípios canavieiros estão habituados a ouvirem o estalo das caldeiras, moendas e difusores das usinas quebrando a ferrugem da entressafra nos primeiros movimentos, aos observadores, também é época da fumaça branca emitida das chaminés comporem a paisagem do horizonte.

Para quem circula pelos carreadores e estradas vicinais, também é tempo de maior atenção, isso porque cresce bastante o fluxo de caminhões, seja os romeu e julieta e treminhões canavieiros, os pranchas transportando as monstruosas colhedoras que descansam em suas carrocerias ou os tanques de fibra de vidro com a fumegante vinhaça.

Porém, este ano, o abril foi meio diferente, a sensação é de que o mês de março ainda não havia terminado. Primeiro pela alta quantidade de chuva que se fez presente pelo menos um dia de cada semana em volumes expressivos.

Outro detalhe foram as muitas áreas que estavam recebendo a turma do plantio de cana e muitas outras cultivando tiguera de soja e amendoim enquanto aguardam a vez para receber o novo canavial.

Embora fora do normal, esse cenário não pode ser considerado um problema grave, até porque as águas tardias são importantes para dar sustentação ao plantio e o atraso na colheita ainda não é tão forte ao ponto de ameaçar bisar a cana, por exemplo.

Há uma máxima no campo que fala que se não vier em forma extremamente violenta (como pedra e vento), o agricultor não deve reclamar da chuva, pois os desafios com sua presença são muito mais maleáveis se comparados no ambiente em que ela está ausente.

Então bora para o campo porque produtor bom não freia no atoleiro do carreador.