Açúcar: mercado internacional segue com preço da commodity valorizado

26/09/2014 Açúcar POR: Agência UDOP de Notícias
A falta de agilidade do Ministério da Agricultura faz o Brasil perder mercados e competitividade.
"Há uma necessidade da profissionalização da Agricultura. O país precisa ter um ministério fortalecido e que não sirva apenas para conchavos ou para ser dividido entre partidos".
A indignação é de quem já viveu o dia dia do Ministério da Agricultura, o ex-ministro Francisco Turra. "Normalmente não sou crítico, mas estou indignado com o que está acontecendo", diz ele.
Turra deixa claro que este problema não é exclusivo do ministério atual, mas de uma situação que vem se perpetuando há muito tempo. E esse acúmulo de burocracia faz, no entanto, que os problemas atuais não sejam resolvidos.
Turra, presidente-executivo da Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal), está preocupado com a demora na publicação do decreto do novo texto do Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal).
É uma regulamentação higiênico-sanitária e tecnológica do processo de obtenção do produto de origem animal para consumo humano ou animal.
Uma legislação ainda dos anos 1950, quando o foco era o produto final, necessita ser atualizada para o cenário atual, quando o foco deve visar do processo de produção à comercialização.
Houve consulta pública e ampla discussão sobre o assunto, mas sempre há alguém discordando de algum ponto e o regulamento não sai.
"O que o governo precisa entender é que o Brasil está mudando e o setor de proteínas ocupa um bom espaço nas exportações." Para que o país consiga manter essa expansão é preciso de uma modernização, diz Turra.
"A fragmentação das decisões e a briga dentro do próprio governo por grupos que querem ocupar espaço criam um sério problema de competitividade para o setor."
Turra cita o exemplo da Rússia que, após liberar 90 frigoríficos, ainda tem dificuldades de obter o produto brasileiro devido à falta de certificação para muitos desses estabelecimentos.
Outro exemplo é que os mexicanos liberaram a importação de 100 mil toneladas de peru brasileiro. Os embarques ainda não ocorreram porque não se decidiu quais as empresas que serão habilitadas a exportar. Essa decisão não seria difícil, uma vez que só existem duas empresas com esse perfil no Brasil.
Depois de terem chegado aos menores valores dos últimos meses, os preços do açúcar têm demonstrado uma valorização no mercado internacional. Nesta quinta-feira (25), na bolsa de Nova York, a commodity subiu oito pontos e foi negociada, no vencimento outubro/14, a 14,70 centavos de dólar por libra-peso.
Em Londres, no vencimento dezembro/14, o açúcar subiu 3 dólares no comparativo com a véspera, com negócios firmados em US$ 418,50 a tonelada. 
Mercado interno
No mercado interno, a commodity voltou a subir. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, as usinas paulistas negociaram o açúcar cristal a R$ 44,47 a saca de 50 quilos, alta de 0,82% no comparativo com a véspera.
Etanol
O preço do etanol hidratado nas usinas paulistas teve mais uma retração, de acordo com o índice Esalq/BVMF. O biocombustível registrou uma queda de 0,67% no comparativo com a véspera e foi comercializado em R$ 1.107,00 o metro cúbico.
Patrícia Mendonça