Açúcar: NY cede com correção; clima no Brasil ainda é fator de pressão

15/10/2015 Açúcar POR: Agência Estado
O mercado futuro de açúcar demerara perdeu força ontem e devolveu parte dos ganhos registrados na semana passada na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Dois fatores determinaram a inversão do curso altista: a reação do dólar, que fechou ontem a R$ 3,8720 (+2,23%), e deve estimular as exportações, e o comportamento dos fundos de investimento e especuladores, que liquidaram parte das posições adquiridas na semana passada. O contrato do demerara com vencimento em março perdeu 41 pontos (2,88%) e fechou a 13,83 cents por libra-peso.
O relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), divulgado na sexta-feira, mostrou que os participantes haviam elevado seu saldo líquido comprado de 25.992 lotes no dia 29 de setembro para 91.808 no dia 6. O analista da FCStone, João Paulo Botelho, destacou a cautela nas apostas de alta para a commodity, já que, para ele, o aumento do saldo comprador se deveu mais ao cancelamento de posições vendidas do que à abertura de posições compradas.
O fechamento em queda ontem ocorreu após o demerara ter rompido a resistência dos 14 cents por libra-peso na sexta-feira, quando encerrou a 14,19 cents. A última vez que este patamar tinha sido observado foi em 20 de maio, com o contrato com vencimento em março de 2016 fechando a R$ 14,17. Na sequência mais recente, a commodity havia saído do piso de 11,56 cents, registrado no dia 23 de setembro.
Nos próximos dias, o mercado deverá oscilar em função de três fatores: atualizações sobre o clima no Brasil, comportamento do dólar ante o real e a perspectiva de déficit global de açúcar na temporada 2015/16 (outubro 2015 a setembro 2016), pela primeira vez em cinco safras. Na semana passada, o Green Pool, grupo de especialistas em commodities, estimou que a demanda mundial deverá superar a produção em 5,6 milhões de t no período.
As cotações podem continuar pressionadas por previsões feitas por agências de meteorologia para a região Centro-Sul do Brasil, de clima mais seco que o verificado na média histórica para o mês de outubro. Se a estimativa se confirmar nos próximos dias, a colheita pode ocorrer de forma mais acelerada e ficar entre 590 milhões e 600 milhões de toneladas.
Neste caso, a oferta brasileira de açúcar será mais ampla do que a estimada inicialmente, ainda que as usinas tendam a destinar parcela maior de cana para a produção de etanol, avaliam analistas. Na semana passada, o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, disse que “nas últimas quinzenas as empresas têm priorizado a fabricação de etanol".
Apesar desta possibilidade, o retorno ao suporte de 11,50 cents, observado em meados de setembro, é pouco provável. O prognóstico de falta de açúcar no mercado internacional deve dar alguma sustentação e equilibrar as cotações da commodity. Além disso, analistas da consultoria Archer lembram que os fundos observam a queda de 7,4% da commodity no acumulado do ano e avaliam haver "bom potencial ainda para subir, principalmente porque há um ano era negociado a 16,92 cents e o cenário fundamental é mais positivo hoje".
Apesar da queda observada na sessão de terça-feira, o mercado do demerara continua invertido em Nova York. O primeiro vencimento (março/16) se mantém mais valorizado do que os contratos mais distantes, influenciado pela menor participação de usinas brasileiras nos contratos com este vencimento. Elas negociam mais para julho, outubro e maio, reduzindo as cotações de papeis com estes vencimentos, segundo analistas. O spread março/maio diminui de 28 pontos na sexta-feira para 18 pontos ontem.
Os futuros de açúcar em Nova York trabalharam em queda na maior parte do pregão de terça-feira. O vencimento março/16 perdeu 41 pontos (2,88%) e encerrou a 13,83 cents. A máxima foi de 14,25 cents e a mínima, de 13,76 cents.
O valor à vista em reais do indicador do açúcar Esalq fechou ontem a R$ 62,57/saca (+1,87%). Em dólar, o preço ficou em US$ 16,16/saca (-1,28%). Fonte: Agência Estado 
O mercado futuro de açúcar demerara perdeu força ontem e devolveu parte dos ganhos registrados na semana passada na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Dois fatores determinaram a inversão do curso altista: a reação do dólar, que fechou ontem a R$ 3,8720 (+2,23%), e deve estimular as exportações, e o comportamento dos fundos de investimento e especuladores, que liquidaram parte das posições adquiridas na semana passada. O contrato do demerara com vencimento em março perdeu 41 pontos (2,88%) e fechou a 13,83 cents por libra-peso.
O relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), divulgado na sexta-feira, mostrou que os participantes haviam elevado seu saldo líquido comprado de 25.992 lotes no dia 29 de setembro para 91.808 no dia 6. O analista da FCStone, João Paulo Botelho, destacou a cautela nas apostas de alta para a commodity, já que, para ele, o aumento do saldo comprador se deveu mais ao cancelamento de posições vendidas do que à abertura de posições compradas.

O fechamento em queda ontem ocorreu após o demerara ter rompido a resistência dos 14 cents por libra-peso na sexta-feira, quando encerrou a 14,19 cents. A última vez que este patamar tinha sido observado foi em 20 de maio, com o contrato com vencimento em março de 2016 fechando a R$ 14,17. Na sequência mais recente, a commodity havia saído do piso de 11,56 cents, registrado no dia 23 de setembro.
Nos próximos dias, o mercado deverá oscilar em função de três fatores: atualizações sobre o clima no Brasil, comportamento do dólar ante o real e a perspectiva de déficit global de açúcar na temporada 2015/16 (outubro 2015 a setembro 2016), pela primeira vez em cinco safras. Na semana passada, o Green Pool, grupo de especialistas em commodities, estimou que a demanda mundial deverá superar a produção em 5,6 milhões de t no período.
As cotações podem continuar pressionadas por previsões feitas por agências de meteorologia para a região Centro-Sul do Brasil, de clima mais seco que o verificado na média histórica para o mês de outubro. Se a estimativa se confirmar nos próximos dias, a colheita pode ocorrer de forma mais acelerada e ficar entre 590 milhões e 600 milhões de toneladas.
Neste caso, a oferta brasileira de açúcar será mais ampla do que a estimada inicialmente, ainda que as usinas tendam a destinar parcela maior de cana para a produção de etanol, avaliam analistas. Na semana passada, o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, disse que “nas últimas quinzenas as empresas têm priorizado a fabricação de etanol".
Apesar desta possibilidade, o retorno ao suporte de 11,50 cents, observado em meados de setembro, é pouco provável. O prognóstico de falta de açúcar no mercado internacional deve dar alguma sustentação e equilibrar as cotações da commodity. Além disso, analistas da consultoria Archer lembram que os fundos observam a queda de 7,4% da commodity no acumulado do ano e avaliam haver "bom potencial ainda para subir, principalmente porque há um ano era negociado a 16,92 cents e o cenário fundamental é mais positivo hoje".

 
Apesar da queda observada na sessão de terça-feira, o mercado do demerara continua invertido em Nova York. O primeiro vencimento (março/16) se mantém mais valorizado do que os contratos mais distantes, influenciado pela menor participação de usinas brasileiras nos contratos com este vencimento. Elas negociam mais para julho, outubro e maio, reduzindo as cotações de papeis com estes vencimentos, segundo analistas. O spread março/maio diminui de 28 pontos na sexta-feira para 18 pontos ontem.

Os futuros de açúcar em Nova York trabalharam em queda na maior parte do pregão de terça-feira. O vencimento março/16 perdeu 41 pontos (2,88%) e encerrou a 13,83 cents. A máxima foi de 14,25 cents e a mínima, de 13,76 cents.
O valor à vista em reais do indicador do açúcar Esalq fechou ontem a R$ 62,57/saca (+1,87%). Em dólar, o preço ficou em US$ 16,16/saca (-1,28%).