Valor atinge picos significativos e notícias apontam para preços melhores
A espera foi dura, muita gente não conseguiu resistir, mas assim como numa maratona, quem permanece no mercado de açúcar, já consegue enxergar a linha de chegada de uma exaustiva maratona de preços baixos.
E essa visão começou a ganhar maior nitidez a partir de segunda feira, quando a tela de março de 2020 para o açúcar branco em Londres fechou a US$ 401,50 a tonelada, valor que não era visto desde o dia 14 de novembro de 2017.
No pregão de ontem, o valor se manteve firme registrando nova alta nos contratos de março, tendo como valor de ajuste US$ 403,00 a tonelada.
A sensação de que finalmente a indústria açucareira nacional terá tempos mais doces vem da Ásia, onde há informações de que a safra indiana e tailandesa está atrasada ao observar a marcha de moagem.
Na tarde de ontem a notícia foi encorpada com a divulgação do boletim de acompanhamento de safra da Isma (Indian Sugar Mills Association) o qual apontou para uma redução na moagem de 24,78%.
Para se ter ideia da situação, na atual temporada (que começou em primeiro de outubro), apenas 440 unidades industriais processaram cana, ante 511 no comparativo com o mesmo período do ano passado.
Grande parte dessa defasagem vem do desempenho na região de Maharashtra, a qual acusou uma queda de mais de 50% na quantidade de cana moída, sendo a falta de mão-de-obra e menor oferta de cana os dois principais vilões.
No mercado interno os valores também atingiram novos patamares logo na segunda-feira, o índice Cepea/Esalq chegou no início da semana na casa dos R$ 74,00 a saca em São Paulo, e registrou nova alta ontem. Valor que não era registrado desde o dia 13 de junho de 2017.
Lógico que a conjuntura é uma grande tentação para os gestores de qualquer usina tirarem o pó de seu maquinário açucareiro, contudo não adianta agora o setor brasileiro ficar afoito e querer dar um sprint final encharcando novamente o mundo de açúcar, pois com isso pode faltar fôlego para finalmente ser ultrapassada a linha de chegada, ou seja, preços com margens maiores.