Açúcar volta a subir dentro e fora do Brasil; OIA prevê pressão sobre os preços
23/10/2013
Açúcar
POR: Agência UDOP de Notícias
Os preços do açúcar nos mercados interno e externos voltaram a se valorizar nas cotações de ontem (22), depois de iniciarem a semana em queda fora do Brasil. Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), os preços devem continuar pressionados pelo excedente mundial da commodity, que neste ano, deve fechar a quarta safra com superávit na produção.
Na bolsa de Nova York, os preços do açúcar nos contratos para março/2014 fecharam em alta de 3 pontos, com negócios firmados em 19,45 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, a commodity valorizou US$ 1,90, com contratos no vencimento dezembro/13 cotados a US$ 513,80 a tonelada.
Em São Paulo, segundo os índices medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, as usinas paulistas negociaram o açúcar cristal a R$ 52,28 a saca de 50 quilos, alta de 0,52% perante os preços da véspera. No mês, a commodity já valorizou 10,97%.
Excedente mundial
Em entrevista para a Agência Estado concedida na última segunda-feira (21), o diretor-executivo da OIA, Peter Baron, defendeu um excedente global de açúcar na safra 2013/14 de cerca de 4,5 milhões de toneladas. A justificativa para o excedente, na visão de Baron, é que não há qualquer perspectiva de problemas de plantio no Brasil e na Índia, os dois principais fornecedores de açúcar do mundo, e ainda uma demanda retraída na China.
Ainda segundo o executivo do açúcar, o consumo deve seguir crescendo cerca de 2% ao ano, com perspectiva de aumento devido ao ávido mercado asiático. Na China, exemplificou o executivo à Agência Estado, o consumo médio per capta é de 11 quilos por ano, ante média mundial de 25 quilos por ano. "É inevitável que aumentem para chegar à metade do consumo mundial em 2020", disse Baron sobre o mercado asiático, que hoje responde por 40% do mercado.
Etanol
Os preços do etanol hidratado medidos pela Esalq/BVMF, com base nas usinas paulistas, retrairam 0,05%, com negócios firmados em R$ 1.107.50 o metro cúbico, a segunda queda seguida.
Sobre as perspectivas mundiais para o consumo de etanol, Peter Baron destacou que em 2020 o consumo do biocombustível deva alcançar 167 bilhões de litros, "especialmente por conta dos mandatos de mistura do biocombustível, que vêm sendo aplicados pelos países".
Baron ponderou, ainda, que o Brasil deverá recuperar em 2013 o posto de maior exportador de etanol. Isso porque a limitação da disponibilidade de milho nos Estados Unidos, com a quebra de safra na temporada passada por causa da seca, diminuiu a produção em cerca de 3%, para 48,8 bilhões de litros, avaliou o executivo. A produção mundial em 2013 deve alcançar 84,9 bilhões de litros, incremento de 2,8%, principalmente com o aumento de 3 bilhões de litros na produção brasileira, conforme noticiado pela Agência Estado.