África do Sul importará até 6 mi t de milho a partir de maio

18/01/2016 Agronegócio POR: Reuters 15/01/16
O aumento da demanda por açúcar branco, guiado pela China, e um crescente prêmio do açúcar branco ante o bruto estão resultando em um efeito em cadeia no mercado de açúcar bruto, estimulando as refinarias a elevar a produção.
O prêmio, uma medida da lucratividade do refino de açúcar para transformá-lo em açúcarbranco, subiu para cerca de 100 dólares por tonelada, impulsionado pela força da demanda por açúcar branco.
Fontes do mercado disseram que esperam que as usinas da Tailândia priorizem a produção de açúcar branco para atender o aumento da demanda, mas observaram que a produtividade tailandesa havia sido decepcionante até agora, potencialmente reduzindo a oferta de açúcar branco.
"Eu acho que isso se refletirá parcialmente na produção tailandesa sendo desviada doaçúcar bruto para o branco, o que definitivamente irá reduzir a oferta de açúcar bruto", disse o diretor da Green Pool, Tom McNeill.
"Mas também há uma demanda adicional das refinarias por açúcar bruto, com margens melhores. Estamos começando a sentir agora o impacto do muito aguardado déficit global de açúcar para 2015/16, e o mercado está lutando para encontrar oferta."
A oferta de açúcar global deve diminuir com o impacto combinado do aumento do consumo, queda da produção brasileira, recuo das estimativas para exportações da Índia e uma safra de beterraba muito ruim na União Europeia, levando para cima as estimativas de déficit após quatro anos de excedente de oferta.
Esse aumento da demanda pelo açúcar bruto por refinarias ao redor do mundo poderá ajudar a puxar para cima os preços do produto neste ano.
David Brough
O ministro da Agricultura da África do Sul, Senzeni Zokwana, disse na sexta-feira (15) que o país, atingido por uma seca, precisa importar entre 5 e 6 milhões de toneladas de milho, um importante insumo para a nação africana.
O clima quente e poucas chuvas arruinaram um terço da safra de milho na economia mais avançada da África, que enfrenta a pior seca em décadas, com 2015 sendo o ano mais seco desde que os registros começaram a ser feitos em 1904.
Zokwana disse que as importações de milho, que devem começar já em maio, eram "urgentes".
"Temos que garantir que não vamos esperar até que seja tarde demais", disse ele em uma coletiva de imprensa em Pretoria após encontrar membros da indústria.
Economistas alertaram que as importações poderiam pressionar os preços dos alimentos e afetar milhões de sul-africanos que já estão sentindo o aperto causado pela economia em dificuldades.
A agricultura contribui com 2,2 por cento da produção econômica, mas uma grande desaceleração agrícola poderia colocar a economia em recessão, assim como elevar a taxa de desemprego.
Peroshni Govender