Especialista diz que as tecnologias atuais não conseguem atender a demanda da produção agrícola
O setor agrícola, apesar dos inúmeros avanços científicos, continua numa posição secundária em termos de pesquisa, com o conhecimento tecnológico em ciências agrárias sendo ainda insuficiente para atender aos desafios da produção agrícola mundial. Foi o que afirmou o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Pedro Arraes.
A agricultura, disse ele, está claramente numa posição de inferioridade em termos de conhecimento tecnológico e, como consequência dessa situação, “a área agrícola acaba sendo obrigada a apropriar-se dos resultados obtidos em outras áreas, caso da medicina, por exemplo, como forma de desenvolver projetos próprios para o segmento”, explicou.
Arraes, que atualmente presta serviços à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), mostrou que essa situação de inferioridade da agricultura está comprovada nos 35 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujas pesquisas em ciência e tecnologia contemplam apenas 3% para o setor agrícola, sendo 55% de responsabilidade do setor privado e os restantes 45% do setor público.
Pesquisa e conhecimento - Um dado interessante, segundo o ex-presidente da EMBRAPA, é a forma como a sociedade percebe e compreende os resultados práticos das pesquisas científicas na agricultura. Ele lembrou, a propósito, da polêmica em torno da questão dos transgênicos. Trata-se, segundo ele de uma questão cultural e de como o público ainda não conhece detalhadamente a pesquisa e seus resultados concretos.
Arraes citou o cientista Alberto Sabin, descobridor da vacina contra a paralisia infantil no século passado. “Muitos, no início do processo, consideravam a vacina uma coisa do demônio, mas isso ocorreu devido ao total desconhecimento sobre o assunto”, avaliou.
O crescimento da população mundial, estimada em mais de 9 bilhões de pessoas em 2050 e a redução da fome no mundo, dá conta dos enormes desafios para o aumento da oferta de alimentos nas próximas décadas, assinalou o pesquisador. O interessante e desafiador dessa situação, segundo Pedro Arraes, é que a população mundial vem substituindo, de forma gradual, os cereais por amidos, carnes, lácteos, doces e alimentos processados.
Ao mesmo tempo, no caso do Brasil, houve uma impressionante “evolução na produção agrícola”, destacou Arraes. É que nas décadas de 1960 e 1970, no século passado, o Brasil enfrentou crise alimentar, pobreza no campo, necessidade de exportar para pagar a dívida externa e ausência de conhecimento específico sobre a agricultura em zona de clima tropical.
A partir da criação da EMBRAPA e da adoção de várias outras medidas institucionais, como novo modelo para o financiamento agrícola e a modernização da assistência técnica, o Brasil se tornou uma verdadeira potência na produção mundial de grãos, rivalizando com os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, concluiu Arraes.
Especialista diz que as tecnologias atuais não conseguem atender a demanda da produção agrícola
O setor agrícola, apesar dos inúmeros avanços científicos, continua numa posição secundária em termos de pesquisa, com o conhecimento tecnológico em ciências agrárias sendo ainda insuficiente para atender aos desafios da produção agrícola mundial. Foi o que afirmou o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Pedro Arraes.
A agricultura, disse ele, está claramente numa posição de inferioridade em termos de conhecimento tecnológico e, como consequência dessa situação, “a área agrícola acaba sendo obrigada a apropriar-se dos resultados obtidos em outras áreas, caso da medicina, por exemplo, como forma de desenvolver projetos próprios para o segmento”, explicou.
Arraes, que atualmente presta serviços à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), mostrou que essa situação de inferioridade da agricultura está comprovada nos 35 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujas pesquisas em ciência e tecnologia contemplam apenas 3% para o setor agrícola, sendo 55% de responsabilidade do setor privado e os restantes 45% do setor público.
Pesquisa e conhecimento - Um dado interessante, segundo o ex-presidente da EMBRAPA, é a forma como a sociedade percebe e compreende os resultados práticos das pesquisas científicas na agricultura. Ele lembrou, a propósito, da polêmica em torno da questão dos transgênicos. Trata-se, segundo ele de uma questão cultural e de como o público ainda não conhece detalhadamente a pesquisa e seus resultados concretos.
Arraes citou o cientista Alberto Sabin, descobridor da vacina contra a paralisia infantil no século passado. “Muitos, no início do processo, consideravam a vacina uma coisa do demônio, mas isso ocorreu devido ao total desconhecimento sobre o assunto”, avaliou.
O crescimento da população mundial, estimada em mais de 9 bilhões de pessoas em 2050 e a redução da fome no mundo, dá conta dos enormes desafios para o aumento da oferta de alimentos nas próximas décadas, assinalou o pesquisador. O interessante e desafiador dessa situação, segundo Pedro Arraes, é que a população mundial vem substituindo, de forma gradual, os cereais por amidos, carnes, lácteos, doces e alimentos processados.
Ao mesmo tempo, no caso do Brasil, houve uma impressionante “evolução na produção agrícola”, destacou Arraes. É que nas décadas de 1960 e 1970, no século passado, o Brasil enfrentou crise alimentar, pobreza no campo, necessidade de exportar para pagar a dívida externa e ausência de conhecimento específico sobre a agricultura em zona de clima tropical.
A partir da criação da EMBRAPA e da adoção de várias outras medidas institucionais, como novo modelo para o financiamento agrícola e a modernização da assistência técnica, o Brasil se tornou uma verdadeira potência na produção mundial de grãos, rivalizando com os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, concluiu Arraes.