Agrishow 2015 tem queda de 30% nas vendas
TV Canaoeste
POR: 2015-05-22 15:17:21
A alta dos juros e a incerteza político-econômica foram as principais responsáveis pela redução de 30% dos negócios na Agrishow 2015 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em relação ao ano anterior, afirmaram as entidades realizadoras da feira (ABAG - Associação Brasileira do Agronegócio; ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; ANDA - Associação Nacional para Difusão de Adubos; FAESP - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, e SRB - Sociedade Rural Brasileira). O volume estimado foi de R$ 1.9 bi, contra R$ 2.7 bi da edição de 2014. Essa foi a primeira vez em 22 edições que ocorreu queda nas negociações fechadas durante o evento.
“O Brasil vive hoje uma crise de confiança generalizada e sentida também pelo produtor rural. A esperança dos realizadores da feira é que o Plano Safra, previsto para ser anunciado no dia 19 de maio, possa voltar a fornecer as condições necessárias para a retomada dos investimentos”, disse o presidente da Agrishow, Fábio Meirelles, na coletiva de encerramento da feira, considerada a maior da América Latina e uma das três maiores do mundo neste segmento.
De acordo com o presidente da ABIMAQ, Carlos Pastoriza, o aumento da taxa de juros do Moderfrota, que passou de 4,5% para 7,5%, antes do término do Plano de Safra em vigor, inibiu as negociações que poderiam ter ocorrido na Agrishow. “Foi a primeira vez que, no meio do jogo, em março deste ano, ainda durante o Plano Safra 2014/15, foi anunciada uma mudança na taxa de juros, que, por si só, causou uma mudança em todos os investidores potenciais. Além disso, temos a incerteza quanto a que condições vamos ter quando for anunciado o novo plano”, analisou o executivo, ressaltando que a própria demora do Governo em dar uma sinalização preocupa os investidores, que lotaram os corredores da feira, mas compraram muito menos desta vez.
Pastoriza destacou, ainda, que o setor de máquinas agrícolas era uma exceção em um cenário de dificuldades para o setor industrial. “A ABIMAQ, que representa 30 setores, vive já há muito tempo a pior crise da história. O agro era um setor praticamente fora da curva e, infelizmente, agora está caindo para dentro da curva”, constatou. Segundo ele, a venda de máquinas e equipamentos de modo geral, não só agrícolas, vem caindo há três anos seguidos, acumulando 22% de queda.