Agronegócio resiste à presidente reeleita

28/10/2014 Agronegócio POR: Valor Econômico
Com exceção das usinas de etanol, poucos têm o que reclamar da política da presidente Dilma para o agronegócio. Nos últimos anos, vêm sendo atendidos todos os principais pleitos desse setor, que contribuiu somente em 2013 com um superávit superior a US$ 5 bilhões, garantindo ao país um saldo positivo na balança comercial de US$ 2,6 bilhões.
Crédito para custeio e investimento, boa parte a juros subsidiados, somaram-se às altas das commodities agrícolas nos últimos quatro anos para gerar um clima geral de bom humor no campo. Mas nem assim, a presidente venceu nos Estados que concentram a produção nacional de alimentos.
Principal "cabo eleitoral" da presidente Dilma, o maior produtor individual de soja do mundo, Eraí Maggi, diz que a única explicação para a menor votação da petista nas regiões do agronegócio está na permanência de uma visão ultrapassada em relação ao PT e que o setor tem dificuldades de deixar para trás. "Há imagem de que, quando não estava no poder, o PT estimulava a invasão de terra, não deixava desmatar"
No segundo turno das eleições, assim como no primeiro, Aécio foi o mais votado em todos os Estados do Centro-Oeste e do Sul do país, nos quais se concentra a maior produção de alimentos do Brasil.
A insegurança jurídica presente no governo petista, tanto no que se refere à invasão de terras e quanto na questão indígena é o ponto central da resistência dos ruralistas, na visão do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira. "Além disso, o eleitor dessas regiões mais distantes, que acorda cedo para trabalhar, é contra o bolsa família, não suporta política assistencialista", explica Junqueira.
Após quatro anos de cotações internacionais elevadas, as commodities agrícolas entraram no ciclo de baixa, portanto, de "gerador de riqueza", os produtores de grãos vão se converter em 2015 em "demandante de recursos". "Como o governo lidará com isso? Fará como fez com o setor de etanol, que foi sucateado em nome de uma escolha macroeconômica [controle da inflação]?", questiona Junqueira, referindo-se ao controle dos preços da gasolina e à retirada da cobrança da Cide no combustível fóssil.
Considerada a algoz do etanol, a presidente Dilma deve continuar no segundo mandato sob pressão das usinas de cana. Ontem, Elizabeth Farina, presidente da entidade que representa essa indústria no Centro-Sul, convocou a imprensa para dar o recado: queremos uma interlocução direta com a presidente e sinalizações claras o quanto antes.
Apesar da aparente disposição da presidente em dialogar, evidente no discurso de vitória, as usinas de etanol não parecem entusiasmadas com o que vem pela frente. Questionado ontem sobre a reeleição de Dilma Roussef, o maior empresário do setor, o presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, disparou: "Não acho nada".
Com exceção das usinas de etanol, poucos têm o que reclamar da política da presidente Dilma para o agronegócio. Nos últimos anos, vêm sendo atendidos todos os principais pleitos desse setor, que contribuiu somente em 2013 com um superávit superior a US$ 5 bilhões, garantindo ao país um saldo positivo na balança comercial de US$ 2,6 bilhões.
Crédito para custeio e investimento, boa parte a juros subsidiados, somaram-se às altas das commodities agrícolas nos últimos quatro anos para gerar um clima geral de bom humor no campo. Mas nem assim, a presidente venceu nos Estados que concentram a produção nacional de alimentos.
Principal "cabo eleitoral" da presidente Dilma, o maior produtor individual de soja do mundo, Eraí Maggi, diz que a única explicação para a menor votação da petista nas regiões do agronegócio está na permanência de uma visão ultrapassada em relação ao PT e que o setor tem dificuldades de deixar para trás. "Há imagem de que, quando não estava no poder, o PT estimulava a invasão de terra, não deixava desmatar"
No segundo turno das eleições, assim como no primeiro, Aécio foi o mais votado em todos os Estados do Centro-Oeste e do Sul do país, nos quais se concentra a maior produção de alimentos do Brasil.
A insegurança jurídica presente no governo petista, tanto no que se refere à invasão de terras e quanto na questão indígena é o ponto central da resistência dos ruralistas, na visão do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira. "Além disso, o eleitor dessas regiões mais distantes, que acorda cedo para trabalhar, é contra o bolsa família, não suporta política assistencialista", explica Junqueira.
Após quatro anos de cotações internacionais elevadas, as commodities agrícolas entraram no ciclo de baixa, portanto, de "gerador de riqueza", os produtores de grãos vão se converter em 2015 em "demandante de recursos". "Como o governo lidará com isso? Fará como fez com o setor de etanol, que foi sucateado em nome de uma escolha macroeconômica [controle da inflação]?", questiona Junqueira, referindo-se ao controle dos preços da gasolina e à retirada da cobrança da Cide no combustível fóssil.
Considerada a algoz do etanol, a presidente Dilma deve continuar no segundo mandato sob pressão das usinas de cana. Ontem, Elizabeth Farina, presidente da entidade que representa essa indústria no Centro-Sul, convocou a imprensa para dar o recado: queremos uma interlocução direta com a presidente e sinalizações claras o quanto antes.
Apesar da aparente disposição da presidente em dialogar, evidente no discurso de vitória, as usinas de etanol não parecem entusiasmadas com o que vem pela frente. Questionado ontem sobre a reeleição de Dilma Roussef, o maior empresário do setor, o presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, disparou: "Não acho nada".