Álcool mais caro 3,28% nos postos de Belo Horizonte

O preço médio do álcool registrou alta de 3,28% nos últimos 30 dias em Belo Horizonte. O litro do combustível verde, que custava R$ 2,044, passou a valer R$ 2,111. É o que aponta pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro entre 6 de dezembro e 14 de janeiro. Segundo o levantamento, o menor preço encontrado nos postos da capital foi de R$ 1,899 e o maior, de R$2,399, variação de 26,33%. O preço médio da gasolina comum também subiu 0,98%, de R$ 2,852 para R$ 2,880. A variação do litro do combustível amarelo chega a 17,7%, podendo ser encontrado de R$ 2,718 até R$ 3,199. A alta do álcool vem junto com o período da entressafra e afasta a competitividade do etanol hidratado em relação à gasolina nos postos mineiros.
 
Para ser mais vantajoso, o litro do álcool deve custar até 70% do litro da gasolina. Para valer a pena, o etanol só seria mais viável para o consumidor se fosse encontrado abaixo de R$ 2,016 em BH, levando em conta o preço médio, de R$ 2,88, da gasolina. O último aumento registrado no preço do combustível amarelo foi de 4% nas refinarias em novembro do ano passado. "Congelaram o preço da gasolina por muito tempo, mas não deram nenhum benefício para estimular a produção do álcool e manter a competitividade", afirma o presidente-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos.
 
De acordo com Campos, o mercado atual só é competitivo em dois estados - São Paulo e Matro Grosso, onde o ICMS é de 12%. Em Minas, a alíquota cobrada é de 18%. O aposentado Enrique Floriano é um dos consumidores que só abastecem o carro a álcool se estiver no estado de São Paulo. Ele afirma que o preço em Minas é um dos mais altos, fazendo com que a diferença para a gasolina fique abaixo dos 70%. "No estado vizinho, o litro do álcool sai a R$ 1,70. Aqui eu não consigo por menos de R$ 2,20. O preço não compensa, já que ele rende muito menos que a gasolina", diz.
 
 
Consumo maior
 
Apesar de ter um competitividade menor, o consumo do álcool hidratado em Minas aumentou 36% no último ano, passando de 50 milhões de litros mês em 2012 para 65 milhões em 2013. Uma estimativa de 17 litros de álcool para cada 100 litros de gasolina consumidos. "O álcool não consegue atingir essa paridade com a gasolina desde a crise financeira de 2008, quando houve aumento dos juros e quebra de usinas", afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda Soares. "Há três anos, eu vendia 70 mil litros de etanol por mês em um posto de combustível, hoje esse número é de apenas 20 mil", diz.
 
O diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, afirma que o álcool é prejudicado na competição com a gasolina desde 2010 e se acentuou em 2012, quando diminuíram a oferta do produto. "O governo vem dando pouca atenção ao setor e não vejo nenhuma luz no fim do túnel", afirma Pires.