Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros caíram em 14 Estados e subiram em outros 12 e também no Distrito Federal nesta semana, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na semana anterior, houve redução de preços em 9 Estados e no Distrito Federal, alta em outros 16 Estados e estabilidade no Amapá.
No período de um mês, os preços recuaram em 14 Estados, subiram em 11 e no Distrito Federal e ficaram estáveis no Paraná.
Em São Paulo, principal Estado consumidor, a cotação subiu 0,58% na semana, para R$ 1,902. No período de um mês, acumula queda de 1,60%.
Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado no Amapá (1,81%), enquanto o maior recuo ocorreu em Goiás (3,68%). No mês, a maior queda foi em Mato Grosso, de 2,70%), e a maior alta ocorreu também no Amapá (8,23%).
No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 1,499 o litro, no Estado de São Paulo, e o máximo foi de R$ 3,61 o litro, no Amazonas. Na média, o menor preço foi de R$ 1,902 o litro, em São Paulo. O maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 3,046 o litro.
Etanol X gasolina
Pela 29ª semana consecutiva, o etanol permaneceu competitivo em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, segundo dados da ANP, compilados pelo AE-Taxas. Os Estados são os maiores produtores de etanol do País.
Nos demais e no Distrito Federal a gasolina permaneceu mais competitiva. Segundo o levantamento, o etanol equivale a 62,72% do preço da gasolina em Goiás. Em Mato Grosso, a relação está em 58,11%; em Mato Grosso do Sul, em 69,72%; em Minas Gerais, em 64,47; no Paraná, em 65,66%; e em São Paulo, em 61,35%.
A gasolina está mais vantajosa principalmente em Roraima, onde o etanol custa o equivalente a 85,14% do preço da gasolina - a relação é favorável ao biocombustível quando está abaixo de 70%.
O preço médio da gasolina em São Paulo está em R$ 3,100 o litro. Na média da ANP, o preço do etanol no Estado ficou em R$ 1,902 o litro.
Em Mato Grosso, as máquinas nem terminaram a colheita e os produtores já se preocupam com a próxima safra de soja. A alta do dólar está atrapalhando os planos de muita gente.
É tempo de colher algodão em uma fazenda em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso. O agricultor Carlos Bernardes plantou 400 hectares e acompanha o desempenho da lavoura.
"Esse ano, tivemos êxito na safra de algodão, a qualidade está muito boa, a produtividade também dentro do esperado", conta.
A preocupação é com a próxima safra de soja, que em Mato Grosso começa a ser plantada daqui a um mês. Entre os motivos o custo de produção, já apontado como o maior de todos os tempos e que não para de subir.
Hoje a despesa apenas com adubos, sementes e agrotóxicos está estimada em R$ 1,7 mil por hectare, quase 10% a mais que no início do ano. O cenário é consequência direta da valorização do dólar, já que muitos produtos são importados. Em janeiro, a moeda americana valia em torno de R$ 2,60. Agora, quase R$ 3,50.
"Este ano eu defini não fazer a compra antecipada, mas agora estamos vendo esta alta significativa", diz Bernardes.
Em todo o estado, a venda de insumos está mais lenta. Segundo o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) pouco mais de 80% dos produtos foram negociados até agora. No ano passado, nesta mesma época, praticamente tudo já estava vendido.
"Como o custo de produção acaba se elevando, o produtor acaba ficando mais receoso de fazer investimentos porque o custo dele ficou muito maior. Então, por mais que ele esteja vendendo o produto por um preço mais remunerador, o custo dele está significativamente maior e isso aumenta o risco", explica o gestor técnico do Imea, Angelo Ozelame.
Com as margens espremidas no campo, a saída vai ser fazer muita conta para definir o futuro da safra. Segundo o Imea, a área prevista para o plantio da soja na próxima safra deve aumentar 2% em relação à última.
Luiz Patroni