Cristina Rappa
“Temos aqui a jóia da Coroa”. Com esta frase, João Paulo Capobianco, presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente quando a candidata Marina Silva ocupou a pasta (2003 a 2008), defendeu o biocombustível etanol durante discussão sobre os desafios regulatórios para o agronegócio, nesta terça-feira (26) na Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo.
Para Capobianco, o setor se reorganizou, buscou tecnologia, fez acertos sociais e ainda funciona sem ajuda governamental. “Mas, por falta de responsabilidade e políticas malucas, o setor atravessa a maior crise da sua história”, criticou, recomendando que se cobre a superação do problema de “quem assumir a liderança do País”.
O ambientalista ainda elogiou a agricultura brasileira, que aumentou a produção de alimentos e energia com pouco desmatamento. “Poucos países chegaram ao século 21 com um patrimônio ambiental como o Brasil”, disse, prevendo que esse diferencial deve ser cada vez mais reconhecido pelo consumidor. “Não existe mais espaço para produtos produzidos de forma irresponsável, seja do ponto de vista social, ambiental ou trabalhista”, completou.
Juliano Assunção, da PUC Rio, concorda: “o Código Florestal pode ser uma ótima certificação da nossa produção agropecuária e nos levar a acessar mais mercados”. Assunção mostrou, com base na evolução da produção nas últimas quatro décadas e nos dados do desmatamento no período, que o crescimento da produção de alimentos se deu pela inovação tecnológica e conversão de áreas de pastagens. “A nossa história mostra que não é óbvio que a expansão da agricultura vai comprometer os ativos ambientais”, destacou.
Desafios
A advogada Samanta Pineda, especialista no Código Florestal, reforçou que a polarização que aconteceu durante a discussão da nova lei foi “puramente ideológica” e defendeu a virada da página, alertando para os desafios na área: inclusão de um capítulo rural no Código, planejamento estratégico do uso do território, regulamentação do acesso aos recursos genéticos, fim da burocracia para o licenciamento ambiental, e pagamento por serviços ambientais.
Francisco de Godoy Bueno, da SRB, que atuou como moderador no debate, defendeu que o produtor seja remunerado pelas áreas preservadas e que sejam feitas melhorias na operacionalização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para que ele funcione e cumpra seu papel.
Cristina Rappa
“Temos aqui a jóia da Coroa”. Com esta frase, João Paulo Capobianco, presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente quando a candidata Marina Silva ocupou a pasta (2003 a 2008), defendeu o biocombustível etanol durante discussão sobre os desafios regulatórios para o agronegócio, nesta terça-feira (26) na Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo.
Para Capobianco, o setor se reorganizou, buscou tecnologia, fez acertos sociais e ainda funciona sem ajuda governamental. “Mas, por falta de responsabilidade e políticas malucas, o setor atravessa a maior crise da sua história”, criticou, recomendando que se cobre a superação do problema de “quem assumir a liderança do País”.
O ambientalista ainda elogiou a agricultura brasileira, que aumentou a produção de alimentos e energia com pouco desmatamento. “Poucos países chegaram ao século 21 com um patrimônio ambiental como o Brasil”, disse, prevendo que esse diferencial deve ser cada vez mais reconhecido pelo consumidor. “Não existe mais espaço para produtos produzidos de forma irresponsável, seja do ponto de vista social, ambiental ou trabalhista”, completou.
Juliano Assunção, da PUC Rio, concorda: “o Código Florestal pode ser uma ótima certificação da nossa produção agropecuária e nos levar a acessar mais mercados”. Assunção mostrou, com base na evolução da produção nas últimas quatro décadas e nos dados do desmatamento no período, que o crescimento da produção de alimentos se deu pela inovação tecnológica e conversão de áreas de pastagens. “A nossa história mostra que não é óbvio que a expansão da agricultura vai comprometer os ativos ambientais”, destacou.
Desafios
A advogada Samanta Pineda, especialista no Código Florestal, reforçou que a polarização que aconteceu durante a discussão da nova lei foi “puramente ideológica” e defendeu a virada da página, alertando para os desafios na área: inclusão de um capítulo rural no Código, planejamento estratégico do uso do território, regulamentação do acesso aos recursos genéticos, fim da burocracia para o licenciamento ambiental, e pagamento por serviços ambientais.
Francisco de Godoy Bueno, da SRB, que atuou como moderador no debate, defendeu que o produtor seja remunerado pelas áreas preservadas e que sejam feitas melhorias na operacionalização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para que ele funcione e cumpra seu papel.