Aporte de fundos de venture capital em startups agrícolas recua

08/08/2016 Agronegócio POR: Valor Econômico
Os investimentos dos fundos de venture capital em startups agrícolas e de alimentação tiveram queda de 20% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2015. O recuo, apontado pela americana AgFunder, uma plataforma online que reúne investimentos no segmento, ocorre na esteira da desaceleração geral de atuação desses fundos.
Conforme o levantamento, os aportes globais em agropecuária e alimentos atingiram US$ 1,75 bilhão de janeiro a junho.
Apesar da queda do montante no semestre, o número de negócios subiu para 307, alta de 7% na comparação. Ou seja, foram investidos volumes menores em mais projetos. Em todo o ano passado, as startups agrícolas receberam US$ 4,6
bilhões, com destaque para as asiáticas.
"Esperávamos algum recuo em relação aos níveis recordes de investimentos registrados em 2015, já que o mercado de venture capital como um todo parecia menos estável", diz a Agtech. E­commerce de alimentos, biomateriais e bioquímicos, bem como tecnologias para solo, robótica/drones e agricultura de precisão lideraram os investimentos em venture capital no período. Mas a atenção dos fundos começa a chegar a segmentos até então pouco contemplados, como tecnologias para irrigação e agricultura em estufa.
Ao contrário do ano passado, as startups asiáticas não predominaram nesta primeira metade do ano. Os três maiores negócios agrícolas mantiveram­se em solo indiano, chinês e japonês, mas cresceram os "deals" com empresas de Canadá, Alemanha, França, Austrália, Reino Unido e, claro, dos EUA. Dentre as americanas, a maioria esmagadora dos investimentos de fundos de venture capital continua fluindo para a Califórnia, berço do empreendedorismo.
Uma explicação para a perda de posição da Ásia em 2016 é possivelmente a desaceleração da economia chinesa, assim como o fracasso de algumas startups ligadas ao segmento de "food service". A AgFunder estima que os aportes em startups de agropecuária e alimentação fechem 2016 com investimentos de US$ 3,6 bilhões.
No Brasil ainda não há dados específicos sobre o setor, embora o crescimento do interesse em startups agrícolas seja perceptível. Um censo liderado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) pretende fechar a lacuna até o fim deste mês. Até sexta­feira, 45 startups haviam respondido o questionário, diz José Tomé, co­fundador da CanaTec Coworking, em Piracicaba, e idealizador do censo ao lado de Mateus Mondin, da Esalq. 
"Notamos que as startups brasileiras do agronegócio são embrionárias. A maioria nasceu a partir de 2014 e cerca de 70% ainda não faturam", diz Tomé. Segundo Mondin, é preciso conhecer essas empresas para identificar caminhos que permitam acesso ao capital inicial e ao primeiro cliente, de forma a alavancar o faturamento.
Os investimentos dos fundos de venture capital em startups agrícolas e de alimentação tiveram queda de 20% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2015. O recuo, apontado pela americana AgFunder, uma plataforma online que reúne investimentos no segmento, ocorre na esteira da desaceleração geral de atuação desses fundos.
Conforme o levantamento, os aportes globais em agropecuária e alimentos atingiram US$ 1,75 bilhão de janeiro a junho.
Apesar da queda do montante no semestre, o número de negócios subiu para 307, alta de 7% na comparação. Ou seja, foram investidos volumes menores em mais projetos. Em todo o ano passado, as startups agrícolas receberam US$ 4,6 bilhões, com destaque para as asiáticas.
 
"Esperávamos algum recuo em relação aos níveis recordes de investimentos registrados em 2015, já que o mercado de venture capital como um todo parecia menos estável", diz a Agtech. E­commerce de alimentos, biomateriais e bioquímicos, bem como tecnologias para solo, robótica/drones e agricultura de precisão lideraram os investimentos em venture capital no período. Mas a atenção dos fundos começa a chegar a segmentos até então pouco contemplados, como tecnologias para irrigação e agricultura em estufa.
Ao contrário do ano passado, as startups asiáticas não predominaram nesta primeira metade do ano. Os três maiores negócios agrícolas mantiveram­se em solo indiano, chinês e japonês, mas cresceram os "deals" com empresas de Canadá, Alemanha, França, Austrália, Reino Unido e, claro, dos EUA. Dentre as americanas, a maioria esmagadora dos investimentos de fundos de venture capital continua fluindo para a Califórnia, berço do empreendedorismo.
Uma explicação para a perda de posição da Ásia em 2016 é possivelmente a desaceleração da economia chinesa, assim como o fracasso de algumas startups ligadas ao segmento de "food service". A AgFunder estima que os aportes em startups de agropecuária e alimentação fechem 2016 com investimentos de US$ 3,6 bilhões.
No Brasil ainda não há dados específicos sobre o setor, embora o crescimento do interesse em startups agrícolas seja perceptível. Um censo liderado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) pretende fechar a lacuna até o fim deste mês. Até sexta­feira, 45 startups haviam respondido o questionário, diz José Tomé, co­fundador da CanaTec Coworking, em Piracicaba, e idealizador do censo ao lado de Mateus Mondin, da Esalq. 
"Notamos que as startups brasileiras do agronegócio são embrionárias. A maioria nasceu a partir de 2014 e cerca de 70% ainda não faturam", diz Tomé. Segundo Mondin, é preciso conhecer essas empresas para identificar caminhos que permitam acesso ao capital inicial e ao primeiro cliente, de forma a alavancar o faturamento.