Após boom, venda de máquinas deve cair em 2014

04/12/2013 Agronegócio POR: Mauro Zafalon | Folha de S. Paulo
O bom ano vivido pela indústria de máquinas e de equipamentos agrícolas não deverá repetir-se em 2014. Após o recorde que será atingido neste ano, as vendas deverão recuar de 10% a 15%.
 
A avaliação é de Alfredo Jobke, diretor de marketing da Agco, empresa líder na produção de tratores no Brasil. A provável queda se dará porque algumas das circunstâncias favoráveis ao setor não voltarão a ocorrer em 2014. Pelo menos, não com a mesma intensidade.
 
Entre os itens positivos para os produtores neste ano, Jobke destaca os preços elevados das commodities, as taxas favoráveis do PSI (programa de incentivo do governo à compra de máquinas) e o aumento da renda do produtor.
 
O diretor da Agco diz que as vendas de tratores deverão atingir o recorde de 66 mil unidades neste ano. As de colheitadeiras sobem para 8.000 unidades e as de colhedoras de cana vão a 1.300, um bom número para um setor que iniciou o ano esperando uma evolução de 5% a 7%.
 
Em 2012, as vendas de tratores de rodas foram de 55,8 mil unidades, e as de colheitadeiras, 6.286.
 
Os números do mercado de janeiro a novembro já estão bem próximos dos estimados por Jobke. Até o mês passado, as indústrias de máquinas e equipamentos colocaram 61,1 mil tratores no mercado brasileiro, enquanto as vendas de colheitadeiras atingiram 7.318 unidades.
 
Jobke tem a expectativa de que as vendas não caiam tanto em 2014 porque os preços das commodities deverão manter-se acima da média histórica.
 
Além disso, o produtor busca cada vez mais a eficiência do maquinário e a redução de custos. E esses são os novos ingredientes que os fabricantes também estão buscando para as máquinas.
 
O diretor da Agco diz que a empresa começa a colocar, a partir do próximo ano, novos produtos no mercado para atender a essas exigências. Em cinco anos, pretende fazer uma renovação completa de toda a frota. De acordo com ele, as novas máquinas virão com mais tecnologia, segurança e até maior conforto para o produtor.
 
Hoje apenas 60% dos tratores saem de fábrica com cabine. O objetivo é chegar a 80% em cinco anos, um percentual ainda bem abaixo dos 98% registrados na Europa.