Após quebra de safra, produção de etanol a partir do milho cai 71%

03/02/2017 Geral POR: RD News, 2/2/17
A produção de etanol a partir do milho caiu 71% na safra 2016/2017 em relação ao período produtivo anterior em Mato Grosso. A matéria prima corresponde a 9,2% da confecção do combustível e as perdas são resultados da quebra da safra do grão que aconteceu no ano passado, segundo o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT).
O problema com o milho fez com que mais de R$ 2,4 bilhões deixassem de circular em Mato Grosso. Entre as principais justificativas para o acontecimento estiveram a instabilidade climática no Estado, que causou uma falta de chuvas nas lavouras.
De acordo com Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindalcool/MT, a produção de etanol a partir do milho é relativamente recente, mas por causa da condição de Mato Grosso - maior produtor de milho do país – qualquer flutuação impacta a questão energética. “A produção de etanol de milho tem um viés econômico fortíssimo. Por causa disso, acima de um determinado valor da saca de milho a produção energética acaba ficando inviabilizada. A quebra de saca acaba dificultou muito a evolução do setor e por isso tivemos essa queda expressiva”, afirmou.
Jorge lembrou, porém, que o grosso da produção do grão acontece entre os meses de dezembro e março, e a perspectiva é que a produção seja retomada nesse período. A safra atual se encerra em 31 de março.
Concluindo a nova safra, a produção de etanol a partir do milho deverá subir novamente. O diretor justifica dizendo que atualmente “os preços já estão mais competitivos e a produção está a pleno vapor. As empresas também fizeram um estoque e conseguiram melhores ofertas. Com a previsão de produção que nós temos, a questão deverá normalizar ou até aumentar”, defendeu.
De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, o milho poderá alcançar uma produção de 21 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 41,6% em relação a safra passada, quando se produziu 15 milhões de toneladas.
Setor
Apesar das dificuldades, principalmente no último ano, o representante do Sindalcool/MT pontuou que os problemas no setor de produção de etanol não passam exatamente pela questão agrária.
“O nosso perrengue não tem nada a ver com o milho. O problema é não termos um política nacional de bicombustível. E quando isso acontece você não consegue alavancar os negócios, que ainda passam por um questão cultural muito forte”, disse se referindo ao pouco consumo de combustível ecológico por parte dos brasileiros.
Jorge comentou, porém, que o diálogo com o atual governo tem sido melhor e que a expectativa do setor é que o programa Renova Bio - Combustíveis, lançado pelo Governo Federal no final do último ano, seja um alento para que o setor comece a caminhar.
“O setor energético contribui muito e pode contribuir ainda mais com a sociedade. Exemplo disso é a nossa produção de combustíveis limpos, que reduzem em até 80% o impacto dos combustíveis fosseis e ainda na produção de biomassa [matéria orgânica], que pode ser uma alternativa energética excelente para o país”, argumentou.
Fonte: RD News, 2/2/17
A produção de etanol a partir do milho caiu 71% na safra 2016/2017 em relação ao período produtivo anterior em Mato Grosso. A matéria prima corresponde a 9,2% da confecção do combustível e as perdas são resultados da quebra da safra do grão que aconteceu no ano passado, segundo o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT).
O problema com o milho fez com que mais de R$ 2,4 bilhões deixassem de circular em Mato Grosso. Entre as principais justificativas para o acontecimento estiveram a instabilidade climática no Estado, que causou uma falta de chuvas nas lavouras.
De acordo com Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindalcool/MT, a produção de etanol a partir do milho é relativamente recente, mas por causa da condição de Mato Grosso - maior produtor de milho do país – qualquer flutuação impacta a questão energética. “A produção de etanol de milho tem um viés econômico fortíssimo. Por causa disso, acima de um determinado valor da saca de milho a produção energética acaba ficando inviabilizada. A quebra de saca acaba dificultou muito a evolução do setor e por isso tivemos essa queda expressiva”, afirmou.
Jorge lembrou, porém, que o grosso da produção do grão acontece entre os meses de dezembro e março, e a perspectiva é que a produção seja retomada nesse período. A safra atual se encerra em 31 de março.
Concluindo a nova safra, a produção de etanol a partir do milho deverá subir novamente. O diretor justifica dizendo que atualmente “os preços já estão mais competitivos e a produção está a pleno vapor. As empresas também fizeram um estoque e conseguiram melhores ofertas. Com a previsão de produção que nós temos, a questão deverá normalizar ou até aumentar”, defendeu.
De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, o milho poderá alcançar uma produção de 21 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 41,6% em relação a safra passada, quando se produziu 15 milhões de toneladas.
Setor
Apesar das dificuldades, principalmente no último ano, o representante do Sindalcool/MT pontuou que os problemas no setor de produção de etanol não passam exatamente pela questão agrária.
“O nosso perrengue não tem nada a ver com o milho. O problema é não termos um política nacional de bicombustível. E quando isso acontece você não consegue alavancar os negócios, que ainda passam por um questão cultural muito forte”, disse se referindo ao pouco consumo de combustível ecológico por parte dos brasileiros.
Jorge comentou, porém, que o diálogo com o atual governo tem sido melhor e que a expectativa do setor é que o programa Renova Bio - Combustíveis, lançado pelo Governo Federal no final do último ano, seja um alento para que o setor comece a caminhar.
“O setor energético contribui muito e pode contribuir ainda mais com a sociedade. Exemplo disso é a nossa produção de combustíveis limpos, que reduzem em até 80% o impacto dos combustíveis fosseis e ainda na produção de biomassa [matéria orgânica], que pode ser uma alternativa energética excelente para o país”, argumentou.