O diretor-presidente da Bayer, Werner Baumann, que surpreendeu os investidores ao anunciar a proposta de compra da Monsanto menos de duas semanas depois de assumir o comando da empresa alemã.
O diretor-presidente da Bayer, Werner Baumann, que surpreendeu os investidores ao anunciar a proposta de compra da Monsanto menos de duas semanas depois de assumir o comando da empresa alemã.
A oferta de US$ 62 bilhões que a Bayer AG fez para comprar a Monsanto Co., o que seria a maior aquisição já feita por uma empresa alemã, é também uma manobra arriscada do seu diretor-presidente, Werner Baumann.
Menos de duas semanas depois de assumir o comando da fabricante de químicos e remédios, em 1o de maio, Baumann surpreendeu os investidores com a proposta para comprar a gigante americana do agronegócio, numa transação que criaria a maior fornecedora de sementes e pesticidas do mundo.
Baumann, que tem 53 anos e está há 28 na Bayer, iniciou a carreira no departamento financeiro da fabricante de químicos e remédios, chegou a diretor financeiro e, mais recentemente, foi diretor de estratégia. Colegas o descrevem como metódico e focado depois que toma uma decisão.
O seu período na presidência executiva tem sido — e pode continuar sendo — definido por essa aquisição.
“As últimas seis ou sete semanas foram realmente dominadas pela Monsanto”, disse Baumann em entrevista ao The Wall Street Journal. Ele vem pulando de uma cidade para outra e promovendo o negócio para investidores apreensivos e um público cético.
A oferta da Bayer vai transformar a empresa de 150 anos, que inventou a Aspirina na década de 1890 e recentemente vem se concentrando na expansão de sua divisão de cuidados com a saúde.
A tentativa de comprar a Monsanto é uma aposta alta para Baumann, que está tendo dificuldade para convencer os investidores dos benefícios do negócio, depois que a Monsanto recusou publicamente a oferta da Bayer, em maio. Desde então, ele reiterou a proposta de US$ 122 por ação e disse que pretende continuar negociando com a Monsanto.
“Há vários investidores que gostariam que nós fortalecêssemos ainda mais nosso negócio de saúde — principalmente o farmacêutico”, disse Baumann. Mas melhorar a divisão de agroquímicos com a Monsanto agora “é a proposta mais atraente para a companhia e os acionistas”. Segundo ele, o setor farmacêutico não tem alvos de aquisição igualmente atraentes.
Investidores e analistas dizem que as áreas agrícolas das duas empresas são complementares porque a Bayer é líder em químicos para a lavoura e a Monsanto em sementes. Mas alguns continuam duvidando que uma união poderia gerar valor para os acionistas da Bayer e receiam um aumento do endividamento já alto da empresa. A companhia alemã encerrou 2015 A com uma dívida líquida de 17,45 bilhões de euros (US$ 19,71 bilhões), mais do dobro do nível de 2011.
“Receamos que a empresa combinada fique altamente alavancada” e sempre há o risco de que a direção da Bayer perca o foco no setor farmacêutico devido ao tempo gasto com o processo de integração da Monsanto, diz Greg Herbert, gerente de fundos da administradora londrina de ativos Jupiter Asset Management Ltd., que detém ações da Bayer.
O preço das ações da Bayer recuou cerca de 15% após as primeiras notícias sobre o acordo. Desde então, houve uma pequena recuperação.
Baumann começou a cogitar a aquisição da Monsanto no ano passado, depois que a Bayer fez uma fracassada oferta pela suíça Syngenta AG, quando ele ainda era diretor de estratégia, dizem duas pessoas a par das discussões internas. O então diretor-presidente da Bayer, Marijn Dekkers, foi totalmente contra a ideia, diz uma das pessoas.
Dekkers, que não quis ser entrevistado para este artigo, foi o primeiro líder executivo que veio de fora da Bayer. Em seus seis anos no comando, ele reformulou a empresa com ênfase em sua área de ciências da vida, liderando o lançamento de novos remédios campeões de venda, a compra da divisão de remédios que não precisam de receita médica da farmacêutica americana Merck & Co., por US$ 14,2 bilhões, e o desmembramento da divisão de plásticos especiais, a Covestro AG, um negócio de US$ 10 bilhões.
Baumann rechaça os frequentes comentários de que sua estratégia diverge da adotada por Dekkers, com quem ele conviveu seis anos no conselho de administração da empresa.
“A empresa há várias décadas é administrada numa tradição de sustentabilidade e liderança”, disse Baumann. “Nesse sentido, estou seguindo o que Marijn fez quando dirigia a empresa.”
Baumann disse que a Bayer teve que agir rápido em meio a uma onda de consolidação no setor agroquímico para não ser superada. Desenvolvedores de sementes rivais, como Syngenta, Dow Chemical Co. e DuPont Co., fecharam acordos recentemente. “Como uma das maiores participantes da indústria, sempre foi claro que precisávamos tomar uma posição”, disse ele.
Colegas dizem que Baumann é cuidadoso, mas resoluto. “Se ele diz ‘sim’, é sim. Se ele diz ‘não’, é não”, diz Christine Bortenlänger, membro do conselho da Deutsches Aktieninstitut, organização que representa empresas de capital aberto da Alemanha, da qual Baumann é presidente. Um ex-funcionário da Bayer que trabalhou próximo ao executivo diz que ele é exigente consigo mesmo e com os outros, acrescentando que a abordagem de Baumann funcionou bem quando ele liderou a separação da Covestro.
Baumann diz ser “bastante paciente” e “relativamente um bom ouvinte”.
“Sou uma pessoa modesta e humilde”, acrescenta.
O diretor-presidente da Bayer, Werner Baumann, que surpreendeu os investidores ao anunciar a proposta de compra da Monsanto menos de duas semanas depois de assumir o comando da empresa alemã.
O diretor-presidente da Bayer, Werner Baumann, que surpreendeu os investidores ao anunciar a proposta de compra da Monsanto menos de duas semanas depois de assumir o comando da empresa alemã.
A oferta de US$ 62 bilhões que a Bayer AG fez para comprar a Monsanto Co., o que seria a maior aquisição já feita por uma empresa alemã, é também uma manobra arriscada do seu diretor-presidente, Werner Baumann.
Menos de duas semanas depois de assumir o comando da fabricante de químicos e remédios, em 1o de maio, Baumann surpreendeu os investidores com a proposta para comprar a gigante americana do agronegócio, numa transação que criaria a maior fornecedora de sementes e pesticidas do mundo.
Baumann, que tem 53 anos e está há 28 na Bayer, iniciou a carreira no departamento financeiro da fabricante de químicos e remédios, chegou a diretor financeiro e, mais recentemente, foi diretor de estratégia. Colegas o descrevem como metódico e focado depois que toma uma decisão.
O seu período na presidência executiva tem sido — e pode continuar sendo — definido por essa aquisição.
“As últimas seis ou sete semanas foram realmente dominadas pela Monsanto”, disse Baumann em entrevista ao The Wall Street Journal. Ele vem pulando de uma cidade para outra e promovendo o negócio para investidores apreensivos e um público cético.
A oferta da Bayer vai transformar a empresa de 150 anos, que inventou a Aspirina na década de 1890 e recentemente vem se concentrando na expansão de sua divisão de cuidados com a saúde.
A tentativa de comprar a Monsanto é uma aposta alta para Baumann, que está tendo dificuldade para convencer os investidores dos benefícios do negócio, depois que a Monsanto recusou publicamente a oferta da Bayer, em maio. Desde então, ele reiterou a proposta de US$ 122 por ação e disse que pretende continuar negociando com a Monsanto.
“Há vários investidores que gostariam que nós fortalecêssemos ainda mais nosso negócio de saúde — principalmente o farmacêutico”, disse Baumann. Mas melhorar a divisão de agroquímicos com a Monsanto agora “é a proposta mais atraente para a companhia e os acionistas”. Segundo ele, o setor farmacêutico não tem alvos de aquisição igualmente atraentes.
Investidores e analistas dizem que as áreas agrícolas das duas empresas são complementares porque a Bayer é líder em químicos para a lavoura e a Monsanto em sementes. Mas alguns continuam duvidando que uma união poderia gerar valor para os acionistas da Bayer e receiam um aumento do endividamento já alto da empresa. A companhia alemã encerrou 2015 A com uma dívida líquida de 17,45 bilhões de euros (US$ 19,71 bilhões), mais do dobro do nível de 2011.
“Receamos que a empresa combinada fique altamente alavancada” e sempre há o risco de que a direção da Bayer perca o foco no setor farmacêutico devido ao tempo gasto com o processo de integração da Monsanto, diz Greg Herbert, gerente de fundos da administradora londrina de ativos Jupiter Asset Management Ltd., que detém ações da Bayer.
O preço das ações da Bayer recuou cerca de 15% após as primeiras notícias sobre o acordo. Desde então, houve uma pequena recuperação.
Baumann começou a cogitar a aquisição da Monsanto no ano passado, depois que a Bayer fez uma fracassada oferta pela suíça Syngenta AG, quando ele ainda era diretor de estratégia, dizem duas pessoas a par das discussões internas. O então diretor-presidente da Bayer, Marijn Dekkers, foi totalmente contra a ideia, diz uma das pessoas.
Dekkers, que não quis ser entrevistado para este artigo, foi o primeiro líder executivo que veio de fora da Bayer. Em seus seis anos no comando, ele reformulou a empresa com ênfase em sua área de ciências da vida, liderando o lançamento de novos remédios campeões de venda, a compra da divisão de remédios que não precisam de receita médica da farmacêutica americana Merck & Co., por US$ 14,2 bilhões, e o desmembramento da divisão de plásticos especiais, a Covestro AG, um negócio de US$ 10 bilhões.
Baumann rechaça os frequentes comentários de que sua estratégia diverge da adotada por Dekkers, com quem ele conviveu seis anos no conselho de administração da empresa.
“A empresa há várias décadas é administrada numa tradição de sustentabilidade e liderança”, disse Baumann. “Nesse sentido, estou seguindo o que Marijn fez quando dirigia a empresa.”
Baumann disse que a Bayer teve que agir rápido em meio a uma onda de consolidação no setor agroquímico para não ser superada. Desenvolvedores de sementes rivais, como Syngenta, Dow Chemical Co. e DuPont Co., fecharam acordos recentemente. “Como uma das maiores participantes da indústria, sempre foi claro que precisávamos tomar uma posição”, disse ele.
Colegas dizem que Baumann é cuidadoso, mas resoluto. “Se ele diz ‘sim’, é sim. Se ele diz ‘não’, é não”, diz Christine Bortenlänger, membro do conselho da Deutsches Aktieninstitut, organização que representa empresas de capital aberto da Alemanha, da qual Baumann é presidente. Um ex-funcionário da Bayer que trabalhou próximo ao executivo diz que ele é exigente consigo mesmo e com os outros, acrescentando que a abordagem de Baumann funcionou bem quando ele liderou a separação da Covestro.
Baumann diz ser “bastante paciente” e “relativamente um bom ouvinte”.
“Sou uma pessoa modesta e humilde”, acrescenta.