Pela primeira vez desde 2008, a área de cana-de-açúcar plantada no Estado de São Paulo apresentou queda.
Levantamento divulgado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, aponta que o plantio na safra atual foi 0,4% menor que a passada.
Em 2014/15, foram plantados 6,13 milhões de hectares de cana, enquanto em 2013/14 o plantio ocorreu em 6,15 milhões de hectares. Até então, o órgão só havia registrado elevação de área plantada. A produtividade também sofreu redução, de 9,4%.
De acordo com o IEA, a queda é resultado das condições econômicas e climáticas adversas que o setor sucroalcooleiro enfrentou neste ano.
Os números fazem parte do quarto levantamento feito pelo instituto no ano. O quinto e último, com dados consolidados e primeiras previsões para a safra futura, deve sair só no início de 2015.
Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtividade de Açúcar e Álcool, Ismael Perina Junior, a crise que o setor sucroalcooleiro atravessa, associada à falta de chuvas, derrubou a produção e inibiu o crescimento de área plantada de cana no Estado de São Paulo.
"Tem muita usina fechando ou entrando em recuperação judicial. Essa cana que era moída por essas empresas não é absorvida e isso reflete em números menores nesta safra", disse.
Ele afirmou também que, sem água suficiente para se desenvolver, a planta acabou ficando menor.
O diretor-presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan, atribui os problemas financeiros enfrentados pelas usinas às reduções de produtividade e área plantada.
Sem renovar
Sem dinheiro para investir, os canaviais não são renovados. Além disso, o setor deixa de aplicar os recursos necessários para proteger a lavoura de ataques de pragas.
"As empresas usam menos fertilizantes para controle de pragas e ervas, o que inibe o desenvolvimento das plantas. O setor está descapitalizado, sem dinheiro. Com isso, os canaviais não recebem o devido cuidado para garantir uma boa produtividade", afirmou Ortolan.
A engenheira agrônoma Katia Nachiluk, pesquisadora do IEA, disse que a seca derrubou a produtividade, das 80,7 toneladas de cana por hectare na safra passada para 72,5 toneladas, na atual.
"Houve anos em que a produtividade atingiu 85 toneladas [por hectare], mas, como não choveu agora, o rendimento foi menor nesta safra. Além disso, o setor está sem recursos para investimentos na renovação de canaviais", afirmou a pesquisadora.
"Anomalia" do clima prejudicou a cana, diz IEA
A falta de chuvas, classificada pelos pesquisadores do IEA (Instituto de Economia Agrícola) de "anomalia climática", prejudicou o desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar e afetou a produção no Estado de São Paulo.
Relatório do órgão diz que a falta de chuvas foi maior entre dezembro de 2013 e fevereiro deste ano, período normalmente propício para um bom crescimento das plantas.
"Justamente na época em que a planta mais deveria crescer [no início do ano], a chuva foi insuficiente", disse a engenheira agrônoma Katia Nachiluk, pesquisadora do IEA.
Ainda de acordo com ela, outro fator que prejudicou a produção canavieira foram os focos de incêndio no Estado. De janeiro a agosto deste ano foi registrado um número 2,1 vez maior do que no mesmo período do ano passado.
Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Pela primeira vez desde 2008, a área de cana-de-açúcar plantada no Estado de São Paulo apresentou queda.
Levantamento divulgado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, aponta que o plantio na safra atual foi 0,4% menor que a passada.
Em 2014/15, foram plantados 6,13 milhões de hectares de cana, enquanto em 2013/14 o plantio ocorreu em 6,15 milhões de hectares. Até então, o órgão só havia registrado elevação de área plantada. A produtividade também sofreu redução, de 9,4%.
De acordo com o IEA, a queda é resultado das condições econômicas e climáticas adversas que o setor sucroalcooleiro enfrentou neste ano.
Os números fazem parte do quarto levantamento feito pelo instituto no ano. O quinto e último, com dados consolidados e primeiras previsões para a safra futura, deve sair só no início de 2015.
Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtividade de Açúcar e Álcool, Ismael Perina Junior, a crise que o setor sucroalcooleiro atravessa, associada à falta de chuvas, derrubou a produção e inibiu o crescimento de área plantada de cana no Estado de São Paulo.
"Tem muita usina fechando ou entrando em recuperação judicial. Essa cana que era moída por essas empresas não é absorvida e isso reflete em números menores nesta safra", disse.
Ele afirmou também que, sem água suficiente para se desenvolver, a planta acabou ficando menor.
O diretor-presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan, atribui os problemas financeiros enfrentados pelas usinas às reduções de produtividade e área plantada.
Sem renovar
Sem dinheiro para investir, os canaviais não são renovados. Além disso, o setor deixa de aplicar os recursos necessários para proteger a lavoura de ataques de pragas.
"As empresas usam menos fertilizantes para controle de pragas e ervas, o que inibe o desenvolvimento das plantas. O setor está descapitalizado, sem dinheiro. Com isso, os canaviais não recebem o devido cuidado para garantir uma boa produtividade", afirmou Ortolan.
A engenheira agrônoma Katia Nachiluk, pesquisadora do IEA, disse que a seca derrubou a produtividade, das 80,7 toneladas de cana por hectare na safra passada para 72,5 toneladas, na atual.
"Houve anos em que a produtividade atingiu 85 toneladas [por hectare], mas, como não choveu agora, o rendimento foi menor nesta safra. Além disso, o setor está sem recursos para investimentos na renovação de canaviais", afirmou a pesquisadora.
"Anomalia" do clima prejudicou a cana, diz IEA
A falta de chuvas, classificada pelos pesquisadores do IEA (Instituto de Economia Agrícola) de "anomalia climática", prejudicou o desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar e afetou a produção no Estado de São Paulo.
Relatório do órgão diz que a falta de chuvas foi maior entre dezembro de 2013 e fevereiro deste ano, período normalmente propício para um bom crescimento das plantas.
"Justamente na época em que a planta mais deveria crescer [no início do ano], a chuva foi insuficiente", disse a engenheira agrônoma Katia Nachiluk, pesquisadora do IEA.
Ainda de acordo com ela, outro fator que prejudicou a produção canavieira foram os focos de incêndio no Estado. De janeiro a agosto deste ano foi registrado um número 2,1 vez maior do que no mesmo período do ano passado.
Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).