As baterias do futuro podem ser de açúcar

22/01/2014 Açúcar POR: Luciana Galastri | Revista Galileu
Pesquisadores da faculdade Virginia Tech desenvolveram uma bateria movida à açúcar. Segundo eles a escolha do material foi óbvia. Há um motivo pelo qual quase todos seres vivos da Terra são ´movidos´ à açúcar - suas moléculas são cheias de energia, fáceis de serem transportadas e digeridas. O objetivo é que a invenção substitua as convencionais (e poluentes) baterias de lítio em smartphones e tablets em até 3 anos.
 
Para gerar energia, a bateria realiza reações químicas entre as moléculas do açúcar - basta que o usuário despeje uma solução de maltodextrina (um tipo de açúcar) em seu interior em vez de deixar o gadget ligado a uma tomada, como acontece hoje.
 
O método não é inovador, afinal baterias de açúcar já foram criadas, mas é a primeira vez que um protótipo do tipo consegue apresentar uma melhor performance - tanto em densidade de energia quanto em menor necessidade de recarga. Se comparada com as baterias tradicionais, o açúcar da Virginia Tech teria 10 vezes mais durabilidade.
 
Por açúcar ser um composto encontrado facilmente na natureza - e biodegradável - a alternativa também se torna mais ecológica do que as baterias de lítio, altamente tóxicas e consideradas um problema ambiental por seu descarte. Com o uso da nova bateria, o único produto residual é água. Outra vantagem é o preço - por ser feita com compostos abundantes e baratos, dificilmente ela seria tão cara quanto um equipamento que usa metais pesados.
 
O próximo passo para os cientistas é estudar como uma bateria dessas pode ser recarregada múltiplas vezes, além de formas de uso que transcendam os gadgets. Afinal, por ser feita de compostos ´naturais´, ela também pode estar em marcapassos e implantes subcutâneos de sensores. Em outras palavras, dentro de organismos vivos, sem apresentar risco de intoxicação.