O protesto que reuniu cerca de 8 mil trabalhores, sindicalistas e empresários do setor sucroenergético em Sertãozinho (SP) na manhã desta terça-feira (27) vai reivindicar junto ao Governo Federal mais investimentos na produção de etanol no interior do Estado. Em carta assinada por 16 entidades, entre elas a Prefeitura de Sertãozinho, Sindicato dos Metalúrgicos e Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-Br), os representantes do setor pedem medidas de incentivo, como a valorização do uso do etanol como combustível e a priorização da cogeração de energia elétrica a partir das usinas.
A manifestação, que começou por volta das 7h30, bloqueou as rodovias Armando de Sales Oliveira (SP-322) e Carlos Tonani (SP-333), principais acessos a Sertãozinho. Munidos de faixas e bandeiras, os trabalhadores percorreram dois quilômetros entre as rodovias. Os comerciantes da cidade também aderiram ao ato e fecharam as portas dos estabelecimentos durante a manhã. Representantes sindicalistas e políticos discursaram durante o protesto, que terminou por volta das 10h30. O acesso às rodovias foi liberado por volta das 11h.
Valorização do etanol
No documento destinado ao Governo Federal, os representantes do setor pedem, entre outras coisas, medidas para uma justa remuneração do etanol, "que minimamente recupere o prejuízo acumulado ao longo dos anos" e a valorização do combustível como parte da matriz energética.
Para o prefeito de Sertãozinho Zezinho Gimenez (PSDB), faltam medidas estratégicas para o setor. "Qual a perspectiva do etanol para os próximos 10 ou 15 anos? Até hoje, ele não é oficialmente considerado matriz energética brasileira. A presidente não tem o direito de jogar o etanol no lixo. O etanol é um patromônio nacional. São 40 anos de investimento e de repente joga-se tudo para o setor do petróleo. Esse movimento, na minha opinião, vai se espalhar pelo país, entre outras cidades também comprometidas pela crise setor. São milhões de brasileiros que vivem disso", afirmou.
Outro ponto discutido na carta de reivindicações dos manifestantes é uma política de priorização da cogeração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Os representantes defendem leilões específicos por região e fonte para minimizar eventuais apagões fósseis e hídricos. O secretário de Estado da Agricultura Arnaldo Jardim defendeu a proposta. "Está sendo feita uma linha de apoio e de desoneração tributária que possibilite aumentar a cogeração de energia. Mais que um protesto, este é um dia de propostas. Quando há muito tempo faltou o petróleo, criamos o pró-alcool. A região inaugurou o alcoolduto para baratear e gerar competitividade. Mas São Paulo não pode fazer nada se o Governo Federal não tiver sensibilidade", disse.
Crise no município
Considerada um dos principais centros de produção de açúcar e etanol no país, Sertãozinho vem registrando desaceleração desde a recessão econômica internacional. Isso porque, 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade depende da cadeia produtiva da cana. "Sertãozinho é o maior pólo sucroenergético do Brasil e queremos chamar atenção do Governo Federal para dar incentivo ao nosso combustível, que é totalmente renovável, é uma energia limpa e barata", afirmou o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceisebr), Antônio Eduardo Tonielo Filho.
A cidade, que há dez anos figurava na lista dos 100 maiores PIBs do país e já ocupou a quarta colocação no ranking nacional em qualidade de emprego, renda, saúde e educação, segundo o índice Firjan de desenvolvimento, hoje amarga um dos piores resultados na geração de empregos do Estado e, só nos últimos dois anos, deixou de arrecadar R$ 30 milhões em tributos.
Demissões em massa
Só no ano passado, 2,2 mil metalúrgicos foram demitidos em Sertãozinho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O sindicato da categoria informa, no entanto, que o número é muito maior: cerca de 3,5 mil dispensas teriam sido negociadas pela entidade em 2014. Setores como construção civil e comércio não conseguiram absorver a mão-de-obra disponível e a inadimplência aumentou.
A situação levou a administração municipal a assinar um "Pacto Social" com empresários, usineiros e metalúrgicas, com o objetivo de minimizar os prejuízos causados pelas demissões. Entre as medidas em vigor desde dezembro, está a composição de uma cesta básica social, sem margem de lucro aos supermercados da cidade, com preço de R$ 69,90.
As operadoras de plano de saúde também se comprometeram a manter as mensalidades aos desempregados e familiares, pelos valores cobrados nos contratos corporativos. Os bancos estão renegociando empréstimos consignados e a Prefeitura prometeu suspender a cobrança de débitos posteriores a 2011.
O protesto que reuniu cerca de 8 mil trabalhores, sindicalistas e empresários do setor sucroenergético em Sertãozinho (SP) na manhã desta terça-feira (27) vai reivindicar junto ao Governo Federal mais investimentos na produção de etanol no interior do Estado. Em carta assinada por 16 entidades, entre elas a Prefeitura de Sertãozinho, Sindicato dos Metalúrgicos e Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-Br), os representantes do setor pedem medidas de incentivo, como a valorização do uso do etanol como combustível e a priorização da cogeração de energia elétrica a partir das usinas.
A manifestação, que começou por volta das 7h30, bloqueou as rodovias Armando de Sales Oliveira (SP-322) e Carlos Tonani (SP-333), principais acessos a Sertãozinho. Munidos de faixas e bandeiras, os trabalhadores percorreram dois quilômetros entre as rodovias. Os comerciantes da cidade também aderiram ao ato e fecharam as portas dos estabelecimentos durante a manhã. Representantes sindicalistas e políticos discursaram durante o protesto, que terminou por volta das 10h30. O acesso às rodovias foi liberado por volta das 11h.
Valorização do etanol
No documento destinado ao Governo Federal, os representantes do setor pedem, entre outras coisas, medidas para uma justa remuneração do etanol, "que minimamente recupere o prejuízo acumulado ao longo dos anos" e a valorização do combustível como parte da matriz energética.
Para o prefeito de Sertãozinho Zezinho Gimenez (PSDB), faltam medidas estratégicas para o setor. "Qual a perspectiva do etanol para os próximos 10 ou 15 anos? Até hoje, ele não é oficialmente considerado matriz energética brasileira. A presidente não tem o direito de jogar o etanol no lixo. O etanol é um patromônio nacional. São 40 anos de investimento e de repente joga-se tudo para o setor do petróleo. Esse movimento, na minha opinião, vai se espalhar pelo país, entre outras cidades também comprometidas pela crise setor. São milhões de brasileiros que vivem disso", afirmou.
Outro ponto discutido na carta de reivindicações dos manifestantes é uma política de priorização da cogeração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Os representantes defendem leilões específicos por região e fonte para minimizar eventuais apagões fósseis e hídricos. O secretário de Estado da Agricultura Arnaldo Jardim defendeu a proposta. "Está sendo feita uma linha de apoio e de desoneração tributária que possibilite aumentar a cogeração de energia. Mais que um protesto, este é um dia de propostas. Quando há muito tempo faltou o petróleo, criamos o pró-alcool. A região inaugurou o alcoolduto para baratear e gerar competitividade. Mas São Paulo não pode fazer nada se o Governo Federal não tiver sensibilidade", disse.
Crise no município
Considerada um dos principais centros de produção de açúcar e etanol no país, Sertãozinho vem registrando desaceleração desde a recessão econômica internacional. Isso porque, 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade depende da cadeia produtiva da cana. "Sertãozinho é o maior pólo sucroenergético do Brasil e queremos chamar atenção do Governo Federal para dar incentivo ao nosso combustível, que é totalmente renovável, é uma energia limpa e barata", afirmou o presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceisebr), Antônio Eduardo Tonielo Filho.
A cidade, que há dez anos figurava na lista dos 100 maiores PIBs do país e já ocupou a quarta colocação no ranking nacional em qualidade de emprego, renda, saúde e educação, segundo o índice Firjan de desenvolvimento, hoje amarga um dos piores resultados na geração de empregos do Estado e, só nos últimos dois anos, deixou de arrecadar R$ 30 milhões em tributos.
Demissões em massa
Só no ano passado, 2,2 mil metalúrgicos foram demitidos em Sertãozinho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O sindicato da categoria informa, no entanto, que o número é muito maior: cerca de 3,5 mil dispensas teriam sido negociadas pela entidade em 2014. Setores como construção civil e comércio não conseguiram absorver a mão-de-obra disponível e a inadimplência aumentou.
A situação levou a administração municipal a assinar um "Pacto Social" com empresários, usineiros e metalúrgicas, com o objetivo de minimizar os prejuízos causados pelas demissões. Entre as medidas em vigor desde dezembro, está a composição de uma cesta básica social, sem margem de lucro aos supermercados da cidade, com preço de R$ 69,90.
As operadoras de plano de saúde também se comprometeram a manter as mensalidades aos desempregados e familiares, pelos valores cobrados nos contratos corporativos. Os bancos estão renegociando empréstimos consignados e a Prefeitura prometeu suspender a cobrança de débitos posteriores a 2011.