Com o aumento de mais de 50% na conta de luz dos paranaenses em 2015 e um acumulado de mais de 100% nos últimos dois anos, o uso de fontes alternativas de energia como o biogás e a solar fica cada vez mais atrativo. Essa foi a afirmação dos especialistas durante o “2º Seminário Energias Renováveis como Vetor de Desenvolvimento do Oeste do Paraná”, organizado pelo Programa Oeste em Desenvolvimento essa semana no Hotel Bourbon Cataratas, em Foz do Iguaçu. O seminário ocorreu durante a Conferência Internacional Smart Energy – Energias Inteligentes.
O grande desafio é eliminar os gargalos que impedem o biogás, por exemplo, de ser uma das principais matrizes energéticas na área rural do Oeste. Segundo um dos maiores especialistas do mundo na área, Claudio Lima, presidente da AGX Energia (EUA), este é o melhor momento para investir nessas fontes alternativas. Com o aumento na conta de luz e com previsão de reajustes nos próximos meses, utilizar os dejetos de animais para gerar energia é um grande investimento. “Fizemos um mapeamento em toda a região. Ainda falta tecnologia, rede de assistência técnica e linhas de crédito regional, entretanto o que mais pesa para tornar viável o uso do biogás é mostrar ao produtor e às cooperativas suas vantagens”, afirmou.
Missão
Acabar com esses entraves foi a missão assumida pela Câmara de Energias Renováveis do Oeste em Desenvolvimento. O grupo trabalhará junto as universidades para incentivar a pesquisa, buscará linhas de crédito e mostrará a importância individual e coletiva do uso do biogás.
De acordo com Jaime Nascimento, representante da Itaipu no Programa, embora a utilização do biogás traga benefícios econômicos na conta de luz, elimina um outro problema grave detectado nas principais cadeias produtivas da região, que é a destinação dos passivos ambientais gerados pelos animais. “Por causa dos dejetos, nossas propriedades que hoje crescem cerca de 10% ao ano correm o risco de estagnar. Resolver esses gargalos é uma das nossas prioridades”, disse.
Exemplos
Quem já sentiu esses benefícios e é defensor da matriz energética do biogás é o produtor José Colombari. Ele foi o pioneiro no auto abastecimento energético no país. Com o apoio da Itaipu, em 2006 instalou um biodigestor para tratamento do efluente, produção do biogás e geração de energia elétrica. Desde janeiro de 2008 a unidade opera em geração distribuída (GD), ou seja, está conectada à rede pública de distribuição de eletricidade (Copel).
A propriedade dele em São Miguel do Iguaçu, cidade a 40 quilômetros de Foz do Iguaçu, produz 1,2 megawatt dia. A quantidade é suficiente para atender toda a demanda da fazenda e ainda fica com crédito com a Copel. “Antes eu tinha um problema ambiental, há nove anos eliminei o problema e ainda criei um novo negócio”, contou.
Para Colombari, apesar de hoje ter uma economia de quase R$ 12 mil mensais com conta de luz, fertilizante e gastos para eliminar os dejetos, a qualidade de vida na propriedade melhorou. “Não há mais odor ou sujeira e ainda temos um biofertilizante que melhora a qualidade da terra”, disse.
Fernando Marques, da Bioplan – Biogás, disse que para implantar um projeto semelhante ao de Colombari hoje custaria cerca de R$ 300 mil. “Embora ainda pouco divulgado, temos uma linha de crédito do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE) com uma taxa de juros de 8,75% ao ano. Já é um começo”.
Do Sol
Em relação a energia solar, a defesa vem do prefeito de Assis Chateubriand, Marcel Micheletto, presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP). Segundo Micheletto, na sede Associação do Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), em Cascavel, foram instaladas 52 placas solares. O investimento foi de R$ 97 mil. Dos R$ 1,6 mil pagos mensalmente com a conta de luz, caiu para R$ 250. A previsão era cobrir os custos em sete anos, mas com o reajuste da energia, em cinco anos o investimento deve estar pago.
“Nosso exemplo é pequeno, mas imagine uma cooperativa que gasta de R$ 2 a 3 milhões com energia todo mês? Cobriria o investimento em pouco tempo”, disse.
E completou: “Mais que econômico, precisamos mostrar as próximas gerações a importância de cuidar do meio ambiente e evitar crises energéticas. Temos sol 365 dias por ano. Essa matriz tem potencial gigantesco”.
Com o aumento de mais de 50% na conta de luz dos paranaenses em 2015 e um acumulado de mais de 100% nos últimos dois anos, o uso de fontes alternativas de energia como o biogás e a solar fica cada vez mais atrativo. Essa foi a afirmação dos especialistas durante o “2º Seminário Energias Renováveis como Vetor de Desenvolvimento do Oeste do Paraná”, organizado pelo Programa Oeste em Desenvolvimento essa semana no Hotel Bourbon Cataratas, em Foz do Iguaçu. O seminário ocorreu durante a Conferência Internacional Smart Energy – Energias Inteligentes.
O grande desafio é eliminar os gargalos que impedem o biogás, por exemplo, de ser uma das principais matrizes energéticas na área rural do Oeste. Segundo um dos maiores especialistas do mundo na área, Claudio Lima, presidente da AGX Energia (EUA), este é o melhor momento para investir nessas fontes alternativas. Com o aumento na conta de luz e com previsão de reajustes nos próximos meses, utilizar os dejetos de animais para gerar energia é um grande investimento. “Fizemos um mapeamento em toda a região. Ainda falta tecnologia, rede de assistência técnica e linhas de crédito regional, entretanto o que mais pesa para tornar viável o uso do biogás é mostrar ao produtor e às cooperativas suas vantagens”, afirmou.
Missão
Acabar com esses entraves foi a missão assumida pela Câmara de Energias Renováveis do Oeste em Desenvolvimento. O grupo trabalhará junto as universidades para incentivar a pesquisa, buscará linhas de crédito e mostrará a importância individual e coletiva do uso do biogás.
De acordo com Jaime Nascimento, representante da Itaipu no Programa, embora a utilização do biogás traga benefícios econômicos na conta de luz, elimina um outro problema grave detectado nas principais cadeias produtivas da região, que é a destinação dos passivos ambientais gerados pelos animais. “Por causa dos dejetos, nossas propriedades que hoje crescem cerca de 10% ao ano correm o risco de estagnar. Resolver esses gargalos é uma das nossas prioridades”, disse.
Exemplos
Quem já sentiu esses benefícios e é defensor da matriz energética do biogás é o produtor José Colombari. Ele foi o pioneiro no auto abastecimento energético no país. Com o apoio da Itaipu, em 2006 instalou um biodigestor para tratamento do efluente, produção do biogás e geração de energia elétrica. Desde janeiro de 2008 a unidade opera em geração distribuída (GD), ou seja, está conectada à rede pública de distribuição de eletricidade (Copel).
A propriedade dele em São Miguel do Iguaçu, cidade a 40 quilômetros de Foz do Iguaçu, produz 1,2 megawatt dia. A quantidade é suficiente para atender toda a demanda da fazenda e ainda fica com crédito com a Copel. “Antes eu tinha um problema ambiental, há nove anos eliminei o problema e ainda criei um novo negócio”, contou.
Para Colombari, apesar de hoje ter uma economia de quase R$ 12 mil mensais com conta de luz, fertilizante e gastos para eliminar os dejetos, a qualidade de vida na propriedade melhorou. “Não há mais odor ou sujeira e ainda temos um biofertilizante que melhora a qualidade da terra”, disse.
Fernando Marques, da Bioplan – Biogás, disse que para implantar um projeto semelhante ao de Colombari hoje custaria cerca de R$ 300 mil. “Embora ainda pouco divulgado, temos uma linha de crédito do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE) com uma taxa de juros de 8,75% ao ano. Já é um começo”.
Do Sol
Em relação a energia solar, a defesa vem do prefeito de Assis Chateubriand, Marcel Micheletto, presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP). Segundo Micheletto, na sede Associação do Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), em Cascavel, foram instaladas 52 placas solares. O investimento foi de R$ 97 mil. Dos R$ 1,6 mil pagos mensalmente com a conta de luz, caiu para R$ 250. A previsão era cobrir os custos em sete anos, mas com o reajuste da energia, em cinco anos o investimento deve estar pago.
“Nosso exemplo é pequeno, mas imagine uma cooperativa que gasta de R$ 2 a 3 milhões com energia todo mês? Cobriria o investimento em pouco tempo”, disse.
E completou: “Mais que econômico, precisamos mostrar as próximas gerações a importância de cuidar do meio ambiente e evitar crises energéticas. Temos sol 365 dias por ano. Essa matriz tem potencial gigantesco”.