Os bons ventos que sopraram da bolsa de Nova York para as usinas sucroalcooleiras nos últimos meses começaram a arrefecer depois que os preços futuros do açúcar atingiram o maior patamar desde outubro de 2012, acima de 21 centavos de dólar a libra-peso no fim de junho.
Além de a valorização da commodity ter sido sustentada na aposta dos fundos especulativos, o que torna o mercado vulnerável a uma correção técnica, o clima tem favorecido o avanço da moagem de cana no Centro-Sul do Brasil, irrigando o mercado com açúcar novo e contribuindo para a queda dos preços, conforme analistas.
Ontem, os contratos de maior liquidez na bolsa novaiorquina caíram 4% e fecharam a 19,73 centavos de dólar a libra-peso, mas há quem aposte que os preços ainda podem cair mais. "Uma liquidação maciça dos fundos pode fazer o preço ir para 18 centavos de dólar a libra-peso", estima Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting. Para ele, os preços não devem cair abaixo de 17 centavos de dólar.
A desvalorização de ontem foi provocada justamente por uma liquidação de fundos e refletiu o pessimismo dos investidores com a economia mundial pós-Brexit. Com menos apetite por risco, houve uma fuga de capitais do mercado de commodities, com quedas expressivas de ativos mais "sobre-comprados", como o açúcar.
Mas os fundamentos também têm dado sua contribuição. Embora as estimativas de déficit de oferta sejam o grande argumento para a escalada dos preços, Corrêa avalia que a demanda não anda assim tão impressionante.
No mercado físico, em que os preços são mais sensíveis à demanda, o açúcar continua sendo negociado com desconto ante os preços internacionais. O açúcar VHP (polarização muito alta) para carregamento imediato vem sendo negociado no porto de Santos com desconto de 10 pontos. "Quando há demanda forte, há queda do desconto ou alta dos prêmios, e não vemos isso agora", diz o a analista.
Em uma semana, o volume de açúcar a ser carregado nos navios que fazem fila nos portos brasileiros caiu 16,8%, para 1,3 milhão de toneladas, conforme levantamento da agência marítima Williams.
O alto volume de açúcar entregue na bolsa de Nova York (1 milhão de toneladas) do contrato para julho também mostra pouco apetite pelo açúcar do mercado físico. "O vendedor ficou com o açúcar até o fim porque ninguém bateu à sua porta", observa Corrêa.
A melhora do clima na Índia também pode aumentar a pressão sobre as cotações. Desde o início do período das chuvas de monções no país, em junho, as precipitações vêm superando a média histórica. Se esse padrão se mantiver, a próxima safra do país pode ter alguma recuperação.
Por esse motivo, Gabriel Elias, trader da Olam International, estima que um piso para os preços do açúcar está em 19 centavos de dólar a libra-peso neste mês.
A pressão maior, porém, pode vir sobre os contratos que vencem em maio de 2017 para frente, relativos à próxima safra brasileira. A expectativa é que as usinas acelerem a fixação dos preços em dólar do açúcar para a temporada 2017/18, o que deve aumentar a liquidez no mercado. "Em algum momento as usinas vão decidir começar a precificar a safra 2017/18, então teremos uma pressão baixista", estima Elias.
Os bons ventos que sopraram da bolsa de Nova York para as usinas sucroalcooleiras nos últimos meses começaram a arrefecer depois que os preços futuros do açúcar atingiram o maior patamar desde outubro de 2012, acima de 21 centavos de dólar a libra-peso no fim de junho.
Além de a valorização da commodity ter sido sustentada na aposta dos fundos especulativos, o que torna o mercado vulnerável a uma correção técnica, o clima tem favorecido o avanço da moagem de cana no Centro-Sul do Brasil, irrigando o mercado com açúcar novo e contribuindo para a queda dos preços, conforme analistas.
Ontem, os contratos de maior liquidez na bolsa novaiorquina caíram 4% e fecharam a 19,73 centavos de dólar a libra-peso, mas há quem aposte que os preços ainda podem cair mais. "Uma liquidação maciça dos fundos pode fazer o preço ir para 18 centavos de dólar a libra-peso", estima Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting. Para ele, os preços não devem cair abaixo de 17 centavos de dólar.
A desvalorização de ontem foi provocada justamente por uma liquidação de fundos e refletiu o pessimismo dos investidores com a economia mundial pós-Brexit. Com menos apetite por risco, houve uma fuga de capitais do mercado de commodities, com quedas expressivas de ativos mais "sobre-comprados", como o açúcar.
Mas os fundamentos também têm dado sua contribuição. Embora as estimativas de déficit de oferta sejam o grande argumento para a escalada dos preços, Corrêa avalia que a demanda não anda assim tão impressionante.
No mercado físico, em que os preços são mais sensíveis à demanda, o açúcar continua sendo negociado com desconto ante os preços internacionais. O açúcar VHP (polarização muito alta) para carregamento imediato vem sendo negociado no porto de Santos com desconto de 10 pontos. "Quando há demanda forte, há queda do desconto ou alta dos prêmios, e não vemos isso agora", diz o a analista.
Em uma semana, o volume de açúcar a ser carregado nos navios que fazem fila nos portos brasileiros caiu 16,8%, para 1,3 milhão de toneladas, conforme levantamento da agência marítima Williams.
O alto volume de açúcar entregue na bolsa de Nova York (1 milhão de toneladas) do contrato para julho também mostra pouco apetite pelo açúcar do mercado físico. "O vendedor ficou com o açúcar até o fim porque ninguém bateu à sua porta", observa Corrêa.
A melhora do clima na Índia também pode aumentar a pressão sobre as cotações. Desde o início do período das chuvas de monções no país, em junho, as precipitações vêm superando a média histórica. Se esse padrão se mantiver, a próxima safra do país pode ter alguma recuperação.
Por esse motivo, Gabriel Elias, trader da Olam International, estima que um piso para os preços do açúcar está em 19 centavos de dólar a libra-peso neste mês.
A pressão maior, porém, pode vir sobre os contratos que vencem em maio de 2017 para frente, relativos à próxima safra brasileira. A expectativa é que as usinas acelerem a fixação dos preços em dólar do açúcar para a temporada 2017/18, o que deve aumentar a liquidez no mercado. "Em algum momento as usinas vão decidir começar a precificar a safra 2017/18, então teremos uma pressão baixista", estima Elias.