Banco do Brasil deve ampliar linhas de crédito agrícola em R$ 10 bilhões

15/01/2016 Agricultura POR: O Estado de São Paulo
Reforço nos financiamentos será possível porque banco foi liberado de depositar no BC os recursos da poupança que não foram emprestados em 2015, como era a regra; medida está inserida nos planos do governo de elevar crédito sem novos subsídios.
O plano do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de ampliar o crédito sem conceder novos subsídios começará a ser colocado em prática pelo Banco do Brasil. O banco vai destinar mais R$ 10 bilhões para o financiamento agrícola, a juros mais baixos, sem a necessidade de ajuda do Tesouro Nacional.
Isso será possível porque a instituição foi dispensada de guardar uma parte da poupança rural no Banco Central. O Banco do Brasil é o único dos grandes bancos que capta recursos da poupança rural, os outros bancos só captam poupança para financiamento imobiliário. Por isso, precisa seguir a determinação de desembolsar 74% desses recursos em operações ao produtor rural. Quando não cumpre a exigência, é preciso depositar o dinheiro não emprestado no Banco Central, que remunera pela taxa básica de juros, a Selic.
No ano passado, saída de recursos da poupança afetou o financiamento rural.
No último dia de 2015, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) permitiu a liberação de cerca de R$ 12 bilhões do banco, que estão no BC, para que fossem aplicados a taxas de mercado, não necessariamente em operações rurais. O ganho dessas aplicações – estimado em R$ 815 milhões por ano, será usado para cobrir os subsídios dados aos produtores rurais, sem necessidade de aporte do Tesouro para equalizar as taxas. Com isso, a estimativa é que seja possível oferecer pelo menos mais R$ 10 bilhões aos produtores rurais.
Foi o próprio BB que apresentou a “engenharia financeira” ao ministro da Fazenda, que aprovou a estratégia. Ele orientou que modelo semelhante seja usado em outras operações de crédito direcionado, incluindo financiamentos imobiliários e aportes para infraestrutura, além de operações do BNDES com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Nesta semana, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, se reuniu duas vezes com Barbosa. Nesta quinta-feira, 14, o ministro se encontrou com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em São Paulo, e com representantes dos bancos privados.
O governo ainda estuda formas de melhorar as garantias dadas pelos tomadores de empréstimo ao contratar um financiamento, como forma de impulsionar o crédito nos bancos privados. As garantias mais robustas reduzem os custos dos bancos em caso de inadimplência, o que possibilita que aumentem o volume emprestado. Foi o que ocorreu, por exemplo, no caso do crédito consignado, em que os bancos conseguiram emprestar a taxas baixas por terem a garantia do desconto direto no salário do devedor.
Problemas
O modelo proposto pelo Banco do Brasil tenta evitar que se repitam nesta safra os mesmos problemas que levaram o aperto de crédito em 2015. O banco tem 65% de participação no crédito rural. Com a sangria na poupança – os saques do segmento rural fecharam o ano passado R$ 3,4 bilhões superiores aos depósitos e a restrição orçamentária que impedia o governo de bancar a diferença dos financiamentos subsidiados, o crédito rural ficou escasso.
A solução temporária foi liberar uma parte do compulsório – esses recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC, para as operações ao agronegócio. Com a dificuldade de equalização por parte do Tesouro, o BB passou a oferecer linhas “mix” com recursos subsidiados e crédito com taxas de mercado. Segundo o BC, a taxa de mercado do crédito rural é de 18% ao ano, o dobro da praticada nas operações subsidiadas. 
Reforço nos financiamentos será possível porque banco foi liberado de depositar no BC os recursos da poupança que não foram emprestados em 2015, como era a regra; medida está inserida nos planos do governo de elevar crédito sem novos subsídios.
O plano do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de ampliar o crédito sem conceder novos subsídios começará a ser colocado em prática pelo Banco do Brasil. O banco vai destinar mais R$ 10 bilhões para o financiamento agrícola, a juros mais baixos, sem a necessidade de ajuda do Tesouro Nacional.
Isso será possível porque a instituição foi dispensada de guardar uma parte da poupança rural no Banco Central. O Banco do Brasil é o único dos grandes bancos que capta recursos da poupança rural, os outros bancos só captam poupança para financiamento imobiliário. Por isso, precisa seguir a determinação de desembolsar 74% desses recursos em operações ao produtor rural. Quando não cumpre a exigência, é preciso depositar o dinheiro não emprestado no Banco Central, que remunera pela taxa básica de juros, a Selic.

 
No ano passado, saída de recursos da poupança afetou o financiamento rural.
No último dia de 2015, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) permitiu a liberação de cerca de R$ 12 bilhões do banco, que estão no BC, para que fossem aplicados a taxas de mercado, não necessariamente em operações rurais. O ganho dessas aplicações – estimado em R$ 815 milhões por ano, será usado para cobrir os subsídios dados aos produtores rurais, sem necessidade de aporte do Tesouro para equalizar as taxas. Com isso, a estimativa é que seja possível oferecer pelo menos mais R$ 10 bilhões aos produtores rurais.
Foi o próprio BB que apresentou a “engenharia financeira” ao ministro da Fazenda, que aprovou a estratégia. Ele orientou que modelo semelhante seja usado em outras operações de crédito direcionado, incluindo financiamentos imobiliários e aportes para infraestrutura, além de operações do BNDES com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Nesta semana, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, se reuniu duas vezes com Barbosa. Nesta quinta-feira, 14, o ministro se encontrou com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em São Paulo, e com representantes dos bancos privados.

 
O governo ainda estuda formas de melhorar as garantias dadas pelos tomadores de empréstimo ao contratar um financiamento, como forma de impulsionar o crédito nos bancos privados. As garantias mais robustas reduzem os custos dos bancos em caso de inadimplência, o que possibilita que aumentem o volume emprestado. Foi o que ocorreu, por exemplo, no caso do crédito consignado, em que os bancos conseguiram emprestar a taxas baixas por terem a garantia do desconto direto no salário do devedor.
Problemas
O modelo proposto pelo Banco do Brasil tenta evitar que se repitam nesta safra os mesmos problemas que levaram o aperto de crédito em 2015. O banco tem 65% de participação no crédito rural. Com a sangria na poupança – os saques do segmento rural fecharam o ano passado R$ 3,4 bilhões superiores aos depósitos e a restrição orçamentária que impedia o governo de bancar a diferença dos financiamentos subsidiados, o crédito rural ficou escasso.

A solução temporária foi liberar uma parte do compulsório – esses recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC, para as operações ao agronegócio. Com a dificuldade de equalização por parte do Tesouro, o BB passou a oferecer linhas “mix” com recursos subsidiados e crédito com taxas de mercado. Segundo o BC, a taxa de mercado do crédito rural é de 18% ao ano, o dobro da praticada nas operações subsidiadas.