Bancos de fábrica devem compensar aumento de juros no Moderfrota

01/04/2015 Geral POR: DCI - Diário do Comércio & Indústria
Uma das maiores expectativas negativas para o setor de máquinas e implementos agrícolas foi confirmada com o anúncio de reajuste nas taxas de juros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), definido na última semana. Com isso, a participação de bancos ligados às principais empresas do setor deve aumentar, assim como a liberação de recursos que complementem o financiamento.
A necessidade de reforçar o ajuste fiscal para arrumar as contas públicas foi o lastro para a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). O Moderfrota teve elevada de 4,5% para 7,5% ao ano a taxa de financiamento para empresas com receita operacional ou renda de grupo econômico superior a R$ 90 milhões anuais. Já para renda acima de R$ 90 milhões, o financiamento de equipamentos agrícolas subiu de 6% para 9% ao ano. A mudança já valerá a partir de 1º de abril.
"Com a subida dos juros, a tendência é de retração nos negócios do setor, mas a agricultura não pode parar. Quem precisa de máquinas vai pagar juros um pouco maiores. Quando olhamos para dentro de casa, nossa participação como banco aumenta mesmo com a demanda retraída, por sermos mais ágeis e estarmos mais próximos do cliente. Em momentos difíceis os outros bancos saem do mercado e dificultam, enquanto nós facilitamos. Neste cenário, a tendência é aumentar o market share [participação de mercado] dentro da New Holland", explica o gerente do Banco CNH Industrial para o segmento agrícola, Marcio Contreras.
A instituição também financia máquinas e equipamentos para as demais companhias de agricultura, construção e transportes do grupo, Case e Iveco. As declarações do executivo foram dadas durante o lançamento do evento New Holland Em Campo, no município de Ponta Grossa (PR), horas antes do anúncio oficial sobre o reajuste das tarifas, entretanto, Contreras já trabalhava com a possibilidade de aumento de pelo menos 2,5 pontos percentuais sobre os juros praticados atualmente.
Ação bancária
De acordo com o CMN, o programa Moderfrota ainda conta com R$ 1,8 bilhão em recursos para financiamento até o junho. O montante disponibilizado pelo Plano Safra 2014/ 2015 contava com R$ 3,6 bilhões, ou seja, dos quais 50% já foram acessados. Após o anúncio do reajuste nas taxas, o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que o valor disponível atualmente pode não ser suficiente para atender a demanda do setor até o final da temporada, informou uma publicação da Agência Estado de notícias. Segundo ele, o volume garantiria o financiamento até a Agri- show, principal feira do agronegócio da América Latina, que acontece entre 27 de abril e 1º de maio. Para Velloso, o setor de máquinas e equipamentos agrícolas acredita que para encerrar o período de 2014/ 2015 seriam necessários entre R$ 2,2 bilhões e 2,3 bilhões.
"Esse é um medo do mercado como um todo, o recurso acabar antes do final da safra. Neste caso, o governo terá que tomar uma decisão, se fará aportes imediatos, ou se o banco de fábrica coloca um complemento ao PSI, segunda opção de crédito para o produtor rural que teríamos disponível", afirma o gerente.
Contreras diz que a diferença está no volume financiado pela linha. O Moderfrota cobre 90% do valor do equipamento e o PSI apenas 70%. Para que o produtor não precise dar 30% do valor da máquina de entrada, o banco de fábrica financia a diferença de 20% e o agricultor continua com a cobertura de 90%. "Geralmente, nossa instituição financeira não pode trabalhar com taxas de juros diferentes das estabelecidas pelo Plano Safra e esta seria uma manobra que teríamos, caso o recurso não seja suficiente", acrescenta.
O Banco CNH Industrial atua há 40 anos em todo o mundo e há 15 no Brasil. Em 2014, cerca de 50% das máquinas das duas marcas agrícolas da CNH Industrial são financiadas pelo banco, mesmo resultado obtido no setor de construções. A ação integrada entre as áreas agrícola, bancária e de construção - com equipamentos utilizados no setor agropecuário - é a estratégia do grupo para se sobressair à crise macroeconômica, conta o gerente de marketing da New Holland, Carlos Darci.
No setor
Em um momento de ajustes fiscais e aumento nos custos de produção, a tomada de decisão sobre os investimentos ainda passa por incertezas sobre a manutenção do percentual de financiamento pelo Moderfrota, que deve ser anunciado apenas junto com o próximo Plano Safra. Em contrapartida, o bom andamento da colheita dá fôlego para uma expansão na demanda e a expectativa de manutenção nos números obtidos em 2014. É o cenário traçado pelo presidente da Tratornew, Davi Lunardi, uma das principais concessionárias da New Holland no País.
"Os resultados deste ano vão depender muito do segundo semestre e a continuidade do Moderfrota, em quais condições", avalia Lunardi.
Uma das maiores expectativas negativas para o setor de máquinas e implementos agrícolas foi confirmada com o anúncio de reajuste nas taxas de juros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), definido na última semana. Com isso, a participação de bancos ligados às principais empresas do setor deve aumentar, assim como a liberação de recursos que complementem o financiamento.
A necessidade de reforçar o ajuste fiscal para arrumar as contas públicas foi o lastro para a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). O Moderfrota teve elevada de 4,5% para 7,5% ao ano a taxa de financiamento para empresas com receita operacional ou renda de grupo econômico superior a R$ 90 milhões anuais. Já para renda acima de R$ 90 milhões, o financiamento de equipamentos agrícolas subiu de 6% para 9% ao ano. A mudança já valerá a partir de 1º de abril.
"Com a subida dos juros, a tendência é de retração nos negócios do setor, mas a agricultura não pode parar. Quem precisa de máquinas vai pagar juros um pouco maiores. Quando olhamos para dentro de casa, nossa participação como banco aumenta mesmo com a demanda retraída, por sermos mais ágeis e estarmos mais próximos do cliente. Em momentos difíceis os outros bancos saem do mercado e dificultam, enquanto nós facilitamos. Neste cenário, a tendência é aumentar o market share [participação de mercado] dentro da New Holland", explica o gerente do Banco CNH Industrial para o segmento agrícola, Marcio Contreras.
A instituição também financia máquinas e equipamentos para as demais companhias de agricultura, construção e transportes do grupo, Case e Iveco. As declarações do executivo foram dadas durante o lançamento do evento New Holland Em Campo, no município de Ponta Grossa (PR), horas antes do anúncio oficial sobre o reajuste das tarifas, entretanto, Contreras já trabalhava com a possibilidade de aumento de pelo menos 2,5 pontos percentuais sobre os juros praticados atualmente.
Ação bancária
De acordo com o CMN, o programa Moderfrota ainda conta com R$ 1,8 bilhão em recursos para financiamento até o junho. O montante disponibilizado pelo Plano Safra 2014/ 2015 contava com R$ 3,6 bilhões, ou seja, dos quais 50% já foram acessados. Após o anúncio do reajuste nas taxas, o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, disse que o valor disponível atualmente pode não ser suficiente para atender a demanda do setor até o final da temporada, informou uma publicação da Agência Estado de notícias. Segundo ele, o volume garantiria o financiamento até a Agri- show, principal feira do agronegócio da América Latina, que acontece entre 27 de abril e 1º de maio. Para Velloso, o setor de máquinas e equipamentos agrícolas acredita que para encerrar o período de 2014/ 2015 seriam necessários entre R$ 2,2 bilhões e 2,3 bilhões.
"Esse é um medo do mercado como um todo, o recurso acabar antes do final da safra. Neste caso, o governo terá que tomar uma decisão, se fará aportes imediatos, ou se o banco de fábrica coloca um complemento ao PSI, segunda opção de crédito para o produtor rural que teríamos disponível", afirma o gerente.
Contreras diz que a diferença está no volume financiado pela linha. O Moderfrota cobre 90% do valor do equipamento e o PSI apenas 70%. Para que o produtor não precise dar 30% do valor da máquina de entrada, o banco de fábrica financia a diferença de 20% e o agricultor continua com a cobertura de 90%. "Geralmente, nossa instituição financeira não pode trabalhar com taxas de juros diferentes das estabelecidas pelo Plano Safra e esta seria uma manobra que teríamos, caso o recurso não seja suficiente", acrescenta.
O Banco CNH Industrial atua há 40 anos em todo o mundo e há 15 no Brasil. Em 2014, cerca de 50% das máquinas das duas marcas agrícolas da CNH Industrial são financiadas pelo banco, mesmo resultado obtido no setor de construções. A ação integrada entre as áreas agrícola, bancária e de construção - com equipamentos utilizados no setor agropecuário - é a estratégia do grupo para se sobressair à crise macroeconômica, conta o gerente de marketing da New Holland, Carlos Darci.
No setor
Em um momento de ajustes fiscais e aumento nos custos de produção, a tomada de decisão sobre os investimentos ainda passa por incertezas sobre a manutenção do percentual de financiamento pelo Moderfrota, que deve ser anunciado apenas junto com o próximo Plano Safra. Em contrapartida, o bom andamento da colheita dá fôlego para uma expansão na demanda e a expectativa de manutenção nos números obtidos em 2014. É o cenário traçado pelo presidente da Tratornew, Davi Lunardi, uma das principais concessionárias da New Holland no País.
"Os resultados deste ano vão depender muito do segundo semestre e a continuidade do Moderfrota, em quais condições", avalia Lunardi.