Bancos e entidades apoiam discurso de conciliação de Dilma
28/10/2014
Geral
POR: O Globo
Os maiores bancos privados do país divulgaram notas ontem em que comentam o resultado das eleições e apoiam o discurso de conciliação adotado pela presidente Dilma Rousseff. A Confederação Nacional da Indústria (CNT) e a Abrace, associação do setor elétrico que reúne grandes consumidores de energia, também manifestaram sua confiança no diálogo entre o setor público e a iniciativa privada. A Unica, do setor sucroalcooleiro, disse estar pronta para iniciar o diálogo com a presidente.
O Bradesco foi o primeiro banco a se manifestar publicamente, logo pela manhã, antes da abertura dos mercados. No comunicado, Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de Administração, afirma que as eleições deste domingo confirmaram a "maturidade e a solidez da democracia brasileira": "Temos a convicção de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff renovou pelo melhor caminho — o do voto da maioria dos brasileiros — todas as condições necessárias para avançar sobre os grandes desafios que o país tem pela frene. Desejamos-lhe as merecidas saudações, com a crença de que teremos quatro anos de muito trabalho e conquistas."
O Itaú também elogiou a fala de conciliação de Dilma. Em nota, o presidente executivo do banco, Roberto Setúbal, classificou o pronunciamento da presidente de "tranquilizador" e destacou o comprometimento de parceria com o setor produtivo.
"O pronunciamento da presidenta foi muito positivo, e a proposta de dialogar na busca de alinhamento para aprovação das reformas necessárias é extremamente importante para o futuro do país. O compromisso com o combate à corrupção e à impunidade reenfatízado por ela é muito bem recebido por todos os brasileiros. A importância da parceria com o setor produtivo e financeiro declarada pela presidenta também traz confiança e tranquilidade aos agentes econômicos, empresários e investidores" afirmou Setúbal.
O Santander manifestou "total confiança" na experiência da presidente Em nota assinada pelo presidente Jesus Zabalza, o banco diz acreditar em sua "capacidade de liderança para implementar as medidas necessárias para que o Brasil construa um novo ciclo de crescimento sustentável, que beneficie a todos os brasileiros."
Consolidação da democracia
A CNI afirmou que as eleições reforçaram os avanços institucionais e consolidaram a democracia no Brasil E defendeu que os governantes e parlamentares eleitos se unam em torno da agenda de desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Em nota, a Abrace, do setor elétrico, elogiou o discurso conciliador de Dilma: "Enaltecemos, especialmente, sua disposição ao diálogo e à parceria com todas as forças produtivas do país"
A presidente da UNICA, entidade que reúne as usinas de cana-de-açúcar, Elizabeth Farina, diz esperar mudanças em relação à política energética do governo e uma interlocução direta com a presidente Dilma.
Outras entidades empresariais cobraram reformas na economia. O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, cobrou da presidente "um projeto de país" para além de quatro anos para que o Brasil possa voltar a crescer e melhorar o ambiente de negócio. Parte dos problemas, segundo ele, está presente na desigualdade concorrencial que impõe uma série de barreiras a empresas do Brasil.
Para José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), o resultado equilibrado das eleições reforça a necessidade de a presidente fazer ajustes na economia necessários para despertar a credibilidade e iniciar um novo ciclo de expansão partir de 2017, já que 2014/2016 serão anos de baixo crescimento.
Já Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica de São Paulo, espera mais investimento do novo governo na área da saúde e o fim da incidência de PIS/ Cofins em todos os medicamentos. A isenção desses impostos, diz ele, reduziria em até 12% os preços dos remédios.