Bateria movida a açúcar dura duas vezes mais que as atuais

13/02/2014 Açúcar POR: Saulo Pereira Guimarães | Revista Exame
Uma bateria com duração duas vezes maior que as de lítio usadas hoje foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade americana Virginia Tech. O composto básico da nova bateria é o mais inusitado: açúcar.
 
"O açúcar é um composto de armazenamento de energia perfeito", afirmou Percival Zhang, professor de engenharia de sistemas biológicos e um dos envolvidos na pesquisa, em texto sobre o projeto no site da Virginia Tech.
 
O dispositivo reúne enzimas que atuam na maltodextrina, tipo de açúcar originário do amido de milho. A partir da quebra da substância pelas enzimas, é criada energia que poderá ser aproveitada no futuro para alimentar tablets e celulares.
 
Além de Zhang, os pesquisadores Zhiguang Zhu, Tsz Kin Tam, Fangfang Sun e Chun You assinam o estudo.
 
 
Vantagens
 
Uma vantagem da nova bateria é o fato de ser recarregável, bastando reabastecê-la de açúcar para que ela volte a funcionar depois de muito tempo de uso.
 
Isso não acontece com as baterias de lítio, que são descartáveis. De acordo com os cientistas, a bateria de açúcar teria ainda custo 10% menor em relação às de lítio.
 
 
Desafios
 
Entretanto, os pesquisadores admitem que a nova bateria ainda tem desafios a superar.
 
Um exemplo são as enzimas, que desnaturam com a mínima variação de temperatura e a baixa capacidade de armazenamento do novo suporte - que só é capaz de alimentar dispositivos portáteis.
 
"Baterias à base de açúcar podem ser as fontes limpas de energia da nova geração", afirmam os pesquisadores em texto sobre o estudo publicado na Nature.
 
De acordo com os cientistas, a tecnologia pode chegar ao público dentro de três anos.