Bayer CropScience se prepara para criação de megaconcorrente

19/06/2015 Agricultura POR: Valor Econômico
Se a tentativa da Monsanto de comprar a Syngenta for bem­sucedida e nascer da união uma nova potência global de agroquímicos e sementes, as demais grandes empresas do segmento terão de reconsiderar suas estratégias e rever os acordos de licenciamento que mantêm.
A afirmação é de Liam Condon, CEO da Bayer CropScience, divisão que vem puxando os resultados da multinacional alemã Bayer nos últimos anos. "Há apenas seis concorrentes no segmento baseados em pesquisa e desenvolvimento. Se os dois maiores se unirem, os demais, inevitavelmente, terão de rever suas estratégias", analisou o executivo.
Depois que sua primeira oferta de cerca de US$ 45 bilhões pela Syngenta foi rejeitada, a americana Monsanto passou a fazer lobby junto aos acionistas da companhia suíça para que eles pressionem a administração a iniciar negociações.
Condon disse que a Bayer ­ que está em meio aos processos de venda de sua unidade de dispositivos de combate ao diabetes e de abertura do capital de sua unidade de plásticos ­ geralmente prefere ter um papel ativo em consolidações, em vez de ficar apenas assistindo. Mas preferiu não comentar qual será a postura da companhia caso a fusão de suas concorrentes seja concretizada, ainda que tenha garantido que a divisão  CropScience já tenham uma visão clara de como responder.
Conforme analistas da Bernstein e do Credit Suisse, a Bayer CropScience seria, por exemplo, uma candidata natural a comprar as operações de sementes da Syngenta, que provavelmente teria de ser vendida para que a união receba o aval das autoridades antitruste.
Segundo Jeremy Redenius, analista da Bernstein, as seis maiores empresas do segmento detêm cerca de 70% do mercado de defensivos, que movimenta US$ 64 bilhões por ano. Com vendas de US$ 10,4 bilhões, a Bayer CropScience é a segunda maior no ranking dos agroquímicos, atrás apenas da Syngenta, cujas vendas chegam a
US$ 11,4 bilhões. Basf, Dow, Monsanto e DuPont aparecem em seguida, com operações menores nessa frente.
A Monsanto, que é líder em sementes, está disposta a se desfazer de operações com herbicidas que se sobrepõem às da Syngenta, de acordo com fontes do segmento.
De qualquer forma, a combinação Monsanto­Syngenta também significaria o desenredar de uma teia intrincada de acordos cruzados que envolvem pesquisas, licenciamento e produção. "Portanto, as companhias precisariam rever o que isso significaria também para suas interdependências", afirmou o CEO da Bayer CropScience.
A maioria das seis múltis que lideram as vendas de defensivos e sementes tem acordos de licenciamento entre si, e às vezes surgem disputas legais envolvendo o uso de tecnologias. Foi o que aconteceu entre DuPont e Monsanto, que há dois anos assinaram um acordo de licenciamento envolvendo soja que terminou nos tribunais.
A Basf mantém parceiras com a Monsanto em herbicidas para soja, algodão, milho e canola, e juntas as companhias desenvolveram sementes transgênicas de milho mais tolerantes a secas e de maior rendimento para o mercado americano. Já a Bayer tem acordos de licenciamento com todas as grandes concorrentes na área de
sementes.
Mesmo assim, Condon não vê necessidade de mudança de rumo enquanto não houver certeza de que a Monsanto vai mesmo comprar a Syngenta. "Continuaremos implementando nossa estratégia atual e, no desenrolar dos acontecimentos, veremos se haverá necessidade de adaptações.
Se a tentativa da Monsanto de comprar a Syngenta for bem­sucedida e nascer da união uma nova potência global de agroquímicos e sementes, as demais grandes empresas do segmento terão de reconsiderar suas estratégias e rever os acordos de licenciamento que mantêm.
A afirmação é de Liam Condon, CEO da Bayer CropScience, divisão que vem puxando os resultados da multinacional alemã Bayer nos últimos anos. "Há apenas seis concorrentes no segmento baseados em pesquisa e desenvolvimento. Se os dois maiores se unirem, os demais, inevitavelmente, terão de rever suas estratégias", analisou o executivo.
Depois que sua primeira oferta de cerca de US$ 45 bilhões pela Syngenta foi rejeitada, a americana Monsanto passou a fazer lobby junto aos acionistas da companhia suíça para que eles pressionem a administração a iniciar negociações.
Condon disse que a Bayer ­ que está em meio aos processos de venda de sua unidade de dispositivos de combate ao diabetes e de abertura do capital de sua unidade de plásticos ­ geralmente prefere ter um papel ativo em consolidações, em vez de ficar apenas assistindo. Mas preferiu não comentar qual será a postura da companhia caso a fusão de suas concorrentes seja concretizada, ainda que tenha garantido que a divisão  CropScience já tenham uma visão clara de como responder.
 
Conforme analistas da Bernstein e do Credit Suisse, a Bayer CropScience seria, por exemplo, uma candidata natural a comprar as operações de sementes da Syngenta, que provavelmente teria de ser vendida para que a união receba o aval das autoridades antitruste.
Segundo Jeremy Redenius, analista da Bernstein, as seis maiores empresas do segmento detêm cerca de 70% do mercado de defensivos, que movimenta US$ 64 bilhões por ano. Com vendas de US$ 10,4 bilhões, a Bayer CropScience é a segunda maior no ranking dos agroquímicos, atrás apenas da Syngenta, cujas vendas chegam a US$ 11,4 bilhões. Basf, Dow, Monsanto e DuPont aparecem em seguida, com operações menores nessa frente.
A Monsanto, que é líder em sementes, está disposta a se desfazer de operações com herbicidas que se sobrepõem às da Syngenta, de acordo com fontes do segmento.
 
De qualquer forma, a combinação Monsanto­Syngenta também significaria o desenredar de uma teia intrincada de acordos cruzados que envolvem pesquisas, licenciamento e produção. "Portanto, as companhias precisariam rever o que isso significaria também para suas interdependências", afirmou o CEO da Bayer CropScience.
A maioria das seis múltis que lideram as vendas de defensivos e sementes tem acordos de licenciamento entre si, e às vezes surgem disputas legais envolvendo o uso de tecnologias. Foi o que aconteceu entre DuPont e Monsanto, que há dois anos assinaram um acordo de licenciamento envolvendo soja que terminou nos tribunais.
A Basf mantém parceiras com a Monsanto em herbicidas para soja, algodão, milho e canola, e juntas as companhias desenvolveram sementes transgênicas de milho mais tolerantes a secas e de maior rendimento para o mercado americano. Já a Bayer tem acordos de licenciamento com todas as grandes concorrentes na área de sementes.
Mesmo assim, Condon não vê necessidade de mudança de rumo enquanto não houver certeza de que a Monsanto vai mesmo comprar a Syngenta. "Continuaremos implementando nossa estratégia atual e, no desenrolar dos acontecimentos, veremos se haverá necessidade de adaptações.