Bayer CropScience vê recuperação no Brasil

20/09/2017 Geral POR: Valor
A gigante de agroquímicos alemã Bayer CropScience prevê que seus negócios deverão voltar ao normal no Brasil em 2018, depois de declínios significativos de vendas e ganhos no país por causa de estoques historicamente elevados de defensivos no mercado interno. Marc Reichardt, chefe de operações comerciais agrícolas da divisão da múlti, disse ao Valor que o prejuízo no país será de cerca de US$ 300 milhões neste ano, montante que equivale ao que a empresa gasta com o desenvolvimento de um produto, que demora dez anos, ou ao faturamento total de um país menor. Por causa de provisões no país, o faturamento global esperado para a divisão CropScience em 2017 passou a ser de menos de € 10 bilhões. Isso corresponde a uma queda por volta de 6% após ajustados os efeitos cambiais e de portfólio. Segundo o executivo, a participação do Brasil na receita, que já foi de 20%, recuou para cerca de 17% atualmente. A CropScience alega ter sido mais afetada que outras companhias pelos altos estoques de defensivos nas distribuidoras no Brasil por sua posição nas áreas de inseticidas e fungicidas. Mas, segundo Liam Condon, membro do conselho de administração de Bayer e presidente da divisão agrícola, medidas já foram adotadas para mitigar o problema e a empresa deverá voltar a crescer no país em 2018. Conforme Marc Reichardt, a empresa já recolheu um volume significativo de produtos que estavam nas mãos das distribuidoras em razão da queda da demanda - decorrente, sobretudo, da quebra da safra brasileira de grãos do ano passado.
Condon previu, no evento "Future of Farming Dialog 2017" - realizado na sede da divisão, em Monheim - que o declínio das vendas globais este ano será de um dígito. "Os mercados mundiais de sementes e defensivos continuam voláteis em 2017, após um ano anterior fraco". Mas disse confiar no cenário para a produção de alimentos, o comércio agrícola mundial e a renda agrícola. Condon observou que, nos últimos 15 anos, nunca houve mais de dois anos de declínio nas vendas de sementes. E, após dois anos de queda, a tendência é de melhora. Além disso, os estoques globais de grãos parecem estar diminuindo, e isso geralmente significa maior preço das commodities. Nos EUA, a projeção é que a renda agrícola líquida aumentará US$ 10 bilhões, para US$ 100 bilhões este ano, e com isso a perspectiva é de um pouco mais de investimentos. O "pipeline" de pesquisa e desenvolvimento da divisão CropScience deverá lançar 15 novos produtos até 2020, com potencial de mais de € 5 bilhões em vendas combinadas. Durante o evento, Liam Condon também informou que a Bayer pediu na segunda-feira à Comissão Europeia o prolongamento do pedido de revisão do acordo para a conclusão da compra da americana Monsanto, para facilitar "uma avaliação adequada" diante do tamanho da operação, estimada em USS$ 66 bilhões. É o maior negócio já realizado por uma companhia alemã. A expectativa agora é que a aquisição seja concluída no início de 2018 - e não em dezembro deste ano como previsto até recentemente. Para ele, a união de Bayer e Monsanto é uma oportunidade "para moldar positivamente o futuro da agricultura". A alemã submeteu pedidos de autorização a cerca de 30 autoridades de regulação, incluindo no Brasil, e já recebeu aprovações de mais de um terço delas.
Por Assis Moreira
A gigante de agroquímicos alemã Bayer CropScience prevê que seus negócios deverão voltar ao normal no Brasil em 2018, depois de declínios significativos de vendas e ganhos no país por causa de estoques historicamente elevados de defensivos no mercado interno. Marc Reichardt, chefe de operações comerciais agrícolas da divisão da múlti, disse ao Valor que o prejuízo no país será de cerca de US$ 300 milhões neste ano, montante que equivale ao que a empresa gasta com o desenvolvimento de um produto, que demora dez anos, ou ao faturamento total de um país menor. Por causa de provisões no país, o faturamento global esperado para a divisão CropScience em 2017 passou a ser de menos de € 10 bilhões. Isso corresponde a uma queda por volta de 6% após ajustados os efeitos cambiais e de portfólio. Segundo o executivo, a participação do Brasil na receita, que já foi de 20%, recuou para cerca de 17% atualmente. A CropScience alega ter sido mais afetada que outras companhias pelos altos estoques de defensivos nas distribuidoras no Brasil por sua posição nas áreas de inseticidas e fungicidas. Mas, segundo Liam Condon, membro do conselho de administração de Bayer e presidente da divisão agrícola, medidas já foram adotadas para mitigar o problema e a empresa deverá voltar a crescer no país em 2018. Conforme Marc Reichardt, a empresa já recolheu um volume significativo de produtos que estavam nas mãos das distribuidoras em razão da queda da demanda - decorrente, sobretudo, da quebra da safra brasileira de grãos do ano passado.
Condon previu, no evento "Future of Farming Dialog 2017" - realizado na sede da divisão, em Monheim - que o declínio das vendas globais este ano será de um dígito. "Os mercados mundiais de sementes e defensivos continuam voláteis em 2017, após um ano anterior fraco". Mas disse confiar no cenário para a produção de alimentos, o comércio agrícola mundial e a renda agrícola. Condon observou que, nos últimos 15 anos, nunca houve mais de dois anos de declínio nas vendas de sementes. E, após dois anos de queda, a tendência é de melhora. Além disso, os estoques globais de grãos parecem estar diminuindo, e isso geralmente significa maior preço das commodities. Nos EUA, a projeção é que a renda agrícola líquida aumentará US$ 10 bilhões, para US$ 100 bilhões este ano, e com isso a perspectiva é de um pouco mais de investimentos. O "pipeline" de pesquisa e desenvolvimento da divisão CropScience deverá lançar 15 novos produtos até 2020, com potencial de mais de € 5 bilhões em vendas combinadas. Durante o evento, Liam Condon também informou que a Bayer pediu na segunda-feira à Comissão Europeia o prolongamento do pedido de revisão do acordo para a conclusão da compra da americana Monsanto, para facilitar "uma avaliação adequada" diante do tamanho da operação, estimada em USS$ 66 bilhões. É o maior negócio já realizado por uma companhia alemã. A expectativa agora é que a aquisição seja concluída no início de 2018 - e não em dezembro deste ano como previsto até recentemente. Para ele, a união de Bayer e Monsanto é uma oportunidade "para moldar positivamente o futuro da agricultura". A alemã submeteu pedidos de autorização a cerca de 30 autoridades de regulação, incluindo no Brasil, e já recebeu aprovações de mais de um terço delas.
Por Assis Moreira