ais conhecida por fornecer insumos e máquinas agrícolas para produtores de cana-de-açúcar e laranja, a Coopercitrus, atualmente a maior cooperativa rural do Estado de São Paulo, deflagrou recentemente uma estratégia de incorporação de cooperativas menores para expandir sua atuação em café, grãos e pecuária.
De acordo com o presidente da Coopercitrus, José Vicente da Silva, a cooperativa oficializará nesta sexta-feira a assinatura de um memorando de entendimentos para a incorporação da Cooperativa Agropecuária do Brasil Central (Cobrac), de Araçatuba, no interior paulista.
Trata-se do segundo acordo do tipo firmado pela Coopercitrus em 2015. Em setembro, a cooperativa já havia assinado um memorando de entendimentos com a Cooparaiso, sediada em São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais. Além disso, também está em estágio avançado o processo que culminará no terceiro acordo, com a também mineira Cooperativa Agropecuária Regional de Andradas (Cara), conforme Silva.
As três cooperativas que serão incorporadas pela Coopercitrus enfrentaram dificuldades financeiras, a Cooparaiso ainda lida com uma dívida elevada e têm baixa capacidade de investimento. Para a Coopercitrus, as incorporações representam a oportunidade de reduzir a dependência do segmento de cana-de-açúcar.
De acordo com Silva, a Coopercitrus deverá encerrar 2015 com um faturamento de aproximadamente R$ 2 bilhões. Nos próximos cinco anos, o dirigente projeta alcançar um faturamento de R$ 4 bilhões. "O crescimento que teremos será puxado por café e grãos", explicou. A expectativa de Silva é que, nesse período, a Coopercitrus reduza a participação do segmento de cana no faturamento dos atuais 40% para 25%.
Na área de café, os 5 mil cooperados Cooparaiso e os cerca de 1 mil da Cara terão papel relevante. "Vamos ter beneficiamento, venda e exportação de café", afirmou Silva. No caso da Cooparaiso, que tem uma situação financeira mais delicada, o memorando de entendimentos já previu o arrendamento dos ativos e a transferência de funcionários.
Nos segmentos de grãos e de pecuária, a contribuição virá da Cobrac. De acordo com o presidente do grupo com sede em Araçatuba, Sérgio Paoliello, a cooperativa cinquentária passou quase 20 anos convivendo com um processo de saneamento de dívidas. Agora recuperada, a Cobrac voltou a investir e passou a apostar na produção de derivados de soja. Com a incorporação da Cobrac, a Coopercitrus já vislumbra a ampliação da fábrica de sal mineral e, no futuro, a construção de uma fábrica de sal mineral de maior porte.
O ano deve terminar com alta de 52,3% nos preços da energia elétrica, e de 17,6% na gasolina, segundo estimativa divulgada pelo Banco Central nesta quinta-feira (3). A previsão faz parte da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa de juros em 14,25%.
Na ata anterior, em outubro, o BC previa altas menores, de 15% na gasolina e de 51,7% na energia elétrica. Também ficou maior a expectativa de alta dos preços do gás de botijão, que passou de 19,9% na ata de outubro para 21,7% no documento divulgado nesta quinta.
O governo anunciou, no início deste ano, que não pretende mais fazer repasses à CDE – um fundo do setor por meio do qual são realizadas ações públicas – em 2015, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do governo, as contas de luz dos brasileiros tiveram fortes aumentos ao longo do ano.
Custo em alta
O custo de produção de eletricidade no país vem aumentando principalmente desde o final de 2012, com a queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
Para poupar água dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais termelétricas, que funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia mais cara. Isso encarece as contas de luz. Entretanto, também contribui para o aumento de custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%.
Para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, justamente via CDE.
Com a alta da tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o Banco Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), um aumento de 17,7% neste ano. Em outubro, a estimativa era de uma alta de 16,9% em 2015.