“Bioeletricidade é ideia simples mas de enorme relevância ao País,” diz Pedro Parente no evento “25 anos de Bioeletricidade no Brasil”
25/05/2012
Geral
POR: bioeletricidade, UNICA, empreendedorismo, cana-de-açúcar, biomassa, pioneiros
Empreendedorismo, visão estratégica e uma ideia relativamente simples colocada em prática há 25 anos. Foram estes os ingredientes que tornaram a bioeletricidade produzida a partir do bagaço de cana-de-açúcar uma realidade no País, avalia o presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Pedro Parente, que participou nesta sexta-feira (25/05) do evento “25 anos de Bioeletricidade no Brasil”, em Sertãozinho (SP).
“O evento de hoje é uma homenagem simples para empresários que tiveram uma ideia também simples, mas de enorme relevância ao País. O governo de São Paulo é incondicional defensor do nosso setor. Juntos, empresas e governo, conseguimos transformar uma ideia em um enorme avanço”, disse o executivo durante a cerimônia, que teve um público superior a 100 pessoas, entre representantes do Governo Federal e Estadual e do setor sucroenergético.
Três pioneiros na geração de bioeletricidade a partir da biomassa da cana-de-açúcar foram homenageados no evento promovido pela UNICA: Jairo Menesis Balbo, presidente da São Francisco; Agenor Pavan (in memoriam), ex-diretor industrial da São Martinho; e Cícero Junqueira Franco, ex-presidente da Vale do Rosário receberam placas alusivas ao trabalho realizado a partir de 1987.
Foram ainda homenageados pelo trabalho nesses 25 anos a CPFL Energia, na presença de Hélio Viana, da CPFL Paulista e Piratininga, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o chefe de Departamento de Biocombustíveis do Banco, Carlos Eduardo de Siqueira Cavalcanti, representando o presidente da instituição, Luciano Coutinho.
Energia estratégica
“Em 25 anos conseguimos dominar a tecnologia e regulamentar o mercado. Agora precisamos seguir crescendo,” lembrou Jairo Balbo. O diretor técnico e presidente interino da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que “hoje cerca de 160 usinas exportam bioeletricidade no Brasil, o que é um desempenho incrível. A energia do bagaço vendida para a rede é equivalente a quase 30% de todo o consumo residencial do Estado de São Paulo”.
Já o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Wilson Grudtner, que representou o ministro interino, Márcio Zimmerman, explicou que “a biomassa hoje está em terceiro lugar na geração de energia, atrás de gás e hidroeletricidade, o que demonstra a importância do setor sucroenergético para o País”.
Para José Aníbal, secretário de Energia do Estado de São Paulo, que representou o governador Geraldo Alckmin, existe hoje potencial de uma usina de Itaipu de biomassa. “O Governo do Estado de SP tem sido um parceiro e incentivador da cogeração,” acrescentou.
Carlos Cavalcanti, do BNDES, rememorou o papel estratégico da instituição para o financiamento de longo prazo em projetos de bioeletricidade. “Gostaria de deixar registrado o compromisso do Banco com a bioeletricidade, que é hoje um dos pilares para a sustentabilidade do País,” declarou.
Histórico e potencial energético
Em 1987, a Usina São Francisco, do Grupo Balbo e associada à UNICA, foi a primeira a exportar energia elétrica obtida de uma fonte 100% renovável para a CPFL Energia, empresa distribuidora de energia. Em seguida, as usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e Vale do Rosário, em Morro Agudo (SP), hoje ligada ao Grupo LDC-SEV, também iniciaram seus projetos de geração de bioeletricidade, na época financiados com recursos do BNDES, para aquisição de máquinas e equipamentos utilizados pelas usinas.
O gerente de Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza, lembra que há ainda um potencial enorme para a bioeletricidade da cana-de-açúcar no Brasil. “Temos condições de atingir 134 milhões de MWh/ano ou 15.300 MW médios até 2020. Isto equivale a mais de três vezes o que a usina Belo Monte será capaz de produzir,” afirma.
“Atingir esse potencial de geração em 2020 significaria evitar quase 40 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalente a mais de duas vezes e meia as emissões totais de gases de efeito estufa do município de São Paulo,” afirmou.