Bonsucro certifica produtores de cana-de-açúcar brasileiros

06/04/2016 Cana-de-Açúcar POR: Andréia Vital – Revista Canavieiros – Edição 117
Aagroindústria canavieira brasileira sempre esteve na vanguarda do setor sucroenergético e, mais uma vez, marca ponto neste quesito, já que o Brasil ganhou o título de primeiro país a ter produtores certificados pela Bonsucro, uma organização internacional que estabelece princípios e critérios socioambientais para cultivo da cana em todo o mundo, permitindo a certificação de seus produtos derivados.
A decisão foi divulgada neste dia 8 de março durante reunião realizada em Londres, onde fica a sede da certificadora, e conferiu aos fornecedores de cana-de-açúcar ligados à Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da
Região de Bariri-SP) o certificado de produtores sustentáveis, ou seja, que produzem de acordo com a legislação vigente, com respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos. A associação já tinha um Protocolo de Qualidade Agro
Socioambiental, iniciativa pioneira realizada desde 2008, em parceria com a
usina Della Coletta e o SEBRAE.
“A norma de qualidade é renovada anualmente mediante o cumprimento de 300 itens, que incluem ações de proteção ambiental de APPs e APAs, solo e de reflorestamento, orientações e cuidados no armazenamento de produtos químicos; treinamento prévio de operação de agrotóxicos e equipamentos; assistência médica e hospitalar, entre outros”, explica o presidente da Assobari,
Acácio Masson Filho. Para ele, a certificação muda radicalmente o perfil do produtor e os benefícios de serem sustentáveis podem ser traduzidos com a abertura de novos negócios, pois as exigências são cada vez maiores para a comercialização de produtos.
“A certificação é uma condição compulsória hoje, porque você vai ficar fora do mercado internacional se não a tiver. No final do ano passado, eu participei de uma reunião do Pacto Global da FAO (Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e fundamentalmente só se usou a palavra sustentabilidade, então a gente tem que se encaixar neste assunto imediatamente, o mais breve possível e no nosso caso felizmente já estamos inseridos neste contexto”, afirmou o presidente.
A Assobari foi fundada há 10 anos e tem, atualmente, perto de 300 associados, sendo que 50% deles receberam o selo da Bonsucro. “Esses produtores já estavam preparados, produzindo dentro dos padrões exigidos, agora os demais deverão receber a certificação nos próximos 12 meses”, afirma. 
De acordo com Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da Assobari, devido ao pioneirismo, os desafios enfrentados até chegar à certificação foram muitos. “Além de elaborar as normas, tivemos que conscientizar o produtor para atendê-las, das boas práticas agrícolas voltadas para a sustentabilidade e mostrar que teriam benefícios como gestão de qualidade interna, nas propriedades e documental; maior produtividade na cana de açúcar entregue pelos nossos associados certificados; maior quantidade em valor de ATR (Açúcar Total Recuperável); menor utilização de fertilizantes químicos e agroquímicos; controle de estoque de produtos para lavoura canavieira e visão gerencial global a longo prazo da propriedade”, elucidou.
Ismael Perina, presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, que é ligada ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) lembrou que o primeiro passo foi quebrar o paradigma já que não existia uma certificação específica para produtor, somente para as usinas e sua produção de cana. “Especifica para o produtor, levando em conta suas características não existia, então era preciso criar um modelo e isso tudo foi acontecendo nos últimos anos”, afirmou. O agricultor ressaltou ainda que a produção que atende padrões internacionais pode representar preços mais vantajosos, já que a tendência é de valorização cada vez maior para as lavouras certificadas.
Para o presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan, a participação das associações no suporte às ações de sustentabilidade da cadeia agrícola canavieira é essencial. “Hoje o produtor vive outra realidade diante das mudanças ocorridas no setor nos últimos tempos, principalmente com relação à mecanização. Neste contexto, a certificação é muito importante porque vai trazer melhoria de qualidade para as pessoas, tanto para o produtor e para o trabalhador, como para a sociedade na medida em que oferecemos produtos ambientalmente mais corretos, produtos renováveis”, disse ele, afirmando ainda que o setor sucroenergético já contribui muito neste sentido e a intenção, trabalhada já durante a sua gestão, é de que ORPLANA, da qual é ex-presidente, possa dar uma alavancada em busca da certificação dos produtores de suas associações.
Sugestão que já faz parte dos projetos da certificadora conforme afirmou Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) e diretor do Conselho de Administração da Bonsucro, sendo o representante dos produtores de cana-de-açúcar do Brasil na certificadora. “A Bonsucro reconheceu o protocolo da Assobari e isso nos dá um rumo a seguir, agora temos que trabalhar para certificar outros produtores.
No caso da Socicana, embora não estejamos tão avançados como a Assobari, já temos um protocolo desenvolvido e estamos no caminho para viabilizá-lo o protocolo e em seguida receber o reconhecimento da Bonsucro”, afirmou, contanto que a certificadora desenha um plano estratégico para aumentar o número de usinas e produtores sustentáveis e a aproximação da ORPLANA neste sentido é fundamental.
A agroindústria canavieira brasileira sempre esteve na vanguarda do setor sucroenergético e, mais uma vez, marca ponto neste quesito, já que o Brasil ganhou o título de primeiro país a ter produtores certificados pela Bonsucro, uma organização internacional que estabelece princípios e critérios socioambientais para cultivo da cana em todo o mundo, permitindo a certificação de seus produtos derivados.

 
A decisão foi divulgada neste dia 8 de março durante reunião realizada em Londres, onde fica a sede da certificadora, e conferiu aos fornecedores de cana-de-açúcar ligados à Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri-SP) o certificado de produtores sustentáveis, ou seja, que produzem de acordo com a legislação vigente, com respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos. A associação já tinha um Protocolo de Qualidade Agro Socioambiental, iniciativa pioneira realizada desde 2008, em parceria com a usina Della Coletta e o SEBRAE.

 
“A norma de qualidade é renovada anualmente mediante o cumprimento de 300 itens, que incluem ações de proteção ambiental de APPs e APAs, solo e de reflorestamento, orientações e cuidados no armazenamento de produtos químicos; treinamento prévio de operação de agrotóxicos e equipamentos; assistência médica e hospitalar, entre outros”, explica o presidente da Assobari, Acácio Masson Filho. Para ele, a certificação muda radicalmente o perfil do produtor e os benefícios de serem sustentáveis podem ser traduzidos com a abertura de novos negócios, pois as exigências são cada vez maiores para a comercialização de produtos.
 
 
“A certificação é uma condição compulsória hoje, porque você vai ficar fora do mercado internacional se não a tiver. No final do ano passado, eu participei de uma reunião do Pacto Global da FAO (Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e fundamentalmente só se usou a palavra sustentabilidade, então a gente tem que se encaixar neste assunto imediatamente, o mais breve possível e no nosso caso felizmente já estamos inseridos neste contexto”, afirmou o presidente.

 
A Assobari foi fundada há 10 anos e tem, atualmente, perto de 300 associados, sendo que 50% deles receberam o selo da Bonsucro. “Esses produtores já estavam preparados, produzindo dentro dos padrões exigidos, agora os demais deverão receber a certificação nos próximos 12 meses”, afirma. 

 
De acordo com Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da Assobari, devido ao pioneirismo, os desafios enfrentados até chegar à certificação foram muitos. “Além de elaborar as normas, tivemos que conscientizar o produtor para atendê-las, das boas práticas agrícolas voltadas para a sustentabilidade e mostrar que teriam benefícios como gestão de qualidade interna, nas propriedades e documental; maior produtividade na cana de açúcar entregue pelos nossos associados certificados; maior quantidade em valor de ATR (Açúcar Total Recuperável); menor utilização de fertilizantes químicos e agroquímicos; controle de estoque de produtos para lavoura canavieira e visão gerencial global a longo prazo da propriedade”, elucidou.

 
Ismael Perina, presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, que é ligada ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) lembrou que o primeiro passo foi quebrar o paradigma já que não existia uma certificação específica para produtor, somente para as usinas e sua produção de cana. “Especifica para o produtor, levando em conta suas características não existia, então era preciso criar um modelo e isso tudo foi acontecendo nos últimos anos”, afirmou. O agricultor ressaltou ainda que a produção que atende padrões internacionais pode representar preços mais vantajosos, já que a tendência é de valorização cada vez maior para as lavouras certificadas.

 
Para o presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan, a participação das associações no suporte às ações de sustentabilidade da cadeia agrícola canavieira é essencial. “Hoje o produtor vive outra realidade diante das mudanças ocorridas no setor nos últimos tempos, principalmente com relação à mecanização. Neste contexto, a certificação é muito importante porque vai trazer melhoria de qualidade para as pessoas, tanto para o produtor e para o trabalhador, como para a sociedade na medida em que oferecemos produtos ambientalmente mais corretos, produtos renováveis”, disse ele, afirmando ainda que o setor sucroenergético já contribui muito neste sentido e a intenção, trabalhada já durante a sua gestão, é de que ORPLANA, da qual é ex-presidente, possa dar uma alavancada em busca da certificação dos produtores de suas associações.

 
Sugestão que já faz parte dos projetos da certificadora conforme afirmou Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) e diretor do Conselho de Administração da Bonsucro, sendo o representante dos produtores de cana-de-açúcar do Brasil na certificadora. “A Bonsucro reconheceu o protocolo da Assobari e isso nos dá um rumo a seguir, agora temos que trabalhar para certificar outros produtores.

 
No caso da Socicana, embora não estejamos tão avançados como a Assobari, já temos um protocolo desenvolvido e estamos no caminho para viabilizá-lo o protocolo e em seguida receber o reconhecimento da Bonsucro”, afirmou, contanto que a certificadora desenha um plano estratégico para aumentar o número de usinas e produtores sustentáveis e a aproximação da ORPLANA neste sentido é fundamental.