Borg prepara turbo para motor a etanol

14/12/2012 Etanol POR: Automotive Business
Quatro fabricantes de veículos no Brasil, possivelmente cinco, já começaram a testar turbocompressores da BorgWarner em motores flexíveis bicombustível gasolina-etanol, para carros de passageiros, como uma das soluções possíveis para atender às metas de redução de consumo de combustível previstas no Inovar-Auto, a política industrial do governo para o setor automotivo que começa a vigorar no ano que vem com exigências e objetivos desenhados até 2017. "Antes da publicação do regime automotivo quem procurava as montadoras para oferecer a solução éramos nós, mas nunca houve interesse. Agora são elas que nos procuram", afirma Arnaldo Iezzi Jr., diretor geral da BorgWarner no País.

Iezzi calcula que os primeiros automóveis com motores turbinados comecem a ser fabricados no Brasil a partir do fim de 2014. Para atingir as metas de eficiência energética do Inovar-Auto, possivelmente também deverão ser equipados com injeção direta de combustível que, combinada com a turboalimentação, pode reduzir em cerca de 10% o consumo e garantir potência igual ou superior na comparação com um motor aspirado equivalente com injeção indireta.

O maior desafio da engenharia parece ser o da injeção indireta, já largamente utilizada por fabricantes na Europa, América do Norte, Japão e China, mas nunca em motores que rodam com 100% de etanol, como é o caso brasileiro. Essa parte deverá tomar tempo maior de desenvolvimento, mas os turbos para etanol podem ser desenvolvidos bem mais rapidamente. "É necessário fazer adaptações, principalmente na proteção anticorrosiva, mas é algo relativamente simples", explica Iezzi. Segundo ele, estão na mira das montadoras aqui turboalimentadores mais baratos e sem grande complexidade tecnológica - como é o caso, por exemplo, dos turbos de geometria variável ou duplos. "São componentes simples, com tecnologia amplamente dominada nos mercados maduros."