Cada Gota Conta

16/10/2019 Cana-de-Açúcar POR: Revista Canavieiros
CADA GOTA CONTA

Por: Marino Guerra
 
No ano passado, a UPL apresentou ao mercado canavieiro um polímero vegetal prometendo uma hidratação dinâmica do solo através de um simples processo de absorção do produto, ampliando o tempo da presença dos líquidos no ambiente.
 
A princípio, a tecnologia parecia ter um foco bem específico com utilização no substrato das MPBs, visto que já estava consolidada em outras culturas perenes que têm mudas como florestas e café.
 
O tempo passou e como a inovação é igual uma criança que vai se desenvolvendo para conhecermos sua verdadeira aptidão quando adulta, o UPDT começou a dar os seus primeiros passos nos campos de cana.
 
Um deles aconteceu no plantio de meiosi com MPB do fornecedor de Motuca-SP, José Luiz de Laurentiz Sobrinho, o qual a tecnologia foi utilizada num talhão deixando apenas uma linha-mãe como testemunha.
 
Os resultados foram apresentados num dia de campo que aconteceu no início de setembro. A principal informação dada na ocasião foi a queda em 50% na quantidade de irrigação, ou seja, na linha-mãe onde não foi aplicado o UPDT foram necessárias 20 irrigações, sendo duas aplicações por semana.
 
No restante do plantio, que utilizou a tecnologia na dose de 1,5 grama por muda, foram 10 irrigações sem a necessidade de obedecer uma frequência correta, ou seja, o espaçamento entre os dias foi maior.
 
Segundo o produtor, a redução na quantidade de aplicações e o aumento no intervalo são fatores importantes, principalmente se observarmos a realidade do fornecedor de cana. Ele tem um ou dois caminhões que são utilizados em diversas operações do campo e diminuir a necessidade do recurso na irrigação da meiosi elimina custos adicionais como a contratação de um terceiro veículo.
 
“Eu decidi fazer um teste com o UPDT tendo o claro objetivo em reduzir os meus custos na irrigação das mudas, o que aconteceu, pois a cada vez que não precisou passar com o caminhão, foram economizados água, diesel e, principalmente, a liberação do uso do recurso para outra atividade”, contou Laurentiz Sobrinho.
 
Os técnicos da UPL também mostraram outras virtudes da cana que recebeu a solução, destacando o desenvolvimento das mudas, o maior perfilhamento (quatro a mais por planta, o suficiente para sustentar mais duas linhas na desdobra num plantio de duas canas cruzadas no sulco) e um sistema radicular com desenvolvimento muito maior.
 
A área foi plantada no dia 18 de junho, sendo preparada com gradagem pesada e niveladora e, posteriormente, calagem e gessagem. Na linha-mãe foram aplicados fertilizantes minerais e torta de filtro logo após a sulcação. Antes da cobrição foi aplicado nematicida, inseticida e micronutrientes com adição de um bioativador. Após 40 dias, como a área havia sofrido com infestação de plantas invasoras, foi feita uma pulverização de herbicida na mistura de metribuzin e 2,4D.
 
O plantio das mudas foi feito através de um sistema de catracas fornecidas pela UPL. Nele, é inserida a muda e com o bico é feito um buraco (por volta de 10 cm) para liberar o UPDT através de uma válvula e, posteriormente, é solta a planta.
 
Feliz com o resultado, o agricultor foi enfático ao admitir que o uso do produto entrou de maneira definitiva no seu manejo de plantio de meiosi. Tamanha satisfação mostra que essa modalidade de produto deve ganhar maior espaço dentro de outras operações e também, por que não, em outras fases da vida da cana-de-açúcar, já que o UPDT é apenas um bebê de um ano.

 
 

Fonte: Revista Canavieiros