Nas terras rurais valorizadas pela expansão imobiliária, predomina-se a produção de cana-de-açúcar. Cerca de 357 mil hectares, das 19 cidades que fazem parte do Escritório de Desenvolvimento Rural de Ribeirão (EDR), são destinados à cultura.
Para o pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA) Felipe Pires de Camargo, tradicionalmente, a região tem áreas rurais valorizadas pelas boas condições de clima, localização e produtividade.
"O alto valor apresentado no EDR também reflete as expectativas de lucro geradas pela produção nas terras da região", diz. "Além disso, os loteamentos e condomínios vão puxando para cima os preços das propriedades", reforça.
O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Zorzenon afirma que grande parte dessa valorização está ligada à cana-de-açúcar. "E a terra vale o quanto ela rende para o produtor ou empresário", explica.
Hoje, por causa da expansão urbana, há uma supervalorização do valor da terra nua. "Áreas mais próximas à cidade têm valores muito elevados por serem visadas pelo mercado imobiliário", conta Zorzenon.
Além disso, Camargo acrescenta que a valorização da terra é garantida, "já que o fator especulativo é muito forte", afirma. "E quanto maior o estímulo à produção, maior é o valor também", reforça. Desta forma, a Região Administrativa de Ribeirão Preto continua sendo a mais valorizada do Estado. "A qualidade da terra é muito boa e é propícia ao cultivo de grandes culturas", garante o pesquisador.
E é por este fator que não há expectativas de desvalorização. "É um mercado estável e não observo desvalorização de preço, e sim, uma valorização constante. Ela pode não ser contundente, mas acima da inflação", conclui Camargo.
Mercado imobiliário
O agricultor Edilson Minohara, 68 anos, acabou seduzido pelos altos valores oferecidos pelo mercado imobiliário e vendeu sua área rural, que ficava entre Ribeirão e Cravinhos, à margem da rodovia José Fregonesi.
"As áreas mais valorizadas estão ligadas ao mercado imobiliário, principalmente em função da localização", explica.
Após a venda, ele comprou uma área maior em Minas Gerais, na região de Ibiá, e se mudou para lá. "Com o valor que recebi na venda pela minha área de 100 alqueires, investi em uma de dois mil alqueires", conta. "Para mim foi um ótimo negócio", completa.
Minohara vive da agricultura e na sua área atual possui uma diversidade de culturas como feijão, milho, soja, café, seringueira, eucalipto e pastagem de gado de corte.
Para ele, a qualidade do solo da região de Ribeirão Preto é incomparável. "Mas, aqui em Minas, tenho melhor produtividade em função do clima e da altitude", frisa.
O agricultor conta que, na época da proposta de compra, ele não queria vender sua propriedade. "Senti muito pelo negócio. Mas, hoje, eu não me arrependo. Foi uma mudança para melhor", conclui.
Gabriela Virdes
Nas terras rurais valorizadas pela expansão imobiliária, predomina-se a produção de cana-de-açúcar. Cerca de 357 mil hectares, das 19 cidades que fazem parte do Escritório de Desenvolvimento Rural de Ribeirão (EDR), são destinados à cultura.
Para o pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola do Estado (IEA) Felipe Pires de Camargo, tradicionalmente, a região tem áreas rurais valorizadas pelas boas condições de clima, localização e produtividade.
"O alto valor apresentado no EDR também reflete as expectativas de lucro geradas pela produção nas terras da região", diz. "Além disso, os loteamentos e condomínios vão puxando para cima os preços das propriedades", reforça.
O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Zorzenon afirma que grande parte dessa valorização está ligada à cana-de-açúcar. "E a terra vale o quanto ela rende para o produtor ou empresário", explica.
Hoje, por causa da expansão urbana, há uma supervalorização do valor da terra nua. "Áreas mais próximas à cidade têm valores muito elevados por serem visadas pelo mercado imobiliário", conta Zorzenon.
Além disso, Camargo acrescenta que a valorização da terra é garantida, "já que o fator especulativo é muito forte", afirma. "E quanto maior o estímulo à produção, maior é o valor também", reforça. Desta forma, a Região Administrativa de Ribeirão Preto continua sendo a mais valorizada do Estado. "A qualidade da terra é muito boa e é propícia ao cultivo de grandes culturas", garante o pesquisador.
E é por este fator que não há expectativas de desvalorização. "É um mercado estável e não observo desvalorização de preço, e sim, uma valorização constante. Ela pode não ser contundente, mas acima da inflação", conclui Camargo.
Mercado imobiliário
O agricultor Edilson Minohara, 68 anos, acabou seduzido pelos altos valores oferecidos pelo mercado imobiliário e vendeu sua área rural, que ficava entre Ribeirão e Cravinhos, à margem da rodovia José Fregonesi.
"As áreas mais valorizadas estão ligadas ao mercado imobiliário, principalmente em função da localização", explica.
Após a venda, ele comprou uma área maior em Minas Gerais, na região de Ibiá, e se mudou para lá. "Com o valor que recebi na venda pela minha área de 100 alqueires, investi em uma de dois mil alqueires", conta. "Para mim foi um ótimo negócio", completa.
Minohara vive da agricultura e na sua área atual possui uma diversidade de culturas como feijão, milho, soja, café, seringueira, eucalipto e pastagem de gado de corte.
Para ele, a qualidade do solo da região de Ribeirão Preto é incomparável. "Mas, aqui em Minas, tenho melhor produtividade em função do clima e da altitude", frisa.
O agricultor conta que, na época da proposta de compra, ele não queria vender sua propriedade. "Senti muito pelo negócio. Mas, hoje, eu não me arrependo. Foi uma mudança para melhor", conclui.
Gabriela Virdes