O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, a expectativa para a safra 2013/14 é que a região Centro-Sul deva moer 580 milhões de toneladas. O estado de São Paulo é o maior produtor, responde por 60% dessa produção, já o Rio Grande do Sul é o menor, apenas 1% da produção canavieira nacional vem das terras gaúchas.
A cana-de-açúcar, cultura propícia para o desenvolvimento em regiões tropicais, tem o frio como fator limitador para a sua expansão no Rio Grande do Sul. Mesmo assim, acana gera renda para mais de 1300 famílias, em sua maioria, pequenos produtores, que da cana tiram o sustento ao produzirem melado, cachaça e açúcar mascavo. Atualmente, 37 mil hectares do solo gaúcho são ocupados por cana, a produtividade é baixa, 35 toneladas por hectare e só 2,5 mil hectares são dedicados à produção do etanol.
A produção de etanol se dá apenas na destilaria Coopercana, que fica em Porto Xavier, no noroeste do Estado, fronteira com a Argentina, com capacidade para produzir entre seis e oito milhões de litros por ano, menos de 1% do que o RS consome. Em 2013, o Estado deve consumir 1 bilhão de litros. Só a Braskem compra cerca de 500 milhões de litros para fazer seu plástico verde no Polo Petroquímico, instalado na cidade gaúcha de Triunfo. A maior parte do produto vem do Paraná e São Paulo, tirando dos cofres gaúchos R$ 1,3 bilhão.
Mas o governo gaúcho quer mudar este cenário, fazer o estado autossuficiente na produção de etanol e, até exportador do produto. Para isso, a meta é que a culturacanavieira passe a ocupar 300 mil hectares, entre cinco a dez anos, e implantar mais usinas. De acordo com zoneamento agroclimático feito pela Embrapa, 1,5 milhão de hectares no Rio Grande do Sul estão aptos para o plantio de cana, especialmente em uma faixa que vai do litoral Norte até a região Central do estado e no Noroeste.
Variedades de cana personalizadas para às condições gaúchas já são realidade
Promover uma política de incentivos está entre as armas do governo do estado para atingir este objetivo. Para a instalação de plantas industriais de etanol, o governo gaúcho oferece renúncia fiscal de 75% nos quatro primeiros anos e 50% nos quatro anos seguintes. Ação que tem dado resultado com a produção de biodiesel, o Rio Grande do Sul responde por 25% do biodiesel produzido no país, tendo a soja, como a principal matéria-prima.
No entanto, não basta reduzir impostos e montar usinas, é preciso ter cana suficiente para gerar estes mais de 1 bilhão de litros de etanol. E, para isso, ogoverno gaúcho está contando com o desenvolvimento de variedades de cana propícias às características do estado, até hoje, a cana plantada no Rio Grande do Sul são cultivares vindas do Paraná e Argentina.
Para atender a aptidão agrícola do estado gaúcho ao cultivo da cana-de-açúcar, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e a Embrapa estão apostando em nove novas variedades indicadas ao Rio Grande do Sul. Após, seis anos de experimentação a campo, em 6 de novembro de 2012, as instituições realizaram o lançamento de cultivares, que vem confirmar a possibilidade de cultivo. "O Estado que não tinha variedades testadas, agora, possui indicações de materiais precoces e de ciclo médio/tardio", explicou o pesquisador Sergio Delmar dos Anjos e Silva, pesquisador da Embrapa.
As características da cana gaúcha
O professor Edelclaiton Daros, da Universidade Federal do Paraná (UFRP), integrante da Ridesa, explica que as variedades RB são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido. "Elas apresentaram excelente produtividade em qualidade e riqueza de colmo e de açúcar", considerou. O pesquisador destacou um comparativo de crescimento de produção entre as cultivares já conhecidas - uma média de 34 toneladas/ha- e as testadas, que demonstraram uma produção média de 96 toneladas/há nos três anos de experimentação.
Durante os testes foram realizadas 22 colheitas, com três cortes, entre as safras de 2010 a 2012. Os municípios gaúchos que participaram deste processo de pesquisa são: Santa Rosa, Erechim, São Luiz Gonzaga, Jaguari, São Borja, Porto Xavier, Salto do Jacuí, Santa Maria, Pelotas, Viamão e Caxias do Sul.
As indicações das variedades lançadas servem de parâmetros na experimentação agrícola para futuros materiais, ou clones, que já estão ou que serão testados. "Temos agora uma referência. O material que virá das universidades para serem testadas no Rio Grande do Sul tem que ser superiores em produtividade e riqueza a essas que estão sendo indicadas", disse o professor Edelclaiton, salientando que, na verdade, não existe material resistente a geada, o que existi é o manejo correto, com a escolha da época adequada para o cultivo e época de corte em que a cana estará em determinado desenvolvimento que possa passar por este período crítico com menor dano.
No lançamento das cultivares foi assinado um convênio de cooperação técnica firmado entre a Ridesa, representada pela Universidade Federal do Paraná e a Embrapa, através da unidade de pesquisa Clima Temperado, de Pelotas/RS. A ação estabelece a formalização de uma parceria já existente, mas que define realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias agronômicas e industriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desenvolvimento de novos insumos e formação de recursos humanos.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, a expectativa para a safra 2013/14 é que a região Centro-Sul deva moer 580 milhões de toneladas. O estado de São Paulo é o maior produtor, responde por 60% dessa produção, já o Rio Grande do Sul é o menor, apenas 1% da produção canavieira nacional vem das terras gaúchas.
A cana-de-açúcar, cultura propícia para o desenvolvimento em regiões tropicais, tem o frio como fator limitador para a sua expansão no Rio Grande do Sul. Mesmo assim, acana gera renda para mais de 1300 famílias, em sua maioria, pequenos produtores, que da cana tiram o sustento ao produzirem melado, cachaça e açúcar mascavo. Atualmente, 37 mil hectares do solo gaúcho são ocupados por cana, a produtividade é baixa, 35 toneladas por hectare e só 2,5 mil hectares são dedicados à produção do etanol.
A produção de etanol se dá apenas na destilaria Coopercana, que fica em Porto Xavier, no noroeste do Estado, fronteira com a Argentina, com capacidade para produzir entre seis e oito milhões de litros por ano, menos de 1% do que o RS consome. Em 2013, o Estado deve consumir 1 bilhão de litros. Só a Braskem compra cerca de 500 milhões de litros para fazer seu plástico verde no Polo Petroquímico, instalado na cidade gaúcha de Triunfo. A maior parte do produto vem do Paraná e São Paulo, tirando dos cofres gaúchos R$ 1,3 bilhão.
Mas o governo gaúcho quer mudar este cenário, fazer o estado autossuficiente na produção de etanol e, até exportador do produto. Para isso, a meta é que a culturacanavieira passe a ocupar 300 mil hectares, entre cinco a dez anos, e implantar mais usinas. De acordo com zoneamento agroclimático feito pela Embrapa, 1,5 milhão de hectares no Rio Grande do Sul estão aptos para o plantio de cana, especialmente em uma faixa que vai do litoral Norte até a região Central do estado e no Noroeste.
Variedades de cana personalizadas para às condições gaúchas já são realidade
Promover uma política de incentivos está entre as armas do governo do estado para atingir este objetivo. Para a instalação de plantas industriais de etanol, o governo gaúcho oferece renúncia fiscal de 75% nos quatro primeiros anos e 50% nos quatro anos seguintes. Ação que tem dado resultado com a produção de biodiesel, o Rio Grande do Sul responde por 25% do biodiesel produzido no país, tendo a soja, como a principal matéria-prima.
No entanto, não basta reduzir impostos e montar usinas, é preciso ter cana suficiente para gerar estes mais de 1 bilhão de litros de etanol. E, para isso, ogoverno gaúcho está contando com o desenvolvimento de variedades de cana propícias às características do estado, até hoje, a cana plantada no Rio Grande do Sul são cultivares vindas do Paraná e Argentina.
Para atender a aptidão agrícola do estado gaúcho ao cultivo da cana-de-açúcar, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e a Embrapa estão apostando em nove novas variedades indicadas ao Rio Grande do Sul. Após, seis anos de experimentação a campo, em 6 de novembro de 2012, as instituições realizaram o lançamento de cultivares, que vem confirmar a possibilidade de cultivo. "O Estado que não tinha variedades testadas, agora, possui indicações de materiais precoces e de ciclo médio/tardio", explicou o pesquisador Sergio Delmar dos Anjos e Silva, pesquisador da Embrapa.
As características da cana gaúcha
O professor Edelclaiton Daros, da Universidade Federal do Paraná (UFRP), integrante da Ridesa, explica que as variedades RB são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido. "Elas apresentaram excelente produtividade em qualidade e riqueza de colmo e de açúcar", considerou. O pesquisador destacou um comparativo de crescimento de produção entre as cultivares já conhecidas - uma média de 34 toneladas/ha- e as testadas, que demonstraram uma produção média de 96 toneladas/há nos três anos de experimentação.
Durante os testes foram realizadas 22 colheitas, com três cortes, entre as safras de 2010 a 2012. Os municípios gaúchos que participaram deste processo de pesquisa são: Santa Rosa, Erechim, São Luiz Gonzaga, Jaguari, São Borja, Porto Xavier, Salto do Jacuí, Santa Maria, Pelotas, Viamão e Caxias do Sul.
As indicações das variedades lançadas servem de parâmetros na experimentação agrícola para futuros materiais, ou clones, que já estão ou que serão testados. "Temos agora uma referência. O material que virá das universidades para serem testadas no Rio Grande do Sul tem que ser superiores em produtividade e riqueza a essas que estão sendo indicadas", disse o professor Edelclaiton, salientando que, na verdade, não existe material resistente a geada, o que existi é o manejo correto, com a escolha da época adequada para o cultivo e época de corte em que a cana estará em determinado desenvolvimento que possa passar por este período crítico com menor dano.
No lançamento das cultivares foi assinado um convênio de cooperação técnica firmado entre a Ridesa, representada pela Universidade Federal do Paraná e a Embrapa, através da unidade de pesquisa Clima Temperado, de Pelotas/RS. A ação estabelece a formalização de uma parceria já existente, mas que define realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias agronômicas e industriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desenvolvimento de novos insumos e formação de recursos humanos.