Na manhã de 03 de maio, os profissionais da Canaoeste, Fábio Camargo Soldera (que na ocasião representou a Orplana), Artur Sverzut e Antônio César Peghini Filho, se juntaram ao secretário-executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Marcos Renato Böttcher, ao coordenador da CATI, Francisco Martins, que assumiu recentemente o cargo, a assessora jurídica e de sustentabilidade da Unica, Renata Camargo, e a representantes de usinas, para a apresentação do "Etanol Mais Verde Safra 2022/2023", que aconteceu paralelo à Agrishow, no auditório do IAC, com o objetivo de apresentar os resultados do programa e estimular as melhores práticas agroambientais e de sustentáveis da cadeia produtiva da cana-de-açúcar.
Em todo o Estado de São Paulo são quase 6 milhões de hectares de cana-de-açúcar compromissados com boas práticas agroambientais. Desde o início do protocolo, houve eliminação da queimada e deixaram de emitir 72,4 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos) e 12,4 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE). A área restaurada cumulativa estimada desde o início do protocolo é de 30 mil hectares, com mais de 50 milhões de mudas de árvores nativas plantadas.
Com a eliminação da queima da cana-de-açúcar reduzida, o setor deixou de emitir uma quantidade de gases de efeito estufa que seria equivalente a 214 mil ônibus circulando durante um ano.
Böttcher, se mostrou bastante otimista com a continuidade do Etanol Mais Verde e projetou um crescimento na regularização ambiental em São Paulo. “A meta definida pelo secretário Antonio Junqueira é que a regularização ambiental alcance 100% no Estado de São Paulo. Estamos otimistas e vamos trabalhar forte para alcançar esse objetivo”, disse.
Renata Camargo ressaltou a evolução do protocolo. “Os resultados do protocolo falam por si. Hoje não se vê mais fuligem nos municípios canavieiros. Quando pensamos que a lei permite o uso do fogo até 2031 e o setor antecipou a eliminação para 2017 em 100% das áreas, é muito significativo. Se analisarmos que é um protocolo voluntário e teve adesão maciça – o resultado que temos hoje é de 99,8% de toda área cultivada do Estado de São Paulo sem o uso do fogo. Isso mostra o comprometimento do setor”, observou a representante da Unica que ainda ressaltou. “É preciso parabenizar o esforço de quem trabalha no dia a dia no campo porque sustentabilidade é algo que se faz na prática quando é feito o replantio de uma área de vegetação nativa, na recuperação de uma área de APP e todos os resultados do protocolo mostram os esforços dos fornecedores de cana e das usinas”.
Fábio de Camargo Soldera, gestor de geotecnologia e meio ambiente
da Canaoeste e representante da Orplana
Já Soldera lembrou das mudanças e avanços que aconteceram no protocolo desde 2007, até a reformulação em 2017. “A cada ano que passa, nós do grupo executivo que analisamos os planos de ação, podemos constatar o quanto o setor e as associações vêm se desenvolvendo e investindo cada vez mais em sustentabilidade. O produtor de cana-de-açúcar está muito preocupado com a questão da sustentabilidade, com as 10 diretivas que estão diretamente ligadas à parte ambiental, social e de governança da propriedade rural”.
O diretor da CATI, por sua vez, destacou a iniciativa do governo do Estado por meio do FEAP (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), órgão de fomento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com investimento inicial de R$ 50 milhões. O programa é visto como essencial para o pequeno e médio produtor, já que conta com taxas de juros anuais de 3%. De acordo com Martins, o foco é oferecer apoio ao produtor rural paulista por meio da contratação simplificada, juros baixos e prazo de carência. Por meio do FEAP já foram atendidos mais de 5 mil produtores rurais, totalizando R$ 18 milhões de empréstimos concedidos.
Associações e unidades agroindustriais apresentaram seus cases de sucesso
A Canaoeste, que foi a primeira associação no Estado de São Paulo a implementar um departamento ambiental em seu corpo técnico, mostrou sua preocupação ambiental a través dos cases apresentados pelos profissionais Artur Sverzut e Antonio César Peghini Júnior, que falaram sobre o Programa “Canaoeste Águas – que tem como objetivo realizar a gestão de recursos hídricos
existentes nas propriedades rurais dos pequenos, médios e grandes produtores de cana-de-açúcar associados, tendo como meta a regularização do uso eficiente, controle e proteção d’água e dos ecossistema do seu entorno. E também sobre o Programa SOS Incêndios que visa contribuir com a prevenção e a mitigação do incêndio tanto em cana-de-açúcar como em remanescentes vegetativos
(APPs e Reserva Legal). O programa oferece aos associados o monitoramento de suas lavouras via satélite 24 horas, uma forma de levar prevenção e mitigação dos efeitos do incêndio e também resguardar o produtor associado de possíveis multas ambientais.
Da esquerda para a direita, os profissionais da Canaoeste Antonio César Peghini Júnior e Artur Sverzut
A Afocapi apresentou o case de sucesso sobre o CAR – Cadastro Ambiental Rural; já a usina São Manoel falou das medidas de proteção à fauna realizadas através do Programa Bicho Vivo; o Programa Semear da Usina Lins de restauração das áreas ciliares também foi destacado; a Socicana destacou seus programas de responsabilidade socioambiental e certificações e a usina Moreno focou nos trabalhos de boas práticas no uso de agrotóxicos. Todas as signatárias foram homenageadas.