O 1º Encontro Regional sobre Impactos Ambientais e de Segurança, Boas Práticas e Ações dos Envolvidos no Setor Sucroenergético, promovido pela Vianorte (Arteris), teve como objetivo agregar informações que possam ser relevantes aos envolvidos no segmento, amenizando com isso os acidentes nas rodovias como também na natureza, além de servir para a troca de experiências sobre boas práticas realizadas pelas empresas.
O evento ocorreu em agosto no Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, e contou com a participação de representantes de usinas localizadas ao longo do trecho administrado pela concessionária na macrorregião de Ribeirão Preto-SP, da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Corpo de Bombeiros, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), PMRv (Polícia Militar Rodoviária), Polícia Ambiental, Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Preto e de Sertãozinho, concessionárias de rodovias, além do presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).
“O encontro teve o papel de conscientização e orientação, que são essenciais para a execução do trabalho diário de forma segura e responsável”, afirma o gerente de Operações da Vianorte, Luciano Louzane, explicando que o evento foi o piloto de uma nova metodologia que a empresa quer implantar, criando assim uma rotina os debates sobre os problemas e práticas saudáveis que o setor tem feito na redução de acidentes. “Um dos focos das ações desenvolvidas pela Vianorte é a prevenção a acidentes envolvendo caminhões canavieiros por meio de parceria com as usinas da região e órgãos competentes, buscando minimizar a quantidade de vítimas fatais nestas ocorrências”.
De acordo com dados do CCO (Centro de Controle de Operações) da Vianorte, em 2009 ocorreram nove mortes em acidentes assim. Em 2010, este número reduziu para três; em 2011, para um. Em 2012, não houve vítima fatal.
“Nossa intenção é estimular debates sobre prevenção de acidentes, queimadas, transporte de cargas pesadas, Operação Corta-Fogo, entre outros assuntos que resultem em medidas práticas para solucionar problemas que envolvam todos os setores presentes. Este é um trabalho que deve ser realizado em conjunto, pois cada um tem o seu papel. Em casos de incêndios nos canaviais que passem para a faixa de domínio das rodovias, por exemplo, a ação das usinas é essencial, pois elas ajudam no fornecimento de caminhões-pipa para apagar o fogo”, ressalta o supervisor do Meio Ambiente da Vianorte, Ricardo Gerab.
Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a ação incentiva a troca de informações relevantes e a união em prol da disseminação de boas práticas na busca de soluções para os problemas. “É importante nos aproximarmos mais da questão da queima, da proteção ambiental, pois os incêndios acidentais ou propositais se propagam muito rápido, principalmente nesta época de estiagem e muito vento, e isso traz sempre muito tumulto junto a sociedade”, explicou, lembrando que a Canaoeste atua em uma grande área e com o entrosamento melhor com todos os segmentos, consiga trabalhar de uma maneira diferente.
“A queima da cana-de-açúcar é um mecanismo usado para a colheita, mas praticamente acaba este ano. Quem poderá continuar queimando são os pequenos por um tempo, mas vale lembrar que mais de 90% da cana já é colhida crua, então o trabalho daqui para frente é mais no sentido de tentar prevenir, melhorar a prevenção para que ocorram cada vez menos incêndios”, constatou Ortolan. Ele pontuou também a necessidade de esclarecimento destes fatos, pois em muitos casos os produtores rurais enfrentam preconceito da população que credita a eles toda e qualquer queimada. “Não dá para continuar penalizando os produtores de uma forma tão violenta como se faz hoje, com valores de multa exorbitantes que representam muitas vezes a renda do ano, ou perda da propriedade, para pagar uma multa porque houve um acidente na sua área”, explanou lembrando que o fogo acidental pode ocorrer o ano todo e em todo local devido à estiagem.
O presidente da Canaoeste ressaltou também que a associação está atuando na implantação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que contribuirá para o processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais. Ele informou que neste sentido, a entidade desenvolveu uma cartilha em parceria com a ABAG RP e a Coplana, voltada para a orientação dos produtores rurais, com resumo do Código Florestal, que foi entregue para os participantes do evento.
Segundo o Capitão Luciano Fraga Maciel, da Polícia Militar Ambiental, em 2013 foram estabelecidos critérios para priorizar a fiscalização de queimadas e incêndios florestais no Estado de São Paulo, principalmente no período de abril a outubro, considerado crítico, com o propósito de minimizar os focos de incêndios, que neste ano passaram de 5.200 pontos e impactaram 42,9% dos municípios paulistas.
De acordo com Marco Antonio Artuzo, gerente regional da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a maioria dos incêndios de maior proporção e descontrole nos dias atuais está envolvendo a palha da cana pós- colheita. “Então, este é um aspecto que merece reflexão e que teremos que trabalhar conjuntamente na busca de uma ação preventiva”, advertiu. Artuzo reforçou o exemplo citado pelo 1º Tenente Jean Gomes Pinto, do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto, sobre um incêndio ao lado da Rodovia Anhanguera, entre Ribeirão Preto e Cravinhos, próximo a indústria Ouro Fino, que no início de agosto monopolizou todas as equipes da região e também as brigadas de incêndio das empresas locais, devido a proporção do incêndio. “O local foi foco de incêndio, não nas mesmas proporções, dos últimos dois anos, o que nos leva a crer que precisamos intensificar ali as condições de prevenção”, contou ele, concluindo que seria interessante analisar seriamente os fatos, inclusive antecipando as questões legais estabelecidas através de acordo firmado pelo setor produtivo, pelos plantadores de cana e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Por: Andréia Vital
O 1º Encontro Regional sobre Impactos Ambientais e de Segurança, Boas Práticas e Ações dos Envolvidos no Setor Sucroenergético, promovido pela Vianorte (Arteris), teve como objetivo agregar informações que possam ser relevantes aos envolvidos no segmento, amenizando com isso os acidentes nas rodovias como também na natureza, além de servir para a troca de experiências sobre boas práticas realizadas pelas empresas.
O evento ocorreu em agosto no Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, e contou com a participação de representantes de usinas localizadas ao longo do trecho administrado pela concessionária na macrorregião de Ribeirão Preto-SP, da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Corpo de Bombeiros, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), PMRv (Polícia Militar Rodoviária), Polícia Ambiental, Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Preto e de Sertãozinho, concessionárias de rodovias, além do presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).
“O encontro teve o papel de conscientização e orientação, que são essenciais para a execução do trabalho diário de forma segura e responsável”, afirma o gerente de Operações da Vianorte, Luciano Louzane, explicando que o evento foi o piloto de uma nova metodologia que a empresa quer implantar, criando assim uma rotina os debates sobre os problemas e práticas saudáveis que o setor tem feito na redução de acidentes. “Um dos focos das ações desenvolvidas pela Vianorte é a prevenção a acidentes envolvendo caminhões canavieiros por meio de parceria com as usinas da região e órgãos competentes, buscando minimizar a quantidade de vítimas fatais nestas ocorrências”.
De acordo com dados do CCO (Centro de Controle de Operações) da Vianorte, em 2009 ocorreram nove mortes em acidentes assim. Em 2010, este número reduziu para três; em 2011, para um. Em 2012, não houve vítima fatal.
“Nossa intenção é estimular debates sobre prevenção de acidentes, queimadas, transporte de cargas pesadas, Operação Corta-Fogo, entre outros assuntos que resultem em medidas práticas para solucionar problemas que envolvam todos os setores presentes. Este é um trabalho que deve ser realizado em conjunto, pois cada um tem o seu papel. Em casos de incêndios nos canaviais que passem para a faixa de domínio das rodovias, por exemplo, a ação das usinas é essencial, pois elas ajudam no fornecimento de caminhões-pipa para apagar o fogo”, ressalta o supervisor do Meio Ambiente da Vianorte, Ricardo Gerab.
Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a ação incentiva a troca de informações relevantes e a união em prol da disseminação de boas práticas na busca de soluções para os problemas. “É importante nos aproximarmos mais da questão da queima, da proteção ambiental, pois os incêndios acidentais ou propositais se propagam muito rápido, principalmente nesta época de estiagem e muito vento, e isso traz sempre muito tumulto junto a sociedade”, explicou, lembrando que a Canaoeste atua em uma grande área e com o entrosamento melhor com todos os segmentos, consiga trabalhar de uma maneira diferente.
“A queima da cana-de-açúcar é um mecanismo usado para a colheita, mas praticamente acaba este ano. Quem poderá continuar queimando são os pequenos por um tempo, mas vale lembrar que mais de 90% da cana já é colhida crua, então o trabalho daqui para frente é mais no sentido de tentar prevenir, melhorar a prevenção para que ocorram cada vez menos incêndios”, constatou Ortolan. Ele pontuou também a necessidade de esclarecimento destes fatos, pois em muitos casos os produtores rurais enfrentam preconceito da população que credita a eles toda e qualquer queimada. “Não dá para continuar penalizando os produtores de uma forma tão violenta como se faz hoje, com valores de multa exorbitantes que representam muitas vezes a renda do ano, ou perda da propriedade, para pagar uma multa porque houve um acidente na sua área”, explanou lembrando que o fogo acidental pode ocorrer o ano todo e em todo local devido à estiagem.
O presidente da Canaoeste ressaltou também que a associação está atuando na implantação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que contribuirá para o processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais. Ele informou que neste sentido, a entidade desenvolveu uma cartilha em parceria com a ABAG RP e a Coplana, voltada para a orientação dos produtores rurais, com resumo do Código Florestal, que foi entregue para os participantes do evento.
Segundo o Capitão Luciano Fraga Maciel, da Polícia Militar Ambiental, em 2013 foram estabelecidos critérios para priorizar a fiscalização de queimadas e incêndios florestais no Estado de São Paulo, principalmente no período de abril a outubro, considerado crítico, com o propósito de minimizar os focos de incêndios, que neste ano passaram de 5.200 pontos e impactaram 42,9% dos municípios paulistas.
De acordo com Marco Antonio Artuzo, gerente regional da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a maioria dos incêndios de maior proporção e descontrole nos dias atuais está envolvendo a palha da cana pós- colheita. “Então, este é um aspecto que merece reflexão e que teremos que trabalhar conjuntamente na busca de uma ação preventiva”, advertiu. Artuzo reforçou o exemplo citado pelo 1º Tenente Jean Gomes Pinto, do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto, sobre um incêndio ao lado da Rodovia Anhanguera, entre Ribeirão Preto e Cravinhos, próximo a indústria Ouro Fino, que no início de agosto monopolizou todas as equipes da região e também as brigadas de incêndio das empresas locais, devido a proporção do incêndio. “O local foi foco de incêndio, não nas mesmas proporções, dos últimos dois anos, o que nos leva a crer que precisamos intensificar ali as condições de prevenção”, contou ele, concluindo que seria interessante analisar seriamente os fatos, inclusive antecipando as questões legais estabelecidas através de acordo firmado pelo setor produtivo, pelos plantadores de cana e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.