Canaoeste realiza Encontro de Abertura de Safra 2023/24

03/07/2023 Noticias POR: Fernanda Clariano
Canaoeste realiza Encontro de Abertura de Safra 2023/24

Uma das principais premissas associativistas é disseminar informação e conhecimento para gerar oportunidade para a cadeia e, com esse intuito, a Canaoeste realizou no dia 28 de abril o Encontro de Abertura de Safra 2023/24 para avaliar as características e fazer uma análise sobre os cenários econômico, político e agronômico da safra 2023/24 na região Centro-Sul do Brasil, que teve início no dia 1º de abril e estende seu ciclo até 31 de março de 2024.

O evento contou com a participação dos diretores da Canaoeste e da Copercana, associados de Sertãozinho e de toda a região e também do diretor da Canaplan Consultoria Técnica e do presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.
“O objetivo desse evento é manter os nossos associados informados sobre o que está acontecendo no mercado. Sabemos que esse é um início de safra com uma perspectiva boa apesar de um ATR que acredito que vai ser baixo, mas a expectativa é de bom volume e bom, preço”, comentou o presidente da Canaoeste Fernando dos Reis.
Durante a cerimônia de abertura, a Canaoeste prestou homenagem à Copercana pelo seu histórico de 60 anos e que foi representada pelo diretor presidente-executivo, Francisco César Urenha, e pelo presidente do Conselho de Administração, Antonio Eduardo Tonielo.

Na ocasião, Caio Carvalho explanou sobre os cenários desta safra e a estimativa para o Centro-Sul do Brasil que deve processar entre 593 milhões de toneladas e 595 Maio de 2023 91 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24.
O volume supera em mais de 8% o processamento da safra 2022/23, onde as usinas moeram 548,28 milhões de toneladas de cana e produziram 33,73 milhões de toneladas de açúcar, além de 28,91 bilhões de litros de etanol, somando cana e milho.
Com um mix de açúcar entre 46% e 46,5%, a estimativa é de que a região possa produzir de 36 a 36,8 milhões de toneladas de açúcar e de 31,9 a 32 bilhões de litros de etanol, dos quais 6,2 bilhões serão a partir do milho.

“Essa é uma safra diferente daquilo que vimos nos últimos anos, é um ponto de inflexão. Vamos de fato caracterizar a recuperação setorial e a expectativa é positiva do ponto de vista do canavial e do canavieiro. Vamos ter uma produtividade melhor com margem maior e estamos com expectativas de bons preços. Houve uma queda de insumos importante. Portanto, o custo de produção dá uma ajustada, apesar da questão financeira e dos juros altos e da dificuldade de crédito, a soma dos fatores é positiva ao setor”, afirmou Carvalho. Ele ainda destacou que este é o momento de o produtor ajustar o seu caixa e voltar a investir e ressaltou que a safra tenderá a ser mais açucareira. “A chuvas, o clima, dificultam a qualidade da matéria-prima para a produção full ou max de açúcar, de tal forma que acredito que a gente deva ficar com um mix parecido com o do ano passado, mas como tem mais cana obviamente
teremos mais açúcar”, disse.

Cana, safra 23/24 e impactos

Apesar das boas perspectivas há fatores potencialmente problemáticos, como o próprio andamento da moagem e a antecipação e aceleração da colheita. Além disso, outros fatores são silenciosos (ou não). Há pragas potencialmente perigosas (como cigarrinha e broca) cujos ataques, até o momento, têm sido considerados brandos, mas que já começam a despontar como potencialmente problemáticos.
As ocorrências de focos graves de ferrugem alaranjada, que há um bom tempo não ocorriam, também têm sido graves e a isoporização dos colmos, com ou sem florescimento (o que nesta safra deve retornar) pode agravar as perdas e inviabilizar os sonos dourados de um 2023/24 farto.

“Tirando a chuva, a gente vê que a safra será muito forte, muito boa. Acho que as usinas vão trabalhar todas cheias, agora vai depender do tempo porque já estamos com um atraso muito grande e esse atraso vai se acumulando. Vamos ver, estamos aguardando, acho que a safra vai se muito boa, pelo menos temos cana boa”, analisou Tonielo.

Safra em discussão

Produtores rurais e representantes de usinas associadas participaram de uma rodada de debate onde trocaram informações importantes.
Cleber Gargel, gerente agrícola na CFM Cana de Pitangueiras, garantiu que a expectativa é ter um incremento em relação à safra passada, visto que na safra 2021/22, devido às geadas e incêndio, houve uma quebra de 14,5% da expectativa de orçamento.
Ao comentar sobre os desafios para essa safra, Gardel salientou que é preciso estar muito bem planejado em relação à manutenção do canavial. “Este ano já iniciou com um pouco mais de doenças foliares por causa da umidade, doenças fúngicas. Toda a parte de planta daninha também vai ser um desafio porque o residual já estourou dos produtos e têm áreas que estão começando a sujar novamente, então precisamos ter muita atenção em relação a esse controle”, disse.
Já o produtor rural e diretor-administrativo na Agropecuária Irmãos Paro, Fausto Paro, afirmou que a safra passada já foi melhor que a safra 21. “Foi um início de recuperação da produtividade com plantio pesado em relação aos danos causados, então foram safras iguais. Para esta safra estamos vendo um cenário de produtividade melhor por chuva, pela renovação um pouco mais acelerada do canavial pra compensar. Então, é uma coisa boa. A questão vai ser o quanto chove pra ver o quanto esta safra vai se alongar
ou não. O que nos alivia um pouco é que realizamos uma grande parte da nossa colheita – temos uma frente própria, então conseguimos manter uma sequência mais próxima do desejado e têm complementos de frente. Nossa expectativa na área agrícola é de uma safra pelo menos no que estamos projetando agora, boa, bem melhor que no ano passado e pode ser que feche melhor do que a gente projetou inicialmente”, ressaltou. Paro assegurou que por ser o financeiro, é bem cauteloso e vê preços com cenários positivos. “Hoje eu apostaria num preço igual ou um pouco menor que a safra passada, mas com o desempenho agrícola ajudando a ter um resultado mais positivo”.

Na oportunidade, o gestor corporativo da Canaoeste, Almir Torcato, apresentou todos os serviços da Canaoeste mostrando como a estratégia associativista contribuiu com o dia a dia do associado para o desenvolvimento da atividade e também falou das expectativas da associação em relação a essa safra. “Acreditamos que a safra deste ano tende a ser mais favorável, estamos com uma expectativa de crescimento em torno de 8% a 10% comparada com a safra do ano passado, que se encerrou no ultimo mês e era tida como uma safra de recuperação do produtor, mas não veio”, explicou Torcato.