Diversos nomes fortes manifestaram demandas tecnológicas do setor
“As startups que não tiveram sucesso é que não conseguiram resolver o problema de ninguém, e a cana está cheia de problemas em diversas áreas”, essa frase, proferida pelo prof.dr. Marcos Fava Neves no evento (online) que marcou o início dos trabalhos do Canathon 2020 (leia aqui detalhes do evento), resumiu com exatidão a necessidade de ofertas de soluções desrupitivas em todos os elos da cadeia bioenergética.
Para o assunto não ficar tão no ar, Fava Neves definiu quatro áreas que acredita haver uma “avenida de desenvolvimento” bastante larga, são elas: 1 -Tecnologias que auxiliem a gestão do canavial com o nível de detalhamento por metro quadrado, 2 – Inovação genética da planta, de modo que consigam fazer que ela dê maiores resultados com a mesma quantidade de insumos e na mesma área, 3 – Soluções que facilitem a implementação de negócios circulares, como produção de etanol a partir do milho e, posteriormente, o DDG e confinamento; e a produção de biogás para produção de energia elétrica e substituição ao diesel através do uso da vinhaça e torta de filtro.
Representando os produtores rurais, Sarita Junqueira Rodas disse que o grande gargalo no campo está na gestão, mais especificamente em estimativas voltadas para o controle de custos, e também da necessidade de ser criado algo que facilite o compartilhamento de informações tanto entre produtores como com a usina.
Líder do setor em Minas Gerais, Mario Campos lembrou da eficiência, principalmente no desenvolvimento de ferramentas que faça o setor produzir um litro de etanol por metro quadrado de cana e também citou um calo bem doído dos mineiros, o transporte da matéria-prima, que elencou como o grande desafio do estado que representa, destacando ainda a questão de definições de rotas.
Já o prof.dr. Octávio Antonio Valsechi, conhecido como Professor Vico, da Ufscar, destacou a demanda de se conseguir retirar o máximo de energia elétrica dos canaviais, e nesse ponto defende a concentração para acelerar o desenvolvimento da tecnologia relacionada a célula de hidrogênio.
Outras sugestões também foram discutidas como aumentar a eficiência nas simulações de safra e preços, recomendada pelo gerente de economia e análise setorial da Unica, Luciano Rodrigues; sistemas que meçam a real eficiência (desempenho e ambiental) dos veículos quando estão usando etanol, lembrada por André Rocha, presidente do Fórum Sucroenergético; ganho de conectividade no campo, pontuada por Guilherme Correa, coordenador de inovação tecnológica & Iot do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação; e criação de medidores de ROI (retorno sobre o investimento) em tecnologias, sugerida por Luís Carlos Junior Jorge, presidente do Ceise Br.
Resta aguardar a quarta-feira para ver o que virá.