Atualmente enfrentamos um desafio global urgente: reduzir as emissões de carbono para evitar mudanças climáticas catastróficas. Não por acaso, essa é uma preocupação das principais organizações do mundo. O Brasil, como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e importante produtor de outras culturas agrícolas, desempenha papel significativo nessa busca por soluções sustentáveis.
Sabemos que a eletrificação veicular é uma parte crucial da transição para um futuro mais limpo, mas não será suficiente para combater as mudanças climáticas por si só. Para limitar o aumento da temperatura global a 1.5 ºC até 2050, é necessário adotar uma abordagem mais ampla. Isso inclui o uso de combustíveis neutros ou de baixo carbono, junto com a eletrificação, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento.
Como os combustíveis neutros em carbono ainda têm produção muito limitada, a solução prática para uso imediato são os biocombustíveis. É o caso do etanol, por exemplo, proveniente da cana-de-açúcar, que tem baixa emissão de carbono, pois a cana absorve CO2 durante o crescimento, compensando as emissões quando o e tanol é q ueimado. E , a ssim, m uitos p aíses têm efetuado a mistura desse biocombustível na gasolina, em proporções ainda modestas.
O Brasil é referência nesse tema, com quase 50 anos de experiência no uso do etanol, hoje fornecido na forma pura ou misturado na proporção de 27% na gasolina. Importante lembrar que também temos outras opções de biocombustíveis, como biodiesel e biometano, por exemplo.
Empresas automobilísticas estão reconhecendo essa oportunidade e desenvolvendo novas tecnologias que aproveitam os biocombustíveis como alternativa para a descarbonização da mobilidade. Veículos híbridos flex, por exemplo, podem ser abastecidos com etanol, oferecendo uma alternativa mais limpa aos veículos híbridos tradicionais.
Nesse contexto, a tecnologia híbrida flex é uma nova e importante rota tecnológica automotiva. Ela se destaca por sua capacidade de integrar várias fontes de energia em um único sistema que é altamente eficiente, mesclando motores elétricos e a combustão flexíveis, que podem ser abastecidos com etanol ou gasolina.
É importante destacar que a eletrificação veicular e o uso dos biocombustíveis não são soluções concorrentes, mas complementares. A eletrificação pura é interessante para muitos cenários urbanos, enquanto a autonomia do biocombustível pode desempenhar um papel crucial em áreas rurais e regiões onde a infraestrutura de recarga elétrica é limitada. A solução combinada das duas alternativas no híbrido flex já se provou um grande sucesso. E uma nova solução em desenvolvimento, a tecnologia híbrida plug in flex, traz perspectivas muito positivas para o futuro.
Em resumo, o Brasil tem a oportunidade de liderar globalmente a transição para veículos mais sustentáveis, aproveitando sua posição como potência agrícola e um dos maiores produtores de biocombustíveis do mundo. A combinação da eletrificação veicular com o uso de etanol oferece um caminho realista para reduzir as emissões de carbono e limitar o aquecimento global. É uma jornada que exige cooperação global e ação imediata, mas também oferece a promessa de um futuro mais limpo e sustentável para todos.
