Piora a situação de possíveis investimentos no setor canavieiro no Cariri. Praticamente falido, restando apenas pouquíssimos e precários engenhos na região, além de insignificante área de produtividade de cana-de-açúcar, parece cada vez mais distante o interesse de investidores na área.
Mesmo adquirida há quase três anos pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), por R$ 15,4 milhões, em leilão, a Usina Manoel Costa Filho continua sem compradores. Com equipamentos ultrapassados e o entorno da usina com cultura da cana-de-açúcar substituída por plantio de bananas, a possibilidade de venda da agroindústria deixa cada vez mais distante a crença do produtor em ver Barbalha retornar à fama da terra dos verdes canaviais.
Retomada
A Adece atribui a real condição de dificuldade nas negociações à crise econômica nacional, bem como os fatores climáticos. Diante disso, conforme o órgão, os empresários têm se comportado de forma conservadora, adiando a realização de investimentos em novos empreendimentos. No entanto, a agência estadual reafirma o compromisso de continuar prospectando investidores para a retomada do funcionamento da Usina Costa Filho. Um desses empreendedores está sendo contatado, mas o órgão não quis adiantar em que nível de encontra a negociação nesse momento.
Em estudos levantados pelo governo do Estado, para a viabilidade de compra do empreendimento, no quesito capacidade industrial, três opções de produção se apresentam na usina, relacionadas ao etanol hidratado, etanol e açúcar e cachaça. Na produção de etanol a capacidade verificada é de esmagamento de 4.000 toneladas de cana/ano. Já na produção de açúcar, foi constatada capacidade nominal de moagem de 400.000 toneladas de cana/ano, capacidade de destilação etanol hidratado de 9.600.000 litros/ano e capacidade de produção de açúcar de 1.200.000 kg/ano. Por fim, na produção de cachaça, a capacidade nominal de moagem é de 400.000 toneladas/ano e capacidade de produção de cachaça de até 80.000.000 litros/ano.
Nesse caso, para a produção industrial ser concretizada, é necessária a implantação de 6.000 hectares de cana-de-açúcar. Em levantamento realizado pelo governo estadual na região, se constatou a existência e 10,3 mil hectares de área de produtores dispostos a fornecer à usina. Mesmo com o grande cultivo de banana na região nos últimos anos, deixando os municípios de Barbalha e Missão Velha entre os maiores produtores do Estado, a Adece aposta que esse fator não afetará o retorno do cultivo da cana, por conta do grande potencial apresentado na região. A redução da área para o plantio aconteceu em função do declínio do setor canavieiro.
O secretário de Agricultura de Barbalha, Elismar Vasconcelos, diz que a expectativa de otimismo dos agricultores, que acreditaram na reativação do setor logo que a usina foi adquirida pelo governo, não é a mesma. A substituição de culturas no campo, pelo plantio da banana irrigada, foi a alternativa de sobrevivência para os pequenos produtores da região. Centenas deles ainda se deslocam boa parte do ano de suas casas de diversas comunidades de Barbalha, principalmente do distrito de Arajara, para trabalhar em fazendas do Interior de São Paulo, Bahia, Paraná e Pernambuco. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbalha estava na expectativa de realizar todo um trabalho para reanimar os produtores. São mais de mil, segundo o órgão, que saem todos os anos da cidade.
Outra expectativa do governo do Estado para que a venda se torne realidade é a concretização da transposição do Rio São Francisco e do Cinturão das Águas. Com isso, o cenário ficará mais favorável para a captação e realização dos investimentos necessários. A Adece avalia que o equipamento que se encontra no local é bom. Já em relação ao investimento, vai depender do que a empresa vai querer produzir. A compra remonta uma discussão de vários anos, relacionada à revitalização do cultivo da cana-de-açúcar na região. O valor inicial da venda da agroindústria era de mais R$ 25,8 milhões. A usina foi desativada em 2004 e empregava direta a indiretamente mais de 4 mil pessoas. Uma das ideias iniciais era de que o equipamento fosse repassado aos produtores, por meio de sistema de cooperativa de gestão, e a revitalização do cultivo da cana ficasse a cargo do Estado.
Viabilidade
A compra pelo governo foi efetivada após a realização de um estudo de viabilidade técnica das áreas agricultáveis na região, cerca de 8.500 hectares. Grande parte das terras está inativa desde o fechamento da agroindústria que detinha pelo menos 3 mil hectares plantados para manter o funcionamento da usina.
A aquisição do empreendimento pela iniciativa privada seria a alternativa para o ressarcimento do valor investido pelo governo aos cofres estaduais. A usina chegou a representar, na década de 1980, auge da produção, cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), do Ceará. A Manoel Costa Filho foi implantada na região, em 1973, por Fernando Júlio Maranhão. Por três décadas incentivou o cultivo e foi responsável por 4 mil empregos diretos e indiretos, 500 deles na usina, número que deverá ser reduzido pela metade com a modernização dos equipamentos.
Investidores desistiram da aquisição
A Usina Manoel Costa Filho foi implantada na região em 1973, por Fernando Júlio Maranhão, já falecido. Por três décadas incentivou o cultivo e foi responsável por quatro mil empregos diretos e indiretos, 500 deles na usina, número que deverá ser reduzido pela metade com a modernização dos equipamentos. A produção comercializada da agroindústria era de cinco mil sacos de açúcar com possibilidade para produzir 40 mil litros de álcool por dia.
Investidores de vários Estados e do Sudeste do País interessados, chegaram a assinar, em regime de comodato com o governo estadual, documento para realizar uma avaliação inicial para retomar a produção, com o funcionamento previsto a partir de 2016. O Estado teria uma parcela nos lucros para compensar os investimentos. O período do contrato expirou e o grupo, que já utilizava outro nome para a agroindústria, de Usina Cariri, acabou não dando continuidade à negociação. Uma solenidade ocorreu na própria usina. A reunião contou com a presença de representantes do setor canavieiro do Cariri e instituições agrárias, empresários, além da administração local, agentes financiadores, ex-funcionários e representantes do Governo. A previsão de investimentos em cinco anos era de R$ 176 milhões, com meta de gerar 1.200 empregos diretos, com mais 2.500 diretos.
Piora a situação de possíveis investimentos no setor canavieiro no Cariri. Praticamente falido, restando apenas pouquíssimos e precários engenhos na região, além de insignificante área de produtividade de cana-de-açúcar, parece cada vez mais distante o interesse de investidores na área.
Mesmo adquirida há quase três anos pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), por R$ 15,4 milhões, em leilão, a Usina Manoel Costa Filho continua sem compradores. Com equipamentos ultrapassados e o entorno da usina com cultura da cana-de-açúcar substituída por plantio de bananas, a possibilidade de venda da agroindústria deixa cada vez mais distante a crença do produtor em ver Barbalha retornar à fama da terra dos verdes canaviais.
Retomada
A Adece atribui a real condição de dificuldade nas negociações à crise econômica nacional, bem como os fatores climáticos. Diante disso, conforme o órgão, os empresários têm se comportado de forma conservadora, adiando a realização de investimentos em novos empreendimentos. No entanto, a agência estadual reafirma o compromisso de continuar prospectando investidores para a retomada do funcionamento da Usina Costa Filho. Um desses empreendedores está sendo contatado, mas o órgão não quis adiantar em que nível de encontra a negociação nesse momento.
Em estudos levantados pelo governo do Estado, para a viabilidade de compra do empreendimento, no quesito capacidade industrial, três opções de produção se apresentam na usina, relacionadas ao etanol hidratado, etanol e açúcar e cachaça. Na produção de etanol a capacidade verificada é de esmagamento de 4.000 toneladas de cana/ano. Já na produção de açúcar, foi constatada capacidade nominal de moagem de 400.000 toneladas de cana/ano, capacidade de destilação etanol hidratado de 9.600.000 litros/ano e capacidade de produção de açúcar de 1.200.000 kg/ano. Por fim, na produção de cachaça, a capacidade nominal de moagem é de 400.000 toneladas/ano e capacidade de produção de cachaça de até 80.000.000 litros/ano.
Nesse caso, para a produção industrial ser concretizada, é necessária a implantação de 6.000 hectares de cana-de-açúcar. Em levantamento realizado pelo governo estadual na região, se constatou a existência e 10,3 mil hectares de área de produtores dispostos a fornecer à usina. Mesmo com o grande cultivo de banana na região nos últimos anos, deixando os municípios de Barbalha e Missão Velha entre os maiores produtores do Estado, a Adece aposta que esse fator não afetará o retorno do cultivo da cana, por conta do grande potencial apresentado na região. A redução da área para o plantio aconteceu em função do declínio do setor canavieiro.
O secretário de Agricultura de Barbalha, Elismar Vasconcelos, diz que a expectativa de otimismo dos agricultores, que acreditaram na reativação do setor logo que a usina foi adquirida pelo governo, não é a mesma. A substituição de culturas no campo, pelo plantio da banana irrigada, foi a alternativa de sobrevivência para os pequenos produtores da região. Centenas deles ainda se deslocam boa parte do ano de suas casas de diversas comunidades de Barbalha, principalmente do distrito de Arajara, para trabalhar em fazendas do Interior de São Paulo, Bahia, Paraná e Pernambuco. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbalha estava na expectativa de realizar todo um trabalho para reanimar os produtores. São mais de mil, segundo o órgão, que saem todos os anos da cidade.
Outra expectativa do governo do Estado para que a venda se torne realidade é a concretização da transposição do Rio São Francisco e do Cinturão das Águas. Com isso, o cenário ficará mais favorável para a captação e realização dos investimentos necessários. A Adece avalia que o equipamento que se encontra no local é bom. Já em relação ao investimento, vai depender do que a empresa vai querer produzir. A compra remonta uma discussão de vários anos, relacionada à revitalização do cultivo da cana-de-açúcar na região. O valor inicial da venda da agroindústria era de mais R$ 25,8 milhões. A usina foi desativada em 2004 e empregava direta a indiretamente mais de 4 mil pessoas. Uma das ideias iniciais era de que o equipamento fosse repassado aos produtores, por meio de sistema de cooperativa de gestão, e a revitalização do cultivo da cana ficasse a cargo do Estado.
Viabilidade
A compra pelo governo foi efetivada após a realização de um estudo de viabilidade técnica das áreas agricultáveis na região, cerca de 8.500 hectares. Grande parte das terras está inativa desde o fechamento da agroindústria que detinha pelo menos 3 mil hectares plantados para manter o funcionamento da usina.
A aquisição do empreendimento pela iniciativa privada seria a alternativa para o ressarcimento do valor investido pelo governo aos cofres estaduais. A usina chegou a representar, na década de 1980, auge da produção, cerca de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), do Ceará. A Manoel Costa Filho foi implantada na região, em 1973, por Fernando Júlio Maranhão. Por três décadas incentivou o cultivo e foi responsável por 4 mil empregos diretos e indiretos, 500 deles na usina, número que deverá ser reduzido pela metade com a modernização dos equipamentos.
Investidores desistiram da aquisição
A Usina Manoel Costa Filho foi implantada na região em 1973, por Fernando Júlio Maranhão, já falecido. Por três décadas incentivou o cultivo e foi responsável por quatro mil empregos diretos e indiretos, 500 deles na usina, número que deverá ser reduzido pela metade com a modernização dos equipamentos. A produção comercializada da agroindústria era de cinco mil sacos de açúcar com possibilidade para produzir 40 mil litros de álcool por dia.
Investidores de vários Estados e do Sudeste do País interessados, chegaram a assinar, em regime de comodato com o governo estadual, documento para realizar uma avaliação inicial para retomar a produção, com o funcionamento previsto a partir de 2016. O Estado teria uma parcela nos lucros para compensar os investimentos. O período do contrato expirou e o grupo, que já utilizava outro nome para a agroindústria, de Usina Cariri, acabou não dando continuidade à negociação. Uma solenidade ocorreu na própria usina. A reunião contou com a presença de representantes do setor canavieiro do Cariri e instituições agrárias, empresários, além da administração local, agentes financiadores, ex-funcionários e representantes do Governo. A previsão de investimentos em cinco anos era de R$ 176 milhões, com meta de gerar 1.200 empregos diretos, com mais 2.500 diretos.